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Notícias / Entrevista da Semana

04/09/2022 às 08:00

Candidata do PV, Márcia Pinheiro quer focar na humanização da gestão e valorização dos servidores

Primeira-dama de Cuiabá pretende levar acertos da administração da Capital para o restante de Mato Grosso

Jardel P. Arruda e Gabriella Arantes

Candidata do PV, Márcia Pinheiro quer focar na humanização da gestão e valorização dos servidores

Foto: Foto - Da Assessoria/Arte - Leiagora

Apesar de concorrer pela primeira vez a um cargo eletivo, a política está presente na vida de Márcia Pinheiro (PV) desde a infância, quando ela acompanhava o pai, um articulador político no Paraná, em reuniões e agendas oficiais. Já em Mato Grosso, acompanhou a carreira do marido e do filho, Emanuel Pinheiro (MDB) e Emanuelzinho (MDB) não como mera espectadora, mas como ela própria uma articuladora no bastidores.

E apesar de ter sido a última candidata ao governo de Mato Grosso a ser confirmada pelas coligações, Márcia chegou com a credencial de ter sido elogiada pessoalmente pelo ex-presidente Lula (PT) pelo tino político. Segundo os petistas Valdir Barranco e Rosa Neide, o candidato do PT à presidência da República foi o dono da ideia de lançar a primeira-dama de Cuiabá ao Executivo estadual, após outras pessoas recuarem do desafio.

No centro do palco político e como única mulher candidata a um cargo executivo em Mato Grosso nesta eleição, Márcia Pinheiro quer trazer justamente o lado feminino para a campanha. Quer cuidar dos mato-grossenses como uma mão, humanizar a gestão estadual e promete levar para a administração do Estado tudo que foi testado na gestão do marigo, Emanuel Pinheiro, em Cuiabá.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Leiagora Queria que você falasse um pouco sobre o que te diferencia dos outros candidatos. O que faz Márcia Pinheiro ser diferente dos outros candidatos ao governo de Mato Grosso?

Márcia Pinheiro – Eu acho que a sensibilidade, o fato de eu ser mulher, de querer cuidar das mulheres. Desde sempre participei da política, mas pela primeira vez estou disputando um cargo Executivo. Eu acho que já me inspirei em muitas mulheres e também quero ser uma inspiração para tantas outras, né?! Que eu abra caminhos para outras mulheres também. 

Nós já tivemos a Jacy Proença, que foi vice-prefeita, já tivemos deputadas, mas nós nunca tivemos uma governadora. Então eu acho que esse empoderamento da mulher é fundamental. Então eu quero ser um caminho para outras mulheres, para poder ser inspiração para outras mulheres, como outras mulheres são inspiração pra mim. 

Acredito que esse diferencial de ser mulher, de ser mãe e ter esse olhar acolhedor, acho que essa é a diferença. Porque obras, infraestrutura, tudo é fundamental para qualquer cidade, qualquer estado, país, para desenvolver o que a gente precisa. Mas esse olhar acolhedor para com as pessoas é o grande diferencial, o diálogo é a grande diferença da Márcia para os outros candidatos.

LeiagoraAgora há pouco eu estava te ouvindo falar sobre como você já participou da política há muito tempo desde sua infância no estado do Paraná, acompanhando o seu pai que era um articulador político, até quando você veio para Mato Grosso nos bastidores do trabalho do Emanuel Pinheiro, trabalhando de uma forma paralela na prefeitura de Cuiabá. Como está sendo a diferença agora de sair da parte de articulação, sair de trás das cortinas para estar liderando o projeto. Como tem sido isso pra você?

Márcia Pinheiro – É desafiador, mas o que mais me motivou. Porque claro, você ajudar é uma coisa, você ser o candidato ou candidata realmente é bastante diferente. Eu acho que o desafio é maior, realmente o que me inspirou muito, quando eu penso nas pessoas que precisam desse olhar humano, que precisam desse apoio, desse carinho que toda mulher tem, que a mãe tem. Então acho que isso é o que mais me motivou realmente, quando eu olho para essas pessoas, eu vejo no olhar delas, principalmente das mulheres, que elas precisam de uma Márcia governadora.

