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16/06/2022 às 14:05

Entidades indígenas e ambientais lamentam morte de Bruno e Dom e cobram segurança

A confirmação veio após Amarildo Oliveira, conhecido como "Pelado", preso por suspeita de participação no desaparecimento, confessar envolvimento no crime

Leiagora

Entidades indígenas e ambientais lamentam morte de Bruno e Dom e cobram segurança

Foto: Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images

A confirmação do assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira gerou reação de organizações indígenas, ambientais e de jornalistas que lamentaram o ocorrido e cobraram segurança na Amazônia e investigações "transparente e independente" do caso.

A confirmação veio após Amarildo Oliveira, conhecido como "Pelado", preso por suspeita de participação no desaparecimento, confessar envolvimento no crime.

O superintendente regional da PF, Eduardo Alexandre Fontes, afirmou em coletiva de imprensa que os investigadores levaram Pelado e Oseney da Costa de Oliveira, também suspeito de envolvimento no crime, para a área de buscas no rio Itaquaí, onde foram encontrados partes de corpos, classificados pela investigação como "remanescentes humanos".

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que ajudou nas buscas por Bruno e Dom, definiu o assassinato da dupla como "crime político", uma vez que ambos era defensores dos Direitos Humanos e estavam desempenhando atividades em benefício de povos indígenas do Vale do Javari quando desapareceram.

"O que acontecerá conosco? Continuaremos vivendo sob ameaças? Precisamos aprofundar e ampliar a investigação. Precisamos de fiscalização territorial efetiva no interior da Terra Indígena Vale do Javari. Precisamos que as Bases de Proteção Etnoambiental (BAPEs) da Funai sejam fortalecidas", disse.

A Greenpeace Brasil e Greenpeace Reino Unido afirmou em nota que as mortes de Bruno e Dom abre alas para que atividades predatórias e crimes se reproduzam e transformem a Amazônia em domínio particular do crime organizado. "Quando quem busca advogar por um mundo mais verde, justo e pacífico tem sua vida colocada à prova, não restam dúvidas de que a nossa jovem democracia está em risco e se equilibra em uma corda bamba", disse.

O Observatório do Clima defendeu que o assassinato da dupla tem "a digital da necropolítica brasileira" e lembrou de outras tragédias envolvendo ativistas ambientais como Chico Mendes, Dorothy Stang, João Cláudio e Maria, dentre outros. 

A organização não-governamental WWF-Brasil afirmou "o nível de violência aplicada a Bruno e Dom explicita como a Amazônia está à mercê da lei do mais forte, sob a qual a brutalidade é a moeda corrente", disse em nota.

O Conectas Direitos Humanos apontou que a morte de Bruno e Dom é "mais um capítulo triste e sombrio da nossa história" que evidencia "grave cenário de insegurança" em que se encontram defensores de Direitos Humanos, jornalistas, lideranças indígenas e de comunidades tradicionais que lutam pelos direitos humanos. "Exigimos apuração célere do caso, sua elucidação e responsabilização dos envolvidos", disse.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) reforçou em nota um pedido para às autoridades nacionais e internacionais para que a execução seja apurada de "forma célere, transparente e independente, sem qualquer interferência que possa atrapalhar a investigação".

A nota também conta com a assinatura de outras oito organizações: Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Artigo 19, Intervozes, Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog, Repórteres sem Fronteiras (RSF) e Tornavoz.
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1 comentário

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  • 2016 Bruno foi exonerado 16/06/2022 às 00:00

    2016 Bruno foi exonerado a pedido dos índios...Google não mente..Já a narrativa da imprensa é vdd?

 
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