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Notícias / Entrevista da Semana

10/04/2022 às 08:00

Figura irreverente, Messias Bruxo fala sobre sua trajetória como pioneiro do colunismo social eletrônico

E, como não poderia faltar, ainda revelou uma fofoca inédita para os leitores do portal

Angélica Callejas

Na semana do aniversário de 303 anos de Cuiabá, o Leiagora entrevistou o 'fofoqueiro' (com muito carinho) mais irreverente da Baixada Cuiabana, Messias Bruxo, que é pioneiro do colunismo social eletrônico no Brasil, como gosta de mencionar.

Messias recebeu o apelido de "bruxo" durante um campeonato de futebol, em que teve seu time vencedor por, segundo colegas, jogar "mandingas" no time adversário. Conhecido pelo jeito espontâneo e alto astral, Messias Bruxo conta como começou a trabalhar com colunismo social e fala brevemente sobre uma possível passagem pela política, mas deixa claro que não mudará sua essência para estar nesse meio. E, como não poderia faltar, ainda revelou uma fofoca inédita para os leitores do portal. 

Leia a entrevista abaixo na íntegra.

Leiagora - Como surgiu o personagem? Teve inspiração no Jéjé?

Messias Bruxo - Não. Não foi bem o Jéjé. Aliás, não foi do Jéjé. Tinha um campeonato de futebol do colunista Ungareth Paz, chamado Copa Juventude, e eu tinha um time chamado Marafada, e eu sempre ficava atrás do gol do adversário. Era um campeonato da sociedade de Cuiabá, aquele povo da burguesia e tudo mais. E aí o Ney Figura, que era promoter do NFN Promoções, que trouxe a Micarecuia para Cuiabá, lá atrás, me apelidou de bruxo. Diz que porque eu ficava fazendo mandinga atrás do gol do adversário, e acabava perdendo e o meu [time] ganhando. E acabou eu sendo campeão dessa copa. Então, aí surgiu esse Messias Bruxo. 

Leiagora - Queria que você falasse da sua carreira.

Messias Bruxo - Pois é. Eu era gerente de banco, saí do banco e mexi com parte de seguro, parte burocrática, financeira. Depois fui convidado para fazer festa. A primeira festa foi em 95… 94, na antiga boate América, na Fernando Corrêa. Depois fui promoter da América, fui promoter da Ópera Light, da Get Up e foi indo. Tomei gosto por festa, já conhecia muita gente do banco, porque eu era gerente do banco Itaú antes de começar as festas. Tinha muita gente de Cuiabá que abria conta comigo nas agências do Itaú. Fui gerente em quatro agências em Cuiabá, inclusive, até em agência de Várzea Grande também. E nisso, o que aconteceu? Fiquei conhecido, me tornei conhecido.

E aí conheci bastante gente, virei promoter, em 2000 fui convidado para escrever o material de noite no jornal Diário de Cuiabá, o editor era o Enock Cavalcante, jornalista. Depois virei colunista do jornal Diário de Cuiabá, que a minha coluna chamava Caldeirão, entendeu? Por eu ser Messias Bruxo já, se chamava Caldeirão. Aí eu comecei contando assim os babados das festas de Cuiabá, as confusões das festas que tinha. Praticamente a primeira coluna eletrônica do Brasil, foi aqui no grupo da TV Cidade Verde. 

Aí em 2002 eu comecei a fazer festa mesmo. Virei colunista do Diário de Cuiabá, virei promoter, já tinha saído do banco, saí em 95 do banco. Me tornei promoter definitivo, colunista, e aí quando instalou  em Cuiabá a Transamérica no grupo Cidade Verde aqui, com o Luiz Carlos Beccari. Ele me convidou para ter um programa, para fazer aquilo que eu fazia no jornal, comentar as festas, as confusões, no rádio. Foi a primera coluna eletrônica, e deu certo. Que chamava Caldeirão. E foi seguindo que está até hoje, três vezes por dia, certo? É sucesso, patrocinado e tudo mais. E na televisão também, na TV Cidade Verde, todos os dias,  às 14h30 da tarde.