LeiagoraCaso Márcia Pinheiro seja eleita, qual é o principal projeto de governo dela para Mato Grosso? Aquele que você falaria que seria o projeto de um mandato.

Márcia Pinheiro – É cuidar das pessoas, a maior obra que eu quero fazer é cuidar das pessoas. O restante, saúde, infraestrutura, educação, é fundamental. Mas eu acho que a grande obra nossa vai ser a humanização, esse vai ser o nosso grande diferencial.

LeiagoraVocê é muito conhecida em Cuiabá. Você é a primeira-dama, tem trabalho na área social, o seu filho também é deputado federal. Você já é muito conhecida aqui, mas qual estratégia agora para furar essa bolha? Ampliar a forma como você é conhecida para além?

Márcia Pinheiro – Exatamente, lógico, como eu disse, Mato Grosso tem uma extensão continental. Mas hoje, graças a Deus, nós temos essa oportunidade de um eleitor lá de uma cidade longínqua estar ouvindo a candidata. Então isso que vai me aproximar das pessoas, então acho que isso é importante porque vai dar condições de às vezes de eu não estar no município.

Eu fui convidada para ir ao Altos da Serra, talvez não dê tempo de eu chegar lá, mas pelo menos tivemos a oportunidade de conversar. Então esses meios de comunicação, para que a gente leve as nossas propostas, para que o cidadão possa conhecer a candidata. Então é através de vocês [imprensa], que nós chegamos até o eleitor.

LeiagoraVamos falar agora das grandes áreas comuns a todos os governos. Qual é a sua principal proposta para segurança pública?

Márcia Pinheiro – Primeiro chamar, nós temos aí um efetivo de 7 mil homens, nós precisaríamos no mínimo 12 mil homens e mulheres, eu digo, no total da segurança, seja civil, seja militar, seja Politec, seja os batalhões que hoje nós estamos sabendo que eles estão fazendo cotas para comprar café, para comprar rações onde tem cachorros. Estão totalmente desamparados esses batalhões. 

Precisamos pagar RGA para eles, para que a gente possa voltar com o poder de compras, que a gente possa fazer convênios com os municípios, e fazer essa parceria da atividade delegada que é em um momento de folga, porque eles têm três dias de folga. Que eles possam um dia desses, que eles tenham folga, trabalhar para o setor público, fazer o convênio com o município, porque nós temos muitos policiais que prestam serviço para a prefeitura e recebem, então aumenta seu salário. Então é uma forma da gente poder tá aí fortalecendo essas pessoas, que se doam para a sociedade. 

Sempre penso muito nisso, quando um policial, até um delegado, como nós vimos agora, da polícia federal, quando uma pessoa da segurança pública sai de casa, você não sabe se ela volta. Então eu acho que merece todo o nosso respeito, todo o nosso carinho, todas as nossas prioridades para essas pessoas que se doam, como foi esse caso do policial federal que morreu, um jovem de 35 anos, perdeu sua vida ali no trabalho. 

Eu acho que a gente precisa fortalecer de uma forma geral, chamar os concursados, fazer os concursos públicos, que devem ser feitos nas áreas que precisam de ser, precisam ter, então, colocar os policiais. Nós temos municípios aí que tem um policial. Um policial, não vai dar a segurança, nem ele tem, propriamente. Uma pessoa, no máximo duas pessoas em alguns municípios... Então eu acho que nós temos que haver um planejamento disso aí, uma redistribuição, aumentar o efetivo que tem aí um déficit de pelo menos 5 mil pessoas.

Nós sabemos que chegam muitas demandas para a gente. Parece que um presídio de Várzea Grande, parece que tem só 10% do efetivo lá, está faltando 90%. Então são situações que a gente sentar junto ao comando, no caso da Secretaria de Segurança Pública, remanejar tudo isso. As pessoas precisam de segurança. Até porque nós temos um estado fronteiriço, nós temos muito a questão de drogas, de aliciamento, de tráfico. Então precisa dar prioridade, como nós temos que dar na educação, na saúde.

