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Notícias / Entrevista da Semana

28/08/2022 às 08:00

Bolsonarista raiz: Conheça Antônio Galvan, candidato ao Senado pelo PTB

Com duras críticas ao STF e aos adversários, a quem ele chama de ‘melancias’, Galvan tratou de temas como aborto, armamento e reforçou o apoio incondicional a Bolsonaro

Kamila Arruda e Paulo Henrique Fanaia

Bolsonarista raiz: Conheça Antônio Galvan, candidato ao Senado pelo PTB

Foto: Arte: Leiagora / Foto: Kamila Arruda

Natural de Sananduva (RS), Antonio Galvan foi para Mato Grosso em 1986 e criou raízes na região Norte do estado. Produtor rural, nascido em 1957, Galvan tem formação técnica em contabilidade, foi presidente do Sindicato Rural de Sinop, diretor da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), é um dos maiores nomes do agronegócio no estado e atualmente está licenciado do cargo de presidente nacional da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja), para disputar as eleições majoritárias ao cargo de senador da República pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
 
Sem papas na língua, Galvan é uma figura polêmica e faz questão de ostentar o título autodeclarado de “bolsonarista raiz”. O candidato diz que é o único postulante em Mato Grosso que realmente representa o bolsonarismo fiel e chama os adversários de direita de “melancias”: verdes por fora e vermelhos por dentro.
 
Desde a vitória do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, Galvan foi ganhando os holofotes da mídia aos poucos, culminando em um protagonismo nas manifestações de 7 de setembro de 2021, quando o produtor rural chegou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal por, supostamente, financiar atos antidemocráticos que pediam a destituição de ministros da Justiça e até mesmo o fechamento do Congresso Nacional e a intervenção militar com Bolsonaro no poder.
 
O Leiagora entrevistou Antonio Galvan sobre sua plataforma de campanha e a corrida eleitoral ao Senado. O candidato não poupou críticas aos adversários, aos ministros do STF, exaltou o presidente Bolsonaro e abordou assuntos polêmicos como aborto, armamento e reforma trabalhista.
 
Leiagora - Galvan, por que encarar uma candidatura para senador agora?


Antonio Galvan - A conjuntura hoje que o país está e os nomes que aí se apresentaram para ser candidatos ao Senado por Mato Grosso, nenhum é legítimo defensor do atual trabalho que o presidente da República vem fazendo. Para mim, só foram dois oportunistas que tentaram vender o nome do Bolsonaro. Um [Neri Geller] desistiu, foi lá se aliar com o PT, com o Lula que já era de lá, já era do grupo de lá. E o outro [Wellington Fagundes] ainda tenta enganar a população dizendo que ele é hoje defensor do presidente. E a população não vai cair, ela não vai aceitar ser enganada nem se o presidente da República vier pedir voto para ele. A população não vai aceitar isso e não vai concordar. Porque alguém que apoiou Lula na eleição e na reeleição, alguém que apoiou Dilma na eleição na reeleição, alguém que apoiou Haddad contra o próprio presidente em 2018, aliado com o PT, com o PCdoB, com o PV, não fez uma única defesa na tribuna do Senado dos ataques de ministros do Supremo Tribunal Federal, da grande mídia e mesmo da oposição, agora quer se titular candidato de direita, candidato bolsonarista. Esse é um oportunista que tá querendo navegar novamente na nave achando que a população vai acreditar. Eu quero reiterar, mesmo com o presidente da República - pelo fato de ser partidário e ele tinha que optar por um partido -, pedindo voto pro Wellington, tenho certeza que o bolsonarista não vai aceitar e não vai votar nele. Então, nós precisamos realmente ter candidatos, hoje, que olhe para o Brasil, que olhe a situação que nós vivemos e o risco que nós corremos. Porque eu não vi nenhum, nem ele [Wellington Fagundes] que está hoje dentro do Senado Federal, se preocupar com isso e sair em defesa da verdadeira democracia do Brasil.
 