Leiagora - Eu queria que você falasse como foi para construir sua carreira. Pelo que você diz, foi bem espontâneo. As coisas foram acontecendo de forma bem espontânea.

Messias Bruxo - Sim! Olha, as coisas foram acontecendo, eram novidades para Cuiabá. Eram fofocas, né? Você sabe que todo mundo quer saber da vida, dos acontecimentos, todo mundo gosta de saber. Então, vende fácil e as pessoas querem saber. Hoje, eu não tenho tanta preocupação em ficar correndo atrás disso ou daquilo. Praticamente chegam todos como se fosse um para-raio. Tudo acontece, tudo chega, eu filtro. Muitas dessas conversas são plantadas também. Alguém querendo prejudicar alguém… eu tiro, eu sei. Investigo, observo… Às vezes eu chego até com o próprio dono da confusão e ele não está sabendo que eu estou checando. 

Então, assim, foi um caminho que foi espontâneo. As coisas foram acontecendo com espontaneidade. Graças a deus não tenho nenhum processo. Porque evito ir na particularidade das pessoas, expor as pessoas, evito essa parte aí. Muita gente a carapuça acaba servindo… eu, infelizmente, não posso fazer nada. Ele se identifica e eu falo “ah, que bom que você se identificou. Agora eu posso dizer que essa história é sua” e ele “ah, não. Pelo amor de deus”.

Leiagora - Você disse que é como um para-raios… mas como faz para as informações chegarem até você? Tem as fontes fixas já?

Messias Bruxo - Não. As pessoas acabam me encontrando no Instagram, no Direct, me encontrando no Facebook. Me ligando no meu WhatsApp, mandam WhatsApp? Os que me conhecem já ligam pra mim.

Leiagora - Então, se tiver uma fofoca para contar…

Ah, o lugar é aqui! Garanto o sigilo da fonte.

Leiagora - Qual seu método para filtrar as informações que chegam?

Messias Bruxo - Eu fico sabendo. Eu descubro, aí eu vou investigar. Vou ligar os pontos. Esse, aquele. Pergunto para a pessoa próxima. Exemplo: confusão em boate. Converso com o segurança, pergunto para o barman, pergunto para o garçom. Pergunto para o próprio promoter. Descubro quem estava no meio da confusão. Tudo isso eu checo. 

Leiagora - Como você avalia seu trabalho?

Messias Bruxo - É um trabalho difícil e ao mesmo tempo fácil. Tem que ter responsabilidade e tem que ter cuidado e habilidade também. Não dá para sair igual um desvairado, falando o que quer, mandando recado para as pessoas. Usando veículo para poder mandar recado ou para se vingar de alguém. Não é por aí não. Aí você perde toda essência do seu trabalho e transforma o seu trabalho numa coisa de recado para os outros. Ficar como um garoto de recado. Manda um recado aqui, manda um recado ali. Não. Aí você perde toda a essência.

Leiagora - E você acha que ele [o colunismo] causa impacto na sociedade cuiabana?

Messias Bruxo - Sim! Já causou muito impacto. Causa sim. As pessoas ficam curiosas, elas querem saber. Muitos ficam assim, incomodadas, entendeu?

Leiagora - E você já chegou a receber ameaças por conta do seu trabalho?

Messias Bruxo - Já. Teve gente que “olha, vou te pegar, porque você fez isso, fez aquilo”. Cheguei até a registrar boletim de ocorrência contra uma pessoa. Ah, já que você está se identificando, vou registrar boletim de ocorrência. Ele voltou atrás, pediu desculpa. Os amigos usaram do meu material para poder chacotear com a pessoa, e ele achou que eu estava no meio da confusão.

Leiagora - E você já deixou de ser convidado para algum evento por causa do seu trabalho? 