LeiagoraA saúde pública é um tema que ficou muito em foco principalmente por conta da pandemia de covid-19. Você falou sobre concurso público, e a saúde é um dos setores de governo do Estado, que há mais tempo não tem concurso público. Passaria pelos planos fazer um concurso público pra saúde? E quais serão as outras propostas para saúde também?

Márcia Pinheiro – Sim, inclusive nós fomos muito cobrados aqui em Cuiabá sobre concurso público. Nós fizemos o concurso público aqui, recentemente na saúde, fizemos o primeiro da história na assistência social, foi primeiro concurso público da história na assistência social. E o Estado não faz concurso na saúde há mais de 20 anos. Isso é prioridade, fazer esses concursos, estruturar a saúde, estruturar os hospitais regionais, até para desafogar Cuiabá. Porque aqui o HMC, atende 60% da população do interior e 40% só de Cuiabá. Às vezes falta atendimento para o seu munícipe que vive aqui em detrimento as vezes de situações emergenciais que vêm do interior e não tem como não atender. Você precisa atender, e que nem eu estive na região leste, uma região bastante desamparada, está abandonada.

Já determinamos para que a gente já faça um estudo para construir um hospital regional, por exemplo, em Pontes de Lacerda, que abrangeria toda a região ali. Temos uns casos extremamente graves, tem vários casos graves, mas o que mais foi latente para nós nessa visita foi a questão da hemodiálise, que tem pessoas que andam 1800 km por semana, já debilitados, para poder fazer hemodiálise. Precisa ir até Cáceres, para poder conseguir fazer essa hemodiálise. Então, não tem como não fazer, se não fizer ela morre. Então ela é obrigada a fazer.

Então estruturar a saúde de uma forma geral é prioridade. Foram licitados quatro hospitais, mas quando nós assumimos a prefeitura nós pegamos o HMC abandonado, ele estava parado. Em dois anos o Emanuel fez o hospital, botou o gabinete de lá dentro do hospital até a entrega do hospital. Então em dois anos nós fizemos um hospital de 20 mil metros quadrados, com leitos de UTI, com tudo que está salvando essas pessoas. Principalmente na pandemia, se nós não tivéssemos o HMC, ia ser uma tragédia aqui em Cuiabá. Então é prioridade total, fazer os concursos públicos, reestruturar os hospitais, repor esses funcionários, pagar RGA, voltar com o poder de compra deles, acho que isso é fundamental.

Leiagora A Assistência Social é uma área que tem sido muito debatida também na campanha, a fila dos ossinhos é praticamente em todo o ambiente e alguém faz uma pergunta sobre isso. Você já falou que tem uma proposta de remanejar mais de 100 milhões para a questão da Assistência Social, para o combate à pobreza. Mas eu queria saber também das propostas para a geração de renda para tirar as pessoas da Assistência Social. Quais são os projetos para conseguir aumentar a renda do mato-grossense? Porque hoje o estado é rico, só que a distribuição de renda é muito desigual.

Márcia Pinheiro – Sim, completamente. Aqui em Cuiabá nós temos o projeto Qualifica. E são duas situações. Você tem que amparar essas pessoas que estão na pobreza, mas como se diz, você não pode só dar o peixe, tem que ensinar a pescar. E esses cursos, que é o Qualifica, são 40 cursos com o Senai e 20 cursos com o Senac, são parcerias, nas quais nós já chegamos aí com 7 mil pessoas qualificadas, para geração de emprego. 

Nós temos inúmeros relatos de pessoas que fizeram os cursos hoje e estão tendo uma vida melhor, uma vida digna. Nós tivemos o primeiro surdo e mudo que fez, nós fizemos, na região industrial de Cuiabá. Muitas pessoas que, por exemplo, estavam sendo demitidas porque elas chegavam em um nível que ela teria que ir para o outro cargo e ela não sabia como operar uma empilhadeira. Nós, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, através do secretário Francisco Vuolo fizemos um levantamento naquela região dos cursos que eles mais precisavam. Então nós direcionamos esses cursos lá pra região, para que aquelas pessoas que estavam sendo demitidas, fizessem os cursos e já retornassem para seus lugares, seus postos de trabalho. 

