Cuiabá, sexta-feira, 10/05/2024
13:10:17
informe o texto

Notícias / Entrevista da Semana

10/09/2022 às 11:17

Neri chama adversário de ultrapassado, fala de temas polêmicos, cassação e mantém otimismo

O parlamentar ainda falou sobre suas ações como deputado, defendeu mais amor ao invés de arma e apresentou suas propostas

Da Redação - Paulo Henrique Fanaia / Reportagem local - Kamila Arruda

O deputado federal Neri Geller (PP) iniciou a construção da candidatura ao Senado aidna no começo do ano e seguiu firme nela, mesmo com todos os contratempos, como o rompimento com o grupo do governador Mauro Mendes (PL) que acabou fechando uma aliança com o senador Wellington Fagundes (PL). E mesmo sendo colocado como um parlamentar de fácil reeleição, o progressista insistiu no projeto de concorrer uma cadeira de senador. 

Agora há menos de 30 dias da eleição enfrenta um processo de cassação na Justiça Eleitoral, correndo o risco de não viabilizar o registro, mas mesmo diante das adversársidade, o parlamentar, que também enfrentou desgaste por uma aliança com o ex-presidente Lula, ainda mantém o otimismo, aposta que tem apoios importantes de prefeitos e vereadores, que o levarão à vitória no dia 2 de outubro. 

Em entrevista ao Leiagora, o parlamentar faz um balanço dos seus 4 anos no mandato, diz que seu principal adversário está ultrapassado, faz críticas aos candidatos bolsonaristas mais inflamados, como Antonio Galvan, e se posiciona em temas polêmicas como armamento e a retirada de Mato Grosso da Amazônia Legal. 

 
Leiagora - Deputado, eu quero que o senhor comece fazendo um balanço do seu mandato de deputado federal. 

Neri Geller - Kamila, pra início de conversa a minha atuação já como ministro foi muito forte ajudando Mato Grosso e ajudando o país. Reestruturamos todo o crédito agrícola, conseguimos viajar 18 países, conquistar mercado, transformando principalmente a segunda safra do milho em 2014, abrindo mercado pro Irã e hoje 80% da nossa exportação vai pro Irã. Então, a nossa participação pra economia do estado foi desse lado de cá, foi muito forte mesmo. Como deputado federal, no primeiro dia que eu assumi, eu ajudei o governador Mauro Mendes, fui indicado pra ser o líder da bancada. Entramos com força total na época quando todo mundo vaiava o governo, quando teve que tomar medidas drásticas, aumentar o Fethab, fazer e correr atrás pra fazer a renegociação de endividamento. Estava lá, em nível da bancada batendo duro e ajudando o governo. Conseguimos reestruturar toda a dívida do estado.

Conseguimos, diferente do meu adversário, do Wellington Fagundes, e eles sabem do que eu estou falando, nós colocamos o recurso da saúde que estava empenhado da bancada anterior para que o recurso viesse pro estado ajudando o Gilberto Figueiredo, ajudando o governador do estado, pra colocar em dia, inclusive, o repasse constitucional que estava atrasado pros municípios. Foram mais de R$ 80 milhões. Se dependesse do meu adversário esse recurso não teria vindo pro estado.

Nós enfrentamos, mantemos o recurso, e ainda liderei pra colocar R$ 26 milhões na segurança pública de emenda porque tinha muito problema com viatura, com pagamento de combustível, com coletes a prova de bala, equipamento de segurança. Ajudamos nas pautas do governo Federal, todas elas de interesse do país, eu estava junto e aí eu cito a reforma da previdência, eu cito a reforma tributária.

