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Notícias / Entrevista da Semana

13/11/2022 às 08:00

Cattani suspeita da lisura do pleito, questiona aquecimento global e apoia manifestações

Parlamentar diz que pessoas estão nas ruas porque "copo derramou" por falta de transparência no processo eleitoral

Jardel P. Arruda

Cattani suspeita da lisura do pleito, questiona aquecimento global e apoia manifestações

Foto: Foto - assessoria / montagem - Leiagora

Um dos principais nomes do bolsonarismo em Mato Grosso, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) apoia a causa dos Manifestantes do Movimento Nacional Resistência Civil (MNRC), que protestam contra o resultado da eleição presidencial e pedem socorro às Forças Armadas. 

Para ele, as pessoas estão nas ruas porque o “copo derramou” devido à falta de transparência no processo eleitoral, o qual não incluiu o voto impresso, como solicitado em manifestações e pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL). E não vão sair das ruas enquanto não houver um resultado prático. 

Confira a entrevista na íntegra abaixo:

Leiagora - Deputado, qual a sua opinião sobre os protestos que estão acontecendo no Brasil contra o resultado nas eleições?

Gilberto Cattani - Eu sou totalmente favorável. Eu sou um entusiasta da manifestação popular. Quando o povo se manifesta é a expressão mais pura da democracia, é a essência da democracia. A pessoa se manifestar é um direito constitucional. 

O que não se pode fazer é trancar via pública. Isso o presidente Bolsonaro, não de hoje, mas desde quando os caminhoneiros se manifestaram no governo Temer, ele veio a público e deixou isso muito claro. E é também nossa opinião. Assim como está na Constituição o nosso direito de se manifestar, está também o nosso direito de ir e vir.

Quando nos quiseram instituir, nos deram uma amostragem de ditadura no lockdown, era justamente isso que pleiteamos: não tirar o direito de ir e vir. E agora não podemos fazer a mesma coisa. Então, tirar o direito de ir e vir, não, em hipótese nenhuma. Agora, se manifestar, dizer o que a população quer, o povo falar, a voz do povo, isso é muito importante mesmo e tem nosso total apoio.

Leiagora - Uma das principais pautas da manifestação é a suspeita de fraude nas urnas, e pedido de voto impresso. Qual sua opinião sobre as suspeitas sobre nosso sistema eleitoral?

Gilberto Cattani - Eu concordo com eles em número, gênero e grau. Até porque, o que custava ter colocado o voto impresso? Porque moveram céus e terra para não colocar o voto impresso? Se tivessem aceitado o voto impresso, nada disso teria acontecido. Se tivessem colocado o voto impresso, cada eleitor teria o seu comprovante. 

Agora veja você, como você vai confiar em uma urna que teve 100% votos do Lula e zero para o Bolsonaro? Aí o TSE fala ‘ah não, mas aquela urna é porque a maioria é indigena e todos votaram em um só candidato’. Mas isso é espalhado por todo o país, tem urna aqui e acolá que não tem voto para o Bolsonaro, só para o Lula. 

Aí daqui a pouco tem um cara na internet que mostra o comprovante dele que ele votou e ele vota naquela sessão, naquela urna e ele diz que votou no Bolsonaro. O TSE vai dizer que ele está mentindo, porque ele não tem como provar que votou no Bolsonaro, o voto é secreto e ele não tem como provar que votou no Bolsonaro. 

O cidadão sendo chamado de mentiroso e de repente você não pode falar que é o TSE que mentiu? Que a urna que falhou? Que democracia é essa que você não pode contestar? Não existe. A própria ciência é uma contestação continuada. Se você não contesta um assunto, você nunca vai saber se esse assunto é real ou não. Você vai sempre ficar na ilusão do que o outro te falou.

Leiagora - Você é um deputado que foi reeleito por esse sistema eleitoral. Esse mesmo sistema elegeu uma grande bancada de direita no Senado e na Câmara dos Deputados. Para presidente a eleição foi muito acirrada. Nesse caso, como vocês também foram eleitos nesse sistema, estão colocando em xeque a própria eleição? Participariam de um novo pleito eleitoral?