Então a política de inclusão, e seriam quantos pais de família ali desamparados, é uma forma de você estar qualificando e tirar essa dependência. São pessoas que viriam a depender do poder público. Então a gente precisa realmente fazer isso, então a questão da Assistência Social nós já avançamos muito. Inclusive, a questão da fila do ossinho, se não fosse a nossa atuação, nós teríamos mais filas de ossinho aqui em Cuiabá. Não seria só uma fila de ossinho.

Nós assumimos a assistência, são dados reais que estão nos portais, nós temos hoje, por exemplo, 30 mil pessoas que são beneficiadas no CadÚnico, essas pessoas são referenciadas, recebem por um tempo, e nós ainda incluímos na cesta básica que ofertada ainda kits de higiene e kits de limpeza, que não tinha antes, e não tem como ficar sem isso. 

E várias outras questões. A questão da assistência social é muito abrangente, nós temos a questão dos venezuelanos, às vezes vemos mulheres nas ruas com as crianças, só que elas são abordadas diariamente, porém elas têm livre arbítrio, não tem como obrigá-las, ir lá e falar "vou te pegar" e pegar. Não existe isso. Às vezes você oferece dinheiro, mas são todas pessoas referenciadas. Nós temos relatórios de todas essas pessoas, nós temos problemas documentais, elas precisam ser legalizadas, porque as empresas não podem contratar quem não está legalizado. Nós temos problemas da língua que às vezes não conseguem falar bem o português. Nós temos a casa do imigrante, que é onde essas pessoas podem ser acolhidas, mas grande parte delas já tem. Porque é analisado caso a caso, tem famílias que já têm o aluguel da sua casa e insistem em permanecer assim.

E nós não temos como obrigar, então as pessoas, eu quando passo e vejo, dá vontade ali de levar e falar: “Vem aqui que eu vou te levar, você vai ficar lá”, mas não temos como fazer isso, não temos como obrigá-los. Mas, a Assistência Social através da secretária Elen, que é a primeira secretária efetiva dentro da pasta, com toda a sua equipe, tem constantemente estando nas ruas, vendo, tentando tirar. Nós temos quatro albergues, hotéis que é onde a gente coloca essas pessoas, mas também é uma questão do livre arbítrio da pessoa e da família querer ser recolhida.

Leiagora No debate que teve até agora, candidata, outros candidatos, ao invés falarem da senhora, criticaram muito o seu marido, que é o prefeito de Cuiabá. Como você está lidando com a situação de, para afetar a senhora, eles falarem do seu marido?

Márcia Pinheiro – Covardia, né? Eles não querem bater em mim, então eles ficam batendo no Emanuel. É uma forma de me atingir. Eu tenho orgulho da gestão Emanuel. Ele é um prefeito que realmente humanizou Cuiabá, colocou Cuiabá para frente, principalmente na área social. Todos nossos alunos receberam o kit escolar, as crianças tem dignidade e alimentação. Nós temos vários projetos na educação, temos cuidadores de criança com necessidades especiais, nós somos referência nacional nisso e queremos levar isso para todo estado de Mato Grosso.

Então é uma forma covarde de me atacar, mas nós vamos continuar a querer levar tudo que é bom em Cuiabá para o estado.

LeiagoraPara encerrar, candidata, deixe uma mensagem para os eleitores.

Márcia Pinheiro – Gostaria de pedir o voto para Márcia Pinheiro, primeira mulher governadora do Estado de Mato Grosso, uma mulher que vai fazer a diferença com muito diálogo com os setores, que vai levar  o governo até os municípios que precisam. Ser uma governadora municipalista, com muitas parcerias, que a gente possa levar os programas que deram certo em Cuiabá para todo Estado de Mato Grosso. E dizer que nós queremos desenvolver o estado, mas também queremos cuidar das pessoas. Essa é uma característica muito importante do nosso governo, que queremos trazer desenvolvimento, gerar emprego, mas também queremos cuidar das pessoas.
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