Eu estava no grupo interministerial, no qual foi criado a comissão especial pra discutir a reforma tributária. Ela envolveu diretamente a questão da compensação da Lei Kandir, primeiro a PEC 42 que tava na pauta no Senado Federal em fase terminativa, queria acabar com a desoneração das exportações. Isso pra nós seria um caos, porque nós conseguimos ser competitivos no mercado internacional em função exatamente da isenção das exportações. Porque nenhum país no mundo exporta imposto e se nós fossemos taxado, obviamente que nós não teríamos capacidade de concorrer. Mas isso não deixou de olhar na questão da compensação da Lei Kandir e aí foi mais importante ainda. Nós da frente parlamentar é que encampamos a regulamentação da compensação da Lei Kandir. Nós que fizemos e pegamos o projeto do meu adversário que tava lá há 10 anos que, aliás, não anda nunca. E andou porque nós empurramos para que que fizessem a regulamentação da compensação da Lei Kandir. Trabalhamos e forte na questão das votações de temas polêmicos como licenciamento ambiental que vai ajudar sobremaneira o estado de Mato Grosso.

Trabalhamos na questão da votação da modernização da lei de defensivos agrícolas que é a lei do alimento mais seguro. Trabalhei e trabalhei com muita força e fui o primeiro deputado federal que colocou emenda individual e as emendas de bancada no governo do estado pra que a gente pudesse fazer essa grande parceria com os municípios que trouxe os prefeitos pra perto do governo do estado e aí isso foi seguido pelo Juarez Costa, foi seguido pelo Carlos Bezerra e nós fizemos esse grande programa de convênio com os municípios, seja ele do ponto de vista de infraestrutura urbana, de asfalto, que tem 141 municípios. Nós colocamos o recurso ou de emenda individual minha e direto pro município ou então em parceria com o governo do estado e em alguns casos fazendo até uma aliança, em alguns casos, até de quatro ou cinco parcerias. Eu, Juarez, o Bezerra, o estado e também os municípios.

Um exemplo disso é com Luiz aqui, o Tatá de Poconé e todos os movimentos da Baixada Cuiabana. E não foi só isso. Nós conseguimos, e eu fui talvez, o principal ator na questão da primeira ferrovia ser estadual. Porque nós trabalhamos desde o primeiro ano pra fazer, e foi um trabalho feito por nós e começou sabe onde? É importante vocês entenderem isso, começou lá em 2018 quando nós começamos a tratar das renovações da Malha Paulista lá em São Paulo. Eu que arranquei isso do TCU. Chamei o Mauro, fizemos audiência lá, depois o Jayme me ajudou também, mas quem liderou esse processo todo fui eu. Porque eu sabia que precisava ter a renovação da Malha Paulista pra que tivesse investimento lá pra gente aumentar a capacidade de escoamento, passar de 30 pra 75 milhões de toneladas pra depois a gente trabalhar a ferrovia de Rondonópolis, vim até Cuiabá, depois de ir pra Lucas do Rio Verde. Se fosse o contrário não ia sair porque pra 30 milhões de tonelada tem o suficiente lá em Rondonópolis e então nós precisamos fazer intervenção lá pra fazer investimento de R$ 7 bilhões, e isso deu capacidade de aumentar o escoamento de 30 milhões de toneladas pra 70 milhões de tonelada e aí veio o segundo processo que foi a estadualização, diferente do meu adversário, eu peitei o Governo do Estado, eu fiquei com o Governo do Estado, peitei o Governo Federal, eu fiquei do lado do Governo do Estado me desgastando inclusive com o governo federal pra que isso se tornasse uma realidade pra que a medida provisória que estava lá pra tirar o poder do estado de fazer e de dar a outorga e a concessão de ampliar, dentro do estado, que faria até lucro pra nós. E nós fizemos tudo isso. Então, realmente, tem muito serviço prestado, ajudei muito, além de ir no varejo atender os vereadores, os prefeitos com tanto recurso que nós coletamos, sempre trabalhando muito transparente pra imprensa, é importante a gente falar isso, vocês sabem tudo que eu fiz, tudo, eu nunca escondia, eu não tenho, eu nunca dei tapa pra esconder
 
Leiagora - O senhor estudou vários projetos, várias parcerias. O senhor tinha uma reeleição, digamos assim, garantida. Porque deixar a reeleição para disputar o Senado?

Neri Geller -  Porque eu acredito no projeto nacional, primeiro ponto, eu acredito na mudança e na eleição do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva junto com Alckmin pra pacificar o país, pra trazer o diálogo de volta, pra voltar a investir em infraestrutura, pra voltar a ter crédito pra nossa agricultura, pra ter programas sociais como o projeto “Minha Casa, Minha Vida”. Pra ter programas como o Prouni. Pra gente poder investir de novo em universidades públicas e também privadas, fazer as parcerias. Esse é o primeiro passo.

