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Notícias / Polícia

19/04/2022 às 15:30

Chacina que matou nove trabalhadores rurais em Colniza completa 5 anos sem julgamento de réus

Massacre ocorreu em abril de 2017 a mando de um empresário que contratou matadores de aluguel

Denise Soares

Chacina que matou nove trabalhadores rurais em Colniza completa 5 anos sem julgamento de réus

Chacina que matou nove trabalhadores rurais completa 5 anos sem julgamento de réus

Foto: MPMT

A chacina de nove trabalhadores rurais na Gleba Taquaruçu do Norte, no município de Colniza, completa cinco anos nesta terça-feira (19). A data foi lembrada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que criticou a demora na punição dos envolvidos.

Nenhum dos três réus foi julgado pela chacina e todos estão em liberdade.

“Cinco anos em que as famílias buscam punição para os culpados, além da devida reparação pela perda de seus familiares e a dor sofrida. Contudo, a impunidade segue imperando, a exemplo da condução dos julgamentos que envolvem violências desse tipo. No caso do Massacre de Colniza, os executores e mandantes seguem em liberdade”, declarou o CPT.

A última movimentação do caso, pela Promotoria de Justiça de Colniza, ocorreu em julho de 2021, quando o Ministério Público denunciou mais três pessoas pela chacina, sendo dois mandantes e um executor.

De acordo com a denúncia, um empresário madeireiro comprou a terra e contratou matadores de aluguel para fazer a ‘limpeza’ da área e retirar os trabalhadores que ocupavam o local.

A área era disputada entre os trabalhadores. O interesse do empresário era a extração de madeira e utilização para a agropecuária.

O Tribunal de Justiça reconheceu a ausência de provas contra quatro deles, para levá-los ao julgamento pelo Tribunal do Júri, e existe uma ação em curso, em fase de recurso.

 
Grupo de extermínio
 
Conforme o MPMT, os cinco denunciados pela chacina integram um grupo de extermínio denominado “os encapuzados”, conhecidos na região como “guachebas”, ou matadores de aluguel, contratados com a finalidade de praticar ameaças e homicídios.
 
No dia da chacina, Pedro, Paulo, Ronaldo e Moisés, a mando de Valdelir, foram até a Linha 15, munidos de armas de fogo e arma branca, onde executaram Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Izaul Brito dos Santos, Alto Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Fábio Rodrigues dos Santos, Samuel Antonio da Cunha, Ezequias Satos de Oliveira e Valmir Rangel do Nascimento.
 
O grupo de extermínio percorreu aproximadamente 9 km – praticamente toda a extensão da Linha 15 - onde foram matando, com requintes de crueldade, todos os que encontraram pelo caminho.

“Os denunciados executaram as vítimas, em desígnios autônomos, de forma repentina e mediante surpresa, utilizando-se de crueldade, inclusive tortura, dificultando, de qualquer forma, a defesa dos ofendidos”, diz a denúncia.
 
A crueldade empregada pelo grupo de extermínio pode ser constatada em cada vítima assassinada. Os corpos de Francisco e Edson foram encontrados com ferimentos provocados por arma de fogo, já a vítima Valmir tinha vários cortes causados por golpes de arma branca.
 
Ele foi encontrado degolado e com as mãos amarradas para trás. Os três estavam no lado direito da Linha 15. Cerca de 6 km à frente, em um verdadeiro rastro de morte, foi encontrado o corpo de Izaul, ao lado de sua casa.

 
Ele também foi degolado e estava com as mãos amarradas para trás. Aldo foi morto por disparo de arma de fogo e Ezequias com golpes de faca no pescoço. Os dois estavam no km 2 da Linha 15.
 
Sebastião foi encontrado dentro de casa. Ele foi executado com golpes de facão. Os dois últimos corpos foram localizados nas proximidades de um córrego. Fábio e Samuel apresentavam ferimentos provocados por arma de fogo.
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