Leiagora - O senhor disse que o presidente está pedindo voto para o Wellington Fagundes.


Antonio Galvan - Não, não falei que ele está pedindo, porque ele nunca pediu. Ele mencionou o nome dele. Mencionar é uma coisa, pedir é outra. O que eu estou falando é que, mesmo que o presidente venha, no futuro, por força partidária, por pressão que tá recebendo justamente do partido, o cidadão que é bolsonarista, o cidadão que é de direita, não vai acreditar que o Wellington Fagundes, atual senador indo para a reeleição, seja um candidato de direita.
 
Leiagora - Nessa linha, como o senador Wellington está no mesmo partido do Bolsonaro, como o senhor acredita que não vai influenciar no voto do cidadão mato-grossense?


Antonio Galvan - De forma e maneira nenhuma. O fato de estar no mesmo partido não quer dizer que ele, o Presidente da República, por força de necessidade, de estar no partido, ele seja apoiador realmente do senador. Então, nenhum momento ele falou até hoje que o apoia, pediu voto ou coisa nesse sentido. Mas volto a frisar que, caso venha a acontecer por pressão, que é isso que ele está recebendo, o cidadão aqui não vai aceitar, não vai concordar e não vai votar concordando que eles sejam defensores do presidente.
 
Leiagora - O senhor pretende fazer algum trabalho no sentido de alertar a população com relação a isso?


Antonio Galvan - A população já sabe.
 
Leiagora - Porque o senhor se intitula como o único candidato bolsonarista de verdade?


Antonio Galvan - Não é que eu me intitulo, a população, o povo, o cara que é bolsonarista está enxergando assim e sabemos que a gente está mexendo com melancias. Quem foi sempre pra onde a maré é melhor, foi com Lula, foi com Dilma, foi com o próprio Haddad, agora vem querer navegar nas águas mansas da onde o presidente construiu esse seu mandato de quase quatro anos, sem corrupção, sem nada provado de desvios de recurso... Então, dessa vez, com certeza, essas águas para eles estão turbulentas, porque eu estou aqui como sendo da direita raiz e apoiador do presidente Bolsonaro. Como sempre falei, desafio a mostrar ele [Wellington Fagundes] em um único movimento que foi feito em favor do presidente, em defesa do presidente, pela gestão que ele fez ou aparecer com as camisetas das cores do Brasil, como nós todos vestimos e fomos a campo brigar. Então, não concordo e a população, com certeza, não vai engolir essa que ele deseja realmente ser de direita, porque quem militou na esquerda até a última eleição e contra o próprio presidente Bolsonaro, pedindo voto pro Haddad, inclusive no segundo turno, não tem como a população acreditar.
 
Leiagora - Como o senhor vai conduzir esses pouco mais de 30 dias de campanha?


Antonio Galvan - Até esse momento aí, mais ou menos uns 60 dias, já rodei mais de 120 municípios no Estado, levando a nossa mensagem, a mensagem justamente de preocupação por essa inércia de nosso Congresso Nacional. O que estamos atravessando é o risco de perdermos uma eleição dessa do nosso país e aí o país se tornar socialista como já aconteceu com a maioria dos países aqui da América do Sul e com alguns da América Central, inclusive. Eu já vim candidato por conta disso, porque os que se apresentaram aí, com certeza, não estão preocupados com isso, com a liberdade do povo brasileiro. Que como está hoje a Venezuela, já está a Colômbia, está o Chile, está o Equador, está a própria Argentina, o Brasil é a bola da vez.

Se acontecer, infelizmente o mundo corre o risco de ser um mundo socialista. E não só a América Latina. Como a construção da própria Ursal, o próprio Foro de São Paulo. Quando a gente trata desses assuntos em todos esses municípios que a gente tratou, a gente percebe nos olhos das pessoas que eles realmente estão preocupadas com o que está acontecendo. Principalmente ainda pelo que o cidadão, se é que vai dar pra chamar de cidadão, o 'nove dedos', foi solto por uma situação absurda e ridícula de um ministro do Supremo Tribunal Federal, dando a ele o poder de disputar a eleição depois de ter oito anos de um péssimo mandato, de onde a roubalheira se instalou, dando sequência do mandato também do PT, da [então] ministra Dilma Rousseff, culminando depois na cassação do mandato dela.