E o segundo passo, eu acho que a minha vida sempre foi movida por desafio. Eu vim do assentamento da reforma agrária. Trabalhei como catador de raiz, como frentista de posto e depois fui Ministro da Agricultura. Fiz muito pelo meu país e como deputado federal dei a minha contribuição já. Eu vou pro Senado, vou ganhar a eleição e nós vamos continuar ajudando o estado de Mato Grosso lá no Senado com muito mais força e acho que tem que ter mudança. Acho que o que é velho tem que tirar e o meu adversário tá ultrapassado. E o único que pode ganhar a eleição sou eu. E nós vamos ganhar essa eleição com a vontade popular, com a benção de Deus, eu sempre fui muito crente e faço o que eu acredito, falo sim, quando sim, falo não, quando é não. Não me isolo das pessoas, não tenho medo de ir pro debate.

Acho que o meu adversário tem que explicar muita coisa pra sociedade e não é baixaria, não é baixaria. Eu não tenho dificuldade de falar de absolutamente nada do exercício do meu mandato, inclusive da minha vida pregressa. Não tem uma vírgula de medo de fazer qualquer enfrentamento. E o meu adversário vai ter que vir pra dentro, nós vamos ter que discutir isso porque o povo precisa saber da atuação de cada um e de que forma atuou e com qual transparência que atuou. 
 
Leiagora - Você pretende usar o debate para provocar esses discussões, esclarecer esses pontos?

Neri Geller - Todos eles. Nós vamos discutir, todos eles. Eu estou pronto pra discutir o que nós fizemos, qual o projeto. Logicamente, sempre focado nos avanços do estado de Mato Grosso e fazer o debate de alto nível, mas com transparência, com a verdade. Sempre estabelecendo a verdade, olho no olho e não prevaricar. Quando chega alguma coisa que não seja republicana, a minha obrigação enquanto deputado federal é exatamente jogar isso na mesa pra que seja discutido e seja esclarecido.
 
Leiagora - Deputado, não tem como a gente não falar sobre isso. Recentemente o senhor teve o mandato cassado e foi declarado inelegível. Isso está emperrando de certa forma o julgamento do registro da sua candidatura. O senhor acredita que isso tem prejudicado o senhor da campanha?

Neri Geller - Claro que me prejudicou, está me prejudicando. Mas todos sabem da onde que vem essa cassação. Ela já foi julgada aqui no TRE, os juízes aqui do TRE já me inocentaram. E eu coloco isso agora com muita clareza pra que a população, vocês da imprensa já conhecem o processo, e a população olhe qual é a origem desse pedido de cassação. É ter recebido recurso de fonte vedada. Está no processo, eu fiz venda de milho e soja, está na minha declaração de imposto de renda, está na minha prestação de contas da minha eleição e tem todas as notas fiscais inclusive com o Romaneio e pagamento das empresas pra minha conta enquanto produtor desses recursos, descontado inclusive os impostos. Então, eu estou absolutamente tranquilo e é uma tremenda, mas é uma tremenda de uma injustiça. Isso eu falo com indignação. É uma tremenda injustiça e eu convoco toda a sociedade mato-grossense pra acompanhar essa discussão. Eu não tenho nada pra esconder. Eu estou 100% certo. E nós vamos reverter esse caso. Pode ter certeza. Nós revertendo esse caso, eu vou me fortalecer. Porque eu vou trabalhar com a verdade.
  
Leiagora - Passando essa situação, como o senhor vai conduzir essa reta final de campanha? Afinal, falta menos de 30 dias.

Neri Geller -
Eu vou trabalhar com as redes sociais, com os prefeitos, vereadores e mostrar o nosso trabalho e mostrar o potencial que eu tenho daqui pra frente pra que a gente possa chegar lá no Senado Federal. Assim como cheguei a ministro, assim como cheguei a deputado federal, trabalhando com a verdade, com muita fé em Deus e discutindo com a sociedade com transparência.
 
