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03/11/2022 às 15:05

Em sessão, deputados repercutem manifestações contra resultado das eleições

Alguns parlamentares classificaram os atos como antidemocráticos, outros defenderam o direito da população se manifestar, e alguns buscaram acalmar o embate

Eduarda Fernandes

Em sessão, deputados repercutem manifestações contra resultado das eleições

Foto: JL Siqueira / ALMT

O resultado das eleições presidenciais e as manifestações que ocorreram em seguida se tornou pauta entre deputados estaduais durante a sessão ordinária realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), nesta quinta-feira (3), a primeira realizada após o pleito. Na tribuna, alguns parlamentares classificaram os atos como antidemocráticos, outros defenderam o direito da população se manifestar, e alguns buscaram acalmar o embate.

O debate teve início quando o deputado Valdir Barranco (PT) apresentou requerimento endereçado ao governador Mauro Mendes (União), ao secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Bustamente, e ao comandante-geral da Polícia Militar no estado, a fim de saber “quais medidas o estado está tomando para conter as manifestações antidemocráticas e desobstruir as rodovias”.

O parlamentar criticou a demora em colocar em prática a decisão do Supremo Tribunal Federal, que determinou a desocupação de rodovias, e afirmou que encaminhará ofício ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reportar que “em Mato Grosso nada foi feito para que as vias públicas fossem desobstruídas e para que cessassem os processos antidemocráticos”.

Na sequência, o presidente do Parlamento estadual, Eduardo Botelho (União), informou de uma reunião ocorrida nessa quarta-feira (2), convocada pelo governador, ocasião em que Mauro comunicou que aguardaria até a data em questão, por um feriado nacional, para só a partir desta quinta tomar alguma providência.

“Ficou definido ontem que a partir de hoje a Polícia Militar iria agir em todos os sentidos para acabar com todos os bloqueios e todo e qualquer impedimento que tivesse, que porventura ocorresse a partir de hoje e parece que depois da fala do presidente [Bolsonaro] ontem esses bloqueios estão se dissipando automaticamente”, observou Botelho.

Carlos Avallone (PSDB), por sua vez, disse ter ficado bastante impressionado com a quantidade de pessoas que foram às ruas protestar após o resultado das eleições e ponderou que, apesar da demora, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi muito firme em seu pronunciamento ao pedir aos manifestantes que desobstruíssem as rodovias do país.

O parlamentar comentou que também se impressionou com a pauta levada às ruas, “que foi a intervenção militar”. “Veja bem, já é para mim muito estranho fazer esse pedido no Brasil, mas num estado que teve Dante de Oliveira, que foi o homem das Diretas, o homem que lutou para que nós pudéssemos no Brasil voltar a ter direito a votar, daqui fazermos movimentos pedindo intervenção militar na porta dos quartéis...”, comentou indignado e pediu calma aos descontentes com o pleito.

Ao final da fala, Avallone disse que “democracia não é o ideal, não é tudo, mas é o melhor sistema que ainda temos”, em detrimento da ditadura.

Elizeu Nascimento (PL), em seguida, usou a tribuna para defender o direito de manifestação dos cidadãos. Ele avalia também que não é o momento de pressionar o governo ou a PM para retirar os manifestantes das ruas. “Quando se dá ordem à polícia, ela deve cumprir, então temos que ter muito cuidado com os nossos posicionamentos para que nós não tenhamos pais e mães de família sendo atingidos em confronto com quem quer que seja”.

Ludio Cabral (PT) destacou que o processo de eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi legítimo e democrático, e avalia que quem perde com esse movimento é a ala bolsonarista. O petista reconhece que Bolsonaro se fortaleceu nessa eleição ao alcançar mais de 58 milhões de votos, o que lhe agrega “acúmulo político”.

“Isso é prejuízo político e eleitoral para o próprio bolsonarismo no país. Na democracia a gente tem que saber perder. E olha, perderam acumulando politicamente e isso é positivo para continuar a luta política no Brasil durante quatro anos, para fazer legitimamente oposição”.

Após a fala do petista, Botelho pediu aos parlamentares que focassem nas pautas legislativas.
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