Gilberto Cattani - Se fosse participar de um novo pleito eleitoral,para mim não teria problema nenhum. Agora, a gente não é bobo, o cidadão não é bobo. Você acha que alguém saíria de casa para votar em um turrão que nem o Gilberto Cattani e votar no Lula? Você tem o cara mais votado da história do Brasil, que é lá de Minas Gerais, um menino, o Nikolas Ferreira, mas não votaram no presidente (Bolsonaro). Você acha que alguém sairia de casa em Brasília, para votar em uma das senadoras das mais votadas da história, chamada Damares Alves, que se diz terrivelmente evangélica, a radical entre as radicais na questão religiosa, e a pessoa vai votar na Damares e no Lula? 

Se não quisessem essas questões, era só colocar o voto impresso, que era a vontade popular. O povo fez a mesma coisa que tá fazendo agora, pedindo pelo amor de Deus para colocar o voto impresso. Sem contar todo cerceamento da liberdade de expressão. Só de um lado, nunca dos dois lados. Onde teve cerceamento foi só de um lado só. Onde teve arbitrariedade foi só de um lado.

Por exemplo, você teve uma professora no Rio Grande do Sul que disse que queria que matassem homens, mulheres e crianças dos bolsonaristas. Teve várias situações que empresários de esquerda pediram a morte do presidente. Tem episódios de gente jogando futebol com a cabeça do presidente Bolsonaro. Você viu algumas dessas pessoas serem cerceadas do direito de liberdade?

Agora, num grupo de whatsapp onde estavam empresários, eles simplesmente conversaram entre eles uma coisas que alguém não gostou, pronto, eles perderam as redes sociais, não podem falar nada e eles estão em um inquérito. Em um inquérito por falar, por se expressarem, por darem sua opinião. E isso nem é crime tipificado na nossa lei.

Eu acho que com certeza eles estão aí porque já encheu o copo. Já derramou, na verdade.

Leiagora - Você acredita que esse movimento não vai parar até ter um resultado concreto? 

Gilberto Cattani -  Eu acredito que não. 

Leiagora - Falando de futuro do Brasil, na sua avaliação, qual impacto para o bolsonarismo a saída do presidente Jair Bolsonaro do cargo?

Gilberto Cattani -
 Se, porventura, acontecer do Jair Bolsonaro sair de cena, da presidência, os bolsonaristas verdadeiros, porque têm muitos fantasiados, que se fingem de bolsonaristas, mas não são, vão se sobressair em defesa dos valores que acreditamos. Estarão firmes e fortes para defender o que acreditamos. E essas pessoas vão subir muito no conceito da população.

Todos os brasileiros defendem a família. Um bandido, por mais bandido que seja, tem a família dele e ama a família dele e a família dele ama ele. Todo brasileiro defende sua fé, por mais diversa que seja, defende sua fé. Também defende sua pátria. O brasileiro não vai sair defendendo outra pátria. Às vezes o brasileiro mora nos Estados Unidos, às vezes em uma vida mais confortável que aqui, ele está juntando dinheiro para voltar pra cá. Se ele mora no Japão é a mesma coisa. Então esses valores são inegociáveis. E outra coisa, o brasileiro ama a liberdade. E o brasileiro vai sentir o peso da perda dela gradativamente.

Já estamos vivendo um estado de exceção no país. O objetivo da esquerda é uma ditadura do proletariado, eles nunca esconderam isso, nunca deixaram pra lá. Inclusive falaram que não iam ganhar eleição, que iam tomar. E a intenção deles que a gente sabe, através do Foro de São Paulo, é criar a Pátria Grande. A última barreira para eles era o Brasil na pessoa do Jair Bolsonaro. Se eles conseguirem derrubar essa barreira, eles vão implantar a grande Ursal, a União das Repúblicas Socialistas da América Latina. Eles vão tentar fazer isso e nós vamos estar aqui para impedir.

Leiagora - Com uma bancada de direita forte no Congresso, você ainda acredita que essas reformas de esquerda, essas mudanças, vão pasar?

Gilberto Cattani - Eu acredito o seguinte: se porventura esse marginal comandar o nosso país, assim que ele subir a rampa e assumir o poder, essa bancada já se equipara. Já fica em empate. Com mais 3 meses, ele já fica com maioria e assim que alcançar maioria ele não precisa de ninguém. Tudo se faz a preço de dinheiro. O primeiro cara que não fez a preço de dinheiro foi Jair Bolsonaro. Jair nunca se vendeu para essa corja que estava louca para pegar o dinheiro do cidadão. E agora, se esse camarada chegar, vão fazer isso. Tanto que já falaram que vão fazer. Já falaram que vão criar mais 13 ministérios só para dividir o poder e subjugar a população. 

