A vereadora de Cuiabá Edna Sampaio (PT) alega estar sendo perseguida politicamente pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), em razão das causas progressistas que apoia, como o combate ao fascismo e à LGBTfobia. Ele pediu a cassação do mandato da parlamentar por suposta quebra de decoro parlamentar, pois ela o chamou de homofóbico por publicações feitas em redes sociais.
Em maio do ano passado, Cattani, em referência à frase “ser gay não é uma escolha, ser homofóbico é”, que foi amplamente divulgada por ativistas da causa LGBTQIA+, no dia internacional contra a homofobia, publicou na ferramenta stories de sua conta no Instagram, a frase “ser homofóbico é uma escolha, ser gay também”. Edna, em resposta, o acusou de ter cometido crime de homofobia.
O deputado foi alvo de críticas de diversas entidades do estado e Edna Sampaio realizou algumas postagens acusando o bolsonarista de homofobia. Cattani entrou na justiça contra a vereadora e teve decisão favorável em primeira instância. Em dezembro passado, Edna foi condenada civilmente a pagar uma multa no valor de R$ 3 mil.
Ele também fez uma representação na Câmara de Vereadores pedindo a cassação do mandato dela, em junho do ano passado.
Na tarde dessa segunda-feira (25), o deputado se reuniu com o presidente da Câmara, vereador Juca do Guaraná (MDB), para cobrar o andamento do pedido de cassação do mandato da petista.
Em nota oficial publicada na manhã desta terça (26), Edna diz que recebe com tranquilidade o pedido de cassação e que não há nenhum fundamento legal para que ele prospere. A vereadora alega que está recorrendo da decisão que a condenou e que também jamais foi condenada criminalmente em relação ao caso.
Ao final, a vereadora denuncia uma perseguição política contra seu mandato que defende causas contra o racismo, combate ao fascismo e LGBTfobia.
Confira a nota:
A respeito representação feita pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL) contra a vereadora Edna Sampaio (PT) no Conselho de Ética da Câmara Municipal, a assessoria jurídica da vereadora informa que:
1. A vereadora recebe com tranquilidade a notícia sobre o pedido de cassação, que já era de seu conhecimento e de sua assessoria jurídica, pois não há fundamento legal para a cassação de seu mandato;
2. Há decisão judicial de natureza cível em favor do sujeito, porém está impugnada, por ser inconstitucional;
3. A vereadora jamais foi condenada criminalmente, em nenhuma ocasião da vida, muito menos em relação ao deputado;
4. A vereadora denuncia a perseguição política de que tem sido alvo devido às suas posições políticas progressistas, de combate ao fascismo, à LGBTfobia, ao racismo e a todo tipo de violência;
5. O deputado procura utilizar-se exclusivamente de sua ideologia para tentar cassar o mandato da primeira mulher negra democraticamente eleita nesta capital e isso é violência política;
6. Repudiamos a banalização feita pelo deputado ao voto popular que elegeu a vereadora Edna Sampaio;
7. Repudiamos a violência política racial e de gênero.