Leiagora – As útlimas pesquisas tem mostrado o senhor muito atrás do senador Wellington Fagundes. Como reverter esse quadro?

Neri Geller - Eu tenho pesquisas internas e estou acompanhando há 10 meses já e eu estou muito tranquilo com relação a isso. Esse instituto nacional que saiu na semana passada, com todo respeito né, mas o Fávaro aparecia sempre em último lugar e quase ganhou a eleição. Então, vamos deixar isso acontecer. Estou muito tranquilo com relação a isso, porque eu tenho um sentimento muito forte do serviço que nós fizemos pelo estado e nós vamos ter o apoio sim, até porque o nosso grupo, que é liderado pelo presidente Lula, está crescendo.
 
Leiagora - Falando um pouco da eleição presidencial. O senhor e o senador Fávaro foram escolhidos, digamos assim, a dedo pra tentar aproximar o agro do presidente Lula. Recentemente ele foi alvo de muitas críticas até pelas falas dele em relação ao agronegócio. Como que o avalia viu isso, qual foi o impacto?

Neri Geller - Eu vejo isso com muita tranquilidade até porque nos já equilibramos muita resistência. Se fosse há quatro meses era impossível fazer esse debate da forma que nós fizemos. Nós reestabelecemos a verdade, o diálogo. O presidente Lula foi, com certeza, o presidente que mais ajudou a agricultura e mais ajudou o agro brasileiro. Eu falo isso de 2006, da biotecnologia que foi aprovado, eu falo isso da renegociação das dívidas de 2006, 2007. Eu falo isso da garantia de preço mínimo, aí eu me dirijo direto aos empresários e ao produtor que sabem do que eu estou falando. Dos bilhões de reais que vieram pra agricultura. Eu falo do setor presente através da Aprosoja, 2010, 2011, quando o Carlos Fávaro foi presidente da Aprosoja e eu fui deputado federal. Em 2013, como secretário de política agrícola, mais uma vez nós trouxemos mais de R$ 10 bilhões em equalização da garantia de preço mínimo e do Plano Safra. Nós financiamos armazém em 15 anos, com três anos de carência, com taxa de juros de 2,5 a 3,5% ao ano. Nós trouxemos em 2013, 2014, mais de R$ 3 bilhões em garantia de preço mínimo, dinheiro que foi direto na veia do produtor. Uma boa parte do problema de logística foi no governo do PT, no governo do Lula e da Dilma. A questão da BR-163, foram 950 km que foram licenciados e construíram. Esse governo fez só 50 km. E mais importante que isso, nós fizemos estruturação portuária nos governos passados e nós tínhamos um presidente que dialogava, que dava espaço pro setor estar presente.
  
Leiagora - Você não acha que essa declaração dele falar que parte do agro é contra o meio ambiente...

Neri Geller - Você assistiu a entrevista dele? Se você pegar na íntegra, ele enalteceu o setor e falou bem do setor. Falou bem de quem preserva, de quem trabalha dentro da lei e quem faz a agricultura de forma sustentável, inclusive mostrando uma imagem positiva no mercado internacional que é importante pra todos. Desse ele falou bem, de quem respeita a lei. E quem não respeita a lei, vamos respeitar né? Invadir Supremo é papel do agronegócio? Não é! De fazer o desmatamento de forma irregular, fora da lei? Não, não é o papel. Então, ele falou desses fora da lei, que eu também concordo que não pode fazer de forma aleatória. Nós precisamos respeitar a legislação e o presidente Lula falou somente disso. O presidente Lula reconhece a importância do setor, o presidente Lula dá abertura, já deu abertura pra nós e com certeza o presidente Lula não foi infeliz. Quem é infeliz é quem distorce, que faz fake News. Olha a matéria na íntegra que vai ver lá, que não atacou as pessoas de bem, pelo contrário, ele enalteceu e falou que vai estar presente. Ele não tem mágoa de quem é contra ele, só precisa ter respeito. Não dá pra ficar atacando as instituições, a figura do candidato, nesse caso do presidente Lula, até porque ele foi inocentado. E é só olhar, esse mesmo setor que ovacionava ou que fazia boneco do Super-Homem do Moro é o mesmo que agora agride o Moro. Então tem que ter cautela, não pode ter dois pesos e duas medida. O presidente Lula foi inocentado, ele é inocente até que se prove o contrário e o julgamento dele foi feito de forma equivocada e eu tenho essa coragem de falar. Sei que tem algumas pessoas que não vão gostar, mas a verdade sempre tem que prevalecer. E eu e o Fávaro, junto com outras muitas lideranças tivemos essa coragem de reestabelecer esse debate e trazer isso pra mesa.
 