Leiagora - Alguma expectativa de como uma gestão Lula vai impactar Mato Grosso?

Gilberto Cattani - Ah, expectativa é impacte no Brasil inteiro. É muito simples, veja no mercado imobiliário. Veja o quanto valia uma fazenda 30 dias atrás e o quanto vale hoje. Só por aí você já sabe. Quem quer comprar uma fazenda hoje aqui no estado de Mato Grosso?

Leiagora - Caiu o valor das terras em Mato Grosso?

Gilberto Cattani - Não é questão de cair, é que ninguém vai comprar. E quando ninguém compra, obviamente cai. Não é questão de cair, é que ninguém quer. Só de ter o pensamento de ter uma Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente você já está condenando metade do agronegócio ao caos. É só fazer um teste, ver o quanto valia uma fazenda 30 dias atrás e o quanto vale agora.

Leiagora - A expectativa então é que as políticas ambientais afetem o agronegócio?

Gilberto Cattani - As ambientais não, as mentirosas. As políticas mentirosas. Hoje, no jornal A Gazeta, foi notícia na primeira página que o deputado Avallone foi financiado por um desmatador. Mas não fala quem é o desmatador e nem se desmatou legal ou ilegalmente. Porque se ele desmatou ilegalmente o nome dele não estaria na Gazeta. E se ele desmatou legalmente, ele é um produtor rural dentro da legalidade que merece ser tratado com respeito, não pode ser tratado como um criminoso. 

Essa é a diferença. Não é questão de política ambiental. Não há ninguém que tenha uma política ambiental melhor que um produtor rural. O camarada de Mutum para frente, que entra na bacia Amazônica, o camarada compra mil hectares de terra e tem que aproveitar só 20%. Ele tem direito de derrubar legalmente 20%, que são 200 hectares em mil. E 800 hectares ficam intocados pela eternidade. E ele compra, paga por todo território, ele preserva, se alguém for lá caçar ele é responsável, se pegar fogo ele é responsável, ele fica responsável civil e criminalmente por aquela área e ele tem que cuidar daquela área.

Eu quero que você me mostre qualquer um desse Greenpeace aí, ou Greta, esses franguinhos de granja, se eles têm um pé de manga para cuidar. Enquanto um produtor rural cuida 80% da sua área intacta.

Leiagora - Falando em Meio Ambiente, temos a COP 27 agora, o governador Mauro Mendes está indo para lá, o presidente eleito também irá participar. Isso vai causar algum impacto para Mato Grosso?

Gilberto Cattani - Claro. Vai causar impacto no mundo com falácias, com mentiras, para tentar fazer o tão sonhado controle social. O Meio Ambiente sempre foi usado como desculpa para construir a massa de manobra. 

Por exemplo, quando eu era menino, a 30 anos atrás, e para eu ser menino pode até colocar mais tempo, eu escutava na escola que até 2020 a Floresta Amazônica seria um deserto. E nossa Floresta Amazônica está intacta. Se você for olhar hoje o que tem de reflorestamento no país, já é muito maior do que foi desmatado. Isso o que tem de reflorestamento só. Nós temos 66% do nosso bioma intacto.

Os camaradas já falavam, quando teve a Rio 92, falavam que a Amazônia até 2020 seria um grande deserto de areia. Ta aí a Amazônia hoje para quem quiser ver. Aí usam desculpa climática, para é tudo conversa mole, conversa fiada.

Leiagora - Você é um homem do campo, de assentamento, produtor de leite. Você não sente essas mudanças climáticas?

Gilberto Cattani - Olha só, quando você quer ficar perto da natureza… ‘Ah, estou cansado dessa selva de pedra’, você vai para onde?

Leiagora - Eu vou para Chapada, por exemplo.

Gilberto Cattani - Mas você vai para Chapada para onde? Na cidade? Não, você vai pro interior, você vai para fazenda, vai para um sítio, vai para uma pousada, porque lá o cara cuidou do meio ambiente. 

Por exemplo, você vai lá na minha casa, lá na represa, você pega o caneco e você bebe água do córrego, que é uma água limpa, que é uma água que as capivara tomaram banho, onde os jacaré estão lá dentro, os peixes defecam lá e a água é limpíssima. E eu garanto para você que você vai ter coragem de tomar essa água