Não podemos de forma nenhuma aceitar. A população vai entender isso com certeza. Irá às urnas, que é uma das preocupações. No Chile, foi problemático, na Colômbia, pouca gente foi votar - na proporção dos habitantes, 56% foram votar. Abstenção de 44%, conforme foi divulgado por toda a mídia. Isso não vai acontecer no Brasil. Nós não podemos deixar o mal prevalecer sobre o bem. Porque gestão como feita essa do presidente Bolsonaro, em que tentaram acusá-lo por várias vezes de desvio, de alguma irregularidade e nada conseguiram provar até hoje... não vamos deixar isso acontecer.

Por isso, coloquei meu nome. Porque os dois nomes que estão aí não representam a democracia, nenhum representa hoje a defesa dessa gestão que vem sendo feita, que foi uma gestão de torneira trancada.
 
Leiagora - Qual vai ser a principal bandeira da sua campanha e, caso eleito, qual bandeira o senhor vai defender no Senado?


Antonio Galvan - Uma das nossas bandeiras é buscar a nossa liberdade e, para garantirmos isso, precisamos de segurança jurídica, em que cada poder trabalha dentro da sua casa, de acordo com a Constituição, e não essas constantes intervenções, principalmente de alguns ministros, principalmente do STF, até mesmo no Congresso, em cima do próprio Executivo. Porque é um absurdo ridículo esses senadores que nada fizeram, porque, com certeza, vai ter que 'impitimar' dois ou três ministros do Supremo, porque ministros que não deixam combater o crime organizado, impedem pela força o poder dele, com certeza terão que ser 'impitimados'.
 
Leiagora - E como fazer isso?


Antonio Galvan - Justamente o Senado tem o poder para isso, porque eles não estão respeitando a nossa Constituição. Eles estão legislando, executando, julgando e condenando. Eles tem o poder de julgar e sentenciar, mas quando vem um processo da origem correta. Não igual fizeram com o Daniel Silveira e dando a concordância de 363 deputados com a prisão dele, sabendo que a própria Constituição dá o direito e o poder dos deputados de se expressar livremente. Segundo, nós temos que fazer uma reforma no nosso ensino e não há uma preocupação do nosso Senado até hoje, nem da Câmara [dos Deputados]. Vi o governo federal tentando implementar alguma coisa, falando em escola sem partido e, infelizmente, não prosperou, porque temos um Congresso Nacional... já [foi] solicitada por diversas vezes pelo Bolsonaro a renovação do mesmo [Congresso] e que seja feita essa renovação! Porque, se ele estivesse satisfeito com o Congresso como está , não estaria pedindo a renovação. É porque o Congresso não está fazendo a tarefa dele, então, não podemos mais aceitar essa forma de ensino que está aqui.

Nosso [ensino] fundamental, por exemplo, tem aluno que, aprendeu ou não, está passando de ano. Os professores estão sendo vítimas de um processo instalado no sistema de ensino. Nossas universidades, os momentos de depravação como são feitos, comércio de drogas, destruição do patrimônio público do jeito que está sendo feito... Temos que instalar mais cursos técnicos. São poucos os que temos no Brasil, temos uma demanda imensa de mão de obra, principalmente aqui dentro de Mato Grosso, onde a gente não tem uma mão de obra com a mínima formação. Temos emprego e serviço à vontade e temos pessoas falando que ainda tem desemprego. Ele só existe pela falta de qualificação dessas pessoas. Mato Grosso hoje está buscando mão de obra fora do Estado para suprir a demanda e alguém ainda fala que Mato Grosso tem desemprego. Mato Grosso não tem desemprego, aqui tem muito trabalho e as pessoas tem que ter o mínimo de educação. Os cursos técnicos têm que prevalecer para dar essa qualificação.

