Faltando 20 dias para o início das convenções em Mato Grosso, o cenário que se desenha para disputa de governo do Estado é de relativa tranquilidade ao projeto de reeleição do governador Mauro Mendes (União). Entretanto, pelo menos um adversário político deve se apresentar de forma competitiva e ele saíra da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV), impulsionado pelo presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
Se for confirmada a aliança entre Mauro Mendes (União), o senador e pré-candidato à reeleição Wellington Fagundes (PL) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), o candidato da federação de esquerda deve polarizar o debate político, trazendo para nível local a discussão nacional de bolsonaristas contra lulistas.
“O candidato da federação será a própria representação de Lula em Mato Grosso. Levar o nome do Lula vai potencializar nossa candidata”, diz, em off, um dos membros da comissão que está articulando as candidaturas da Federação Brasil da Esperança.
A provável escolhida para carregar o nome de Lula em Mato Grosso é a professora Maria Lúcia Cavalli Neder, ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso. A expectativa dos membros da filiação é que ela seja puxada pelo ex-presidente graças à polarização eleitoral e consiga multiplicar exponencialmente os 172.259 votos que recebeu em 2018, quando foi candidata ao Senado.
Naquele eleição, no entanto, Maria Lúcia sofreu o efeito do "fenômeno Bolsonaro”, quando o atual presidente surgiu como candidato “outsider” de direita e antipetista, em um cenário no qual os partidos de esquerda tiveram um dos piores resultados desde a redemocratização do país. Agora a expectativa é que aconteça o inverso.
Contudo, a presença de apenas dois candidatos competitivos aponta para uma eleição que deve ser resolvida ainda no primeiro turno, como é tradição em Mato Grosso. Nesse caso, o desafio é conseguir “virar o jogo” a tempo, pois o entendimento é que Mauro Mendes está com “o bonde na rua” desde o começo do ano.
