O senador Carlos Fávaro (PSD) confirma que avalia se aceita ou não o convite oficial para ser candidato a governador em oposição a Mauro Mendes (União) com apoio da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), porém o Partido Social Democrático (PSD) não pensa em desembarcar da gestão estadual e o “momento” seria de permanecer do diálogo.
“Fico muito honrado em receber o convite, mas essa decisão que precisa ser tomada em várias instâncias. Eu tenho que falar com a família, eu tenho que viabilizar a questão financeira, eu tenho que falar com grupo político, eu tenho que falar com o PSD, então tudo isso é o que vai nortear para tomada de decisão”, disse Fávaro, após sair de uma reunião realizada na casa do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), principal opositor de Mauro Mendes no Estado.
A declaração foi dada na tarde desta quinta-feira (21), e alonga a “novela” que iniciou com outro protagonista, o deputado federal Neri Geller (PP), que é pré-candidato ao Senado, e assim como o Fávaro, um aliado da gestão estadual. Neri, ao não receber expresso de Mauro Mendes após mais de seis meses de pré-campanha, e ver o gestor estadual se aproximar do outro pré-candidato ao Senado, o presidente regional do Partido Liberal, Wellington Fagundes, buscou uma aliança com a Federação Brasil da Esperança, a qual faz oposição a administração estadual.
Essa aliança encabeçada por Neri foi selada com o senador Carlos Fávaro aceitando a coordenação de campanha do ex-presidente Lula (PT) em Mato Grosso. O petista então fez um convite para o senador do PSD ser candidato ao governo do Estado, mas até o momento o peessedista não aceitou e nem rejeitou o pedido. Um dos motivos é que ele e Neri ainda nutrem desejo de estarem no mesmo palanque de Mauro Mendes.
“Nós ajudamos o governo Mauro desde a campanha de 2018 e em todo o governo, quer seja como colaboradores, quer seja eu como senador, e a mesma coisa foi com o Neri, com o (partido) Progressista. Todos nós não negamos que fazemos parte dele (do governo Mauro Mendes), né? Então por isso que tudo tem que ter o debate, nós vamos fazer ele agora. Não pensamos (em desembarcar). Se não couber a gente aí vamos seguir nosso rumo, eu disse isso com muita tranquilidade e sigo dizendo”, argumentou Fávaro.
Por enquanto, Fávaro e Neri postergam ao máximo a decisão de terem um candidato ao governo do Estado junto com a Federação Brasil da Esperança. O senador repete que seu desejo pessoal, nesse momento, é continuar no Senado, entretanto mantém aberta as portas para a candidatura, em uma narrativa de que o contexto, seja por falta de espaço político no grupo de Mauro Mendes, seja por força de articulações maiores.
“Política é muito dinâmica, mas eu tô muito bem no Senado, tô aprendendo muito as relações, consegui emplacar duas PECs em dois anos, emplacar projetos importantes e é isso que eu quero continuar focado. Esse é o meu desejo pessoal, continuar sendo senador por Mato Grosso. Projeto de Governo do Estado a Deus pertence. Ninguém que é político, nem eu, nem Neri, nem Emanuel, nem Mauro Mendes, nem ninguém pode dizer que num seria uma honra ser governador desse Estado, mas tudo é o tempo de Deus e na hora certa. Não farei diferente”, tergiversou, despistando qual será a decisão final.