A questão da saúde, hoje, o governo Federal já estancou a corrupção. Isso agora tem que acontecer nos estados, tem que acontecer no município. Dinheiro tem para investir na saúde e não ficar esse caos todo que vemos todo ano, basta que se pare com a roubalheira, o superfaturamento, que pare com essa corrupção. Temos itens como a infraestrutura que, graças a Deus, começou a se desenhar uma infraestrutura diferente, chegando às nossas ferrovias, temos a discussão da hidrovia. Trabalhamos muito esse assunto da infraestrutura principalmente quando [eu estava] dentro da Aprosoja em Mato Grosso e na Aprosoja Brasil, licenciado agora para essa disputa.

Tem muito a fazer em nível de Brasil, especialmente de Mato Grosso, já que estamos muito distantes dos centros consumidores. O modal de transporte de peso e volume tem que ser mudado urgente, já devia estar nessas rodovias e hidrovias, mas, infelizmente, pela inércia de governos estaduais anteriores e principalmente de governos federais, isso ainda não aconteceu, mas começou a se movimentar nesses últimos três anos pelo governo do Bolsonaro. São 'n' as situações.

Temos problemas graves no país todo, porque, como senador, tenho que pensar em nível de Brasil. Temos problemas graves fundiários. Mato Grosso inteiro tem problema fundiário. Isso é uma situação que tem que ser resolvida. Tem problema com o Intermat [Instituto de Terras de Mato Grosso], isso é coisa com o Estado, mas os principais problemas que ainda temos são diretamente com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e isso é com o governo federal. Esse governo já titulou muitas áreas, mas tem muito a ser feito. Porque governos anteriores nada fizeram. São vários os itens que temos que atacar, mas a segurança jurídica que vai garantir a nossa liberdade, é com isso que temos que nos preocupar. Porque, para que tenhamos Deus, pátria e família, você só consegue ter isso com a sua liberdade garantida, mas liberdade com responsabilidade.
 
Leiagora - Qual a sua avaliação para a disputa ao governo do Estado de Mato Grosso?


Antonio Galvan - O PTB foi o único partido sozinho que lançou candidatos a deputados estaduais, federais, senador e governador e acredito que nosso [candidato a] governador vai ter sucesso. Estamos trabalhando para isso acontecer, vai dar segundo turno, com certeza.
 
Leiagora - Agora vamos fazer algumas perguntas com tópicos, para saber a opinião do senhor sobre esses temas. O Projeto que tira Mato Grosso da Amazônia Legal. O senhor é a favor?


Antonio Galvan - Acredito que tem que mexer no Código Florestal. Não vai ser um projeto isolado que vai resolver esse problema e como já se passaram os 10 anos, é passível de se fazer isso. Concordo plenamente que Mato Grosso, Rondônia, Tocantins e parte do Pará têm que sair da Amazônia Legal, porque são estados, são regiões extremamente produtoras de alimentos e, quando falamos de alimentos, é aquilo que todo dia, que nosso cidadão precisa. Alimento é indispensável, sem dúvida nenhuma. Nós temos esses três estados que têm que ser olhados diferentes, não pode seguir nessa situação do nosso Código Florestal. Não vejo que um projeto isolado só para Mato Grosso pode vingar. É muito bom, mas [é difícil] conseguir sem apoio de outros estados e mostrar a necessidade que temos de alimentos, porque esses outros estados são grandes produtores de alimentos.
 
Leiagora - Reforma tributária?