Leiagora - Trazendo essa questão presidencial pro nosso estado. O nosso estado ainda é bolsonarista, o senhor hoje defende a candidatura do Lula como trazer esses bolsonaristas para sua candidatura do senado?

Neri Geller - Na verdade Kamila eu estou muito tranquilo porque eu tenho serviço prestado. Nós fizemos pelo estado, nós fizemos pela agricultura, nós fizemos infraestrutura, em crédito, em segurança jurídica. Eu fui o ministro da agricultura que fez a regulamentação do Código Florestal, que assinou. Olha o que isso representa pra nós. Nós trabalhamos pra trazer tanto recurso e garantia de preço mínimo. Nós temos segurança jurídica pra fazer a modernização da Legislação Ambiental, a legislação do licenciamento ambiental e a modernização do defensivo agrícola. Isso só por si já resolve. Tem muitos e muitos produtores que estão me defendendo, os que querem o bem, os que não são ideologicamente contra só por ser contra. Pensar diferente não quer dizer que tenha que ser inimigo. Então, eu estou muito tranquilo que eu vou nessa esteira. Uma parte dos votos de direita e de centro vão ficar comigo pelo que nós fizemos e o que nós podemos fazer no futuro junto com o presidente, junto com o Alckmin. Até porque, a grande maioria dessas pessoas votaram no Alckmin já. Então agora juntou. E as pessoas querem Kamila o diálogo. As pessoas querem, mesmo os bolsonaristas, os que não são tão radicais, eles querem a convergência, o diálogo, a resolutividade dos problemas e isso com certeza quem vai fazer vai ser presidente Lula e o Alckmin.
  
Leiagora – Deputado, o senhor é candidato da Federação que tem a primeira-dama como candidata ao governo. Como que o senhor está acompanhando nessa disputa aí ao governo?

Neri Geller - Eu estou acompanhando com muita naturalidade. Eu acho que é importante a Marcia estar crescendo nas pesquisas, dá pra sentir isso. Tem o ponto importante, ela é uma pessoa preparada, estou surpreso com ela e só pelo fato de ter uma oposição já é importante. É importante pra estabelecer o debate e acho que tem possibilidade, inclusive, de dar o segundo turno e nós vamos trabalhar pra isso.
 
Leiagora - Agora vamos falar alguns temas e o senhor fala a sua opinião. As reformas tributária trabalhista e previdenciária.

Neri Geller - A reforma tributária ela é essencial. Nós trabalhamos já, e você acompanhou também, eu estava na Comissão Mista do Senado e da Câmara discutindo a reforma tributária. Ela envolveu, inclusive, a questão da compensação da Lei Kandir. Não avançou o suficiente, mas votamos na Câmara Federal. A reforma tributária é fatiada, nós votamos a tabela do imposto de renda, que foi importante, e está lá no Senado, está parado. Eu quero que o meu adversário fale sobre isso. Por que não vota essas matérias como licenciamento, lei de defensivo agrícola, reforma tributária que nós votamos na câmara?

A reforma trabalhista eu quero sim que tenha uma legislação que seja desburocratizada, que dê aos empresários, sejam eles industriais, sejam eles do agronegócio ou do comércio, a tranquilidade de fazer com segurança a geração de emprego, de renda, mas que os direito dos trabalhadores sejam preservado. E dá pra fazer isso sim, sem exagero, como está acontecendo. A gente pode discutir, vamos discutir isso lá no Senado Federal.
 
Leiagora - Mato Grosso e a Amazônia Legal.