Messias Bruxo - Já. Já. Muita gente fala “ah, não vamos convidar ele não. Pode acontecer alguma coisa aqui. Alguma pessoa pode dar algum bafão e pode acabar fervendo no Caldeirão”. Tanto que eu não frequento casa de ninguém. Só frequento lugar público, entendeu? Para ir na casa de uma pessoa, é muito difícil eu ir. Só se for amigo meu mesmo, se eu conhecer mesmo. Mas eu evito, para não me indispor com a pessoa.

Leiagora - Você acha que as pessoas têm medo de falar com você?

Messias Bruxo - Não, medo não tem, não. Ficam à vontade.

Leiagora - Você deixa claro quando vai usar alguma informação?

Messias Bruxo - Não. Muito sutil.

Leiagora - E o meio que você frequenta? Tem muito preconceito com você?

Messias Bruxo - Ah, bastante. É natural. As pessoas do próprio meio das confusões se “autopreconceituam”. 

Leaigora - Já passou por situações chatas, constrangedoras?

Messias Bruxo - Deixa eu ver… Não, não. Não, chegou sim! Cheguei de estar em um lugar, alguma festa, evento… e a pessoa falou “ah, você acabou com meu parente. Você falou isso e isso dele”. Mas eu falei “quem que é seu parente? Porque olha, não estou sabendo do problema dele, não. Estou por fora”. 

Leiagora - E como você lida com as intrigas? Porque você já falou que consegue perceber.

Messias Bruxo - Não dou conversa. Teve a última mesmo, a confusão dos rapazes pegos no parque, sem roupa. Eu tinha, lá atrás, denunciado no rádio, até num podcast, que tinham pessoas usando o parque. Eu não falei se era homem, se era mulher, se era hétero, se era gay. Aí, coincidentemente, foram pegos dois rapazes sem roupa. Alguém filmou e postou na rede. Aí já acusaram que eu fiz essa denúncia, que eu fiz um desserviço, que eu estava contra o movimento "GLSBT" (sic), essas coisas aí… e tudo mais. Nada a ver uma coisa com a outra. Estão utilizando de uma situação para poder se beneficiar. Até um site me ligou e eu falei ó… desculpa até o termo, estou cagando e andando. Uns fizeram ameaça… não dei conversa.

Leiagora - Hoje você está no rádio… quais são suas pretensões? 

Messias Bruxo - Estou há 21 anos no rádio. Passar tudo isso que está no rádio para as redes sociais, para a internet.Tem que migrar tudo isso para as redes sociais. Tem que fazer esse casamento.

Leiagora - Tem futuro na política?

Messias Bruxo - Olha, já me convidaram. Posso pensar… não vamos dizer que dessa água nunca beberei. Eu quero fazer um trabalho legal. Não quero entrar, assim, no sistema. Porque diz que, quem entra, tem que entrar no sistema que existe. O sistema político do Brasil hoje. Também não quero entrar por empolgação, por achar que sou o bam bam bam, que vou ser muito bem votado. E quando vai contar os votos, tem dois, três votos. Porque tem muito isso.

Leiagora - Mas você acha que teria que mudar seu estilo para se encaixar?

Messias Bruxo - Acredito que não.

Leiagora - Agora queria que você me contasse uma fofoca que não foi para o rádio.

Messias Bruxo - Que não foi para o rádio? Ah! Tem da empresária aí, uma madame, que vivia do bom e do melhor do luxo. E ela acabou descobrindo que era traída, separou do marido, foram pra justiça. O marido acabou ganhando a questão. Agora, ela quer que os amigos digitais influencers, os amigos blogueiros, que mexem com as redes sociais… porque todo mundo hoje são colunistas, todos são influencers. Quer que fiquem detonando com o ex-marido, colocando coisas da particularidade do ex-marido, para ver se ele é detonado, para ver se ela consegue reverter a situação na justiça a favor dela. É arriscado, porque essas pessoas que estão fazendo o serviço pra ela podem ser processados, complicado. É aquele ditado, em briga de marido e mulher, não se mete a colher. Quem entrou nessa briga aí, vai sobrar. Perigoso!
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