Antonio Galvan - Isso tem que acontecer, sem dúvida nenhuma, tanto a tributária como a administrativa propriamente dita, teria que vir antes para ajustar o que você precisa dentro do setor público, isso tanto faz em nível municipal, estadual ou federal, para daí fazer a reforma tributária. O que não pode acontecer é continuar a cobrança desses índices de impostos e a gente vê pouca obra de um modo geral. Os impostos são muitos, com tudo que o Bolsonaro pegou com dois anos de pandemia, só por ter estancado a corrupção em nível federal, todas as empresas estatais dando lucro - porque antes viviam dando prejuízo - já se conseguiu fazer muito. Veja que o hoje o Ministério da Infraestrutura trabalha com um terço do orçamento que tinha nos mandatos do PT e fez muito mais que se fazia naquele momento. Isso já tem que ser de modo geral e temos 'n' situações, que tem que trabalhar firme nesse propósito.
 
Leiagora - Reforma trabalhista e previdenciária?


Antonio Galvan - Hoje, isso também não pode seguir, porque só no Brasil existe uma justiça trabalhista. Será que isso ajuda o trabalhador? Será que se o trabalhador negociar as suas horas e seu trabalho [direto com o patrão]... Por que todo mundo vai para os Estados Unidos e lá não tem lei trabalhista e quer trabalhar e ninguém quer vir trabalhar aqui? Ela [a reforma trabalhista] tem que acontecer, o trabalhador tem que ter mais liberdade de ele discutir com o patrão as horas de trabalho, sem a intervenção de ninguém. Eu não vi, em nenhum momento, dizer que essa Justiça do Trabalho tenha feito justiça do trabalho. Ouvi muito foi perseguição em cima do setor produtivo e dando um salário pífio a esses trabalhadores, justamente pelo custo que é dado a esse funcionário, porque, se dessem a liberdade dele, se quisesse, trabalhar mais ganhando mais, citando aqui os Estados Unidos, o cara trabalha 12, 13 horas, à vontade dele, se ele tem disposição. Agora, porque que tem alguém que vem falar que ele deve trabalhar só 8 horas? Se ele pode trabalhar 12, 15 se ele puder, se for remunerado pelo que ele faz... Então, nós temos que atualizar para o que é a realidade do mundo e não o que é essa lei trabalhista nossa, obsoleta, porque só tem ela no Brasil. Se ela é tão boa assim, porque ninguém aproveitou ela até hoje? Esse custo principalmente que tem em cima desse sistema trabalhista, não tem sentido manter isso aí. Em qualquer país, quem julga é a justiça comum. Por que nós temos que ter uma justiça específica para isso? E é assim com a nossa própria Justiça Eleitoral, nosso Tribunal Eleitoral. É um absurdo ter o Tribunal Superior Eleitoral, isso não existe no mundo. São invenções do Brasil e nós temos que buscar uma forma de eliminar isso e seguir o normal, como o mundo segue.
 
Leiagora - Aborto?


Antonio Galvan - Sou contra. Acho que o direito à vida é de todos.
 
Leiagora - Armamento?


Antonio Galvan - Favorável. As pessoas de bem são coibidas de ter sua arma para inibir o ladrão, o vagabundo, porque ele não compra arma na loja. Ele vai comprar clandestinamente. [A favor ao] direito de ter uma arma na sua propriedade, inclusive com menos burocracia. Hoje ele tem o direito de comprar uma arma, mas a burocracia ainda é muito grande. Para ele [o interessado] ter dentro de sua casa, tanto urbana como rural, ele tem que ter o direito de pegar junto à Justiça, que ele não tenha antecedentes, que ele possa comprar sua arma para dentro da casa. No carro andando, aí, eu concordo que tem que ser mais restrito, mas na sua propriedade, tem que ter menos burocracia, porque quem tem que ter dúvida se o cidadão está ou não armado é o bandido e não o cidadão de bem ficar refém do bandido, como foi acostumado a ter os bandidos. Realmente, nós expurgamos da politica uma boa parte, o restante vai agora nessa eleição.
 
Leiagora - Auxílios?


Antonio Galvan - Em momentos específicos, em momento de necessidade, não tem problema. Agora, eles não podem ser usados ad aeternum, a não ser que sejam para pessoas que tenham problema como comorbidades ou coisa nesse sentido. Por isso, eu tô falando em escola técnica, porque a pessoa que tem seus dois braços, pernas e seja mentalmente sadio, ela pode trabalhar. Um país só cresce produzindo e não dividindo os trabalhos dos outros.
 