Neri Geller
- Eu sou relator desse projeto, eu não sou autor desse projeto. Eu vou discutir ele nas universidades, com ambientalistas e com o setor. Nós vamos buscar o equilíbrio, modernizar os incentivos fiscais que provêm dessa legislação da Amazônia Legal. Hoje ela está inconsistente, completamente. Ela não leva benefício pras comunidades tradicionais ou pros produtores. Ela beneficia dois ou três empresários que fazem mega investimentos e não pagam imposto. Isso nós queremos discutir, dentro do projeto de lei, a compensação do ativo ambiental. Nós queremos discutir isso porque a comunidade internacional, se quiser que a gente preserve, tem que ajudar e cumprir os acordos internacionais que foram assinados. Então, é nessa linha que nós vamos fazer e o produtor que tinha o direito de fazer a abertura da área ele precisa ser remunerado pra isso. Eu não estou falando de aumentar o desmatamento ou de tirar Mato Grosso da Amazônia Legal. Eu estou falando, a gente rever o conceito e fazer com que esses benefícios, que teoricamente viriam pro estado, se torne, em prática, pras pessoas lá na ponta.
 
 
Leiagora - Auxílios como o Bolsa Família?

Neri Geller - Todos eles têm que ser rediscutido e por isso que estou nesse projeto. Nós precisamos resgatar o direito do cidadão de ter acesso a moradia e é obrigação do poder público. “Minha Casa, Minha Vida” vai voltar, porque lá em Lucas nós construímos 12 mil casas populares financiado pela Caixa Econômica Federal, subvencionado pelo Governo Federal, pelo Tesouro Nacional. Esse programa tem que voltar com mais força, não ser um programa verde e amarelo que não faz nada. Usar as cores da bandeira só pra fazer demagogia, não pode. Tem que fazer efetivamente, como aconteceu. Então, nós queremos resgatar isso, as parcerias na formação acadêmica da universidade pública, o fortalecimento dela, mas principalmente, programas como o Fies e como o Prouni. Eles têm que ser fortalecidos e resgatados, porque não é justo que as pessoas não tenham acesso, só quem tem dinheiro tem acesso à universidade pública e isso tem que ser resgatado. Não pode ser a ferro e fogo. Tem pessoas, às vezes, que não tem acesso ao trabalho porque não tem qualificação profissional, não é porque não quer. É porque não tem acesso a educação de qualidade. Falo isso como quem não tem formação acadêmica, porque eu tinha que trabalhar. Hoje pra operar o trator, se não tiver um curso de qualificação, não consegue operar, porque é tudo automatizado, é tudo com plantio direto, com piloto automático e se não tiver uma qualificação mínima, ele não consegue superar. E por isso que eu investi muito meu recurso também na IFMT. Colocamos recurso na IFMT e por isso que eu também peguei a Maria Lúcia pra ser a minha primeira suplente. Ligada ao funcionalismo público, pessoa que trouxe 18 cursos superiores pra cá, tem serviço prestado e é uma pessoa extremamente do bem, honesta e correta e que tem o conhecimento vasto. Ela não só vai ser minha suplente, como ela vai assumir e vai ajudar exercendo o mandato. E da mesma forma eu peguei o segundo suplente o presidente da Fetagri Nilton que tem cancha, que conhece o estado, conhece os assentamentos, conhece a agricultura familiar, eles vão estar junto comigo, os dois vão assumir.
 
 Leiagora - E sobre a questão do armamento, qual sua opinião?

Neri Geller - Armamento todos sabem da minha posição. Eu sou contra o exagero do armamento. Eu sou contra liberar arma de qualquer forma. Em vez de ser arma, precisa distribuir mais amor, mais paciência, diálogo, convergência e dar alimento pras pessoas, dar condições de vida pras pessoas. Quem tem que tá bem abaixo são as forças de segurança públicas, tanto municipal, estadual e nacional.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

1 comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

  • Helvio Alberto Fiedler 10/09/2022 às 00:00

    Parei no inicio quando falou que 80% do milho vai para o Irã. Os dados oficiais falam em 17%. Então, começa falando bobagem, além da maior que foi se aliar a Lula, Fávaro e Emanuel Pinheiro. Não dá prá confiar.

 
Sitevip Internet