Leiagora - Sobre a questão dos combustíveis?


Antonio Galvan - O combustível é uma questão específica de forma que foi colocado por problemas anteriores, já colocando os donos, os acionistas, principalmente da Petrobras. Então, sou favorável que a Petrobras seja privatizada, porque eu acredito que o governo tem que segurar poucos serviços e os serviços essenciais e, mesmo assim, tentando buscar uma terceirização, porque aí você mantém mais qualidade. A exemplo da nossa própria previdência, você pagando particular é atendido e esse preço que você paga hoje fica maior que se pagar a privada. O que se justifica isso? Nada. Então tem que se olhar, sim, tem que privatizar a Petrobras, assim como tantas outras empresas que existem do governo federal e cuidar mais especificamente de alguns assuntos, como a própria segurança, a infraestrutura de certo modo, porque tem partes que tocam o governo em questões de calamidade. Por isso que o valor tem que sempre ser redistribuído de uma forma diferente, as pessoas moram no município, não no estado - de modo geral -, nem no país. O país é uma simples dimensão geográfica, assim como o estado, o município não deixa de ser uma dimensão, mas as pessoas estão localizadas em cada município. Então, tem que vir mais recurso para os município e direto.

Acabar com as emendas que é a farra dos políticos que todo mundo sabe. Não vou dizer que são todos, mas tem uns que lutam muito por emenda, porque eu já conheço esse assunto desde criança que existe um pedágio, um retorno e uma propina. Esse sistema de levar dinheiro aos municípios tem que acabar. Tem que vir automaticamente do cofre maior, ou seja da União pro estado, da União pro município ou do estado pro município. Tem que acabar com a farra das emendas. Porque tem muitos políticos que se dedicam muito e se vangloriam com isso e a gente chega a encontrar prefeito que chega a pedir até 30% do valor pra eles, agora 10% que é de praxe. Não tô falando que são todos, mas sabemos que existe muito, mas gostaria que isso acabasse e que o dinheiro fosse direto pro prefeito não ficar refém de ter que apoiar o 'fulano, porque ele me trouxe emenda' ou que o governador fique refém do presidente ou do deputado. Sabemos que aqui no estado teve milhões em emendas e outros não tiveram dinheiro liberado, isso é justo? Está certo? Isso tem que ser mudado. O valor que é liberado pra um tem que ser liberado pra outro, tem que ter a igualdade que a democracia prega, a igualdade em vários segmentos e setores. Se liberar pra um deputado a emenda, automaticamente tem que liberar o valor pra lá ou estanca e acaba com tudo e os recursos vão direto pro prefeito.
 

Por último, eu quero comentar quanto ao risco do mundo sobre a insegurança alimentar. Nosso país é o quarto maior produtor de grãos, não temos ainda esse risco de desabastecimento, mas os preços se elevaram bastante por conta do próprio custo e a demanda mundial. Hoje, no mundo está escassa a oferta de alimentos, países sofrendo muito, inclusive os mais pobres, então, essa grande preocupação que temos que pensar para alimentar a própria humanidade... nós temos que repensar nosso Código Florestal, aproveitar as grandes áreas que temos com produção, onde temos um clima favorável como é o caso de rever a [lei] 12.651, nosso Código Florestal, pra poder garantir essa segurança alimentar, porque não tem sentido existir o ser humano e não ter alimento pra todos.
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1 comentário

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  • Dorival Ruiz Linares 29/08/2022 às 00:00

    Concordo com tudo que Nosso Ilustríssimo Galvan falou . Pela sua Garra pela Sua Coragem pela Vontade de ter um Brasil melhor Destemido e Valente . Estou com Senador Galvan !!! Pra assumir em 2023 Brasil Acima de Tudo DEUS Acima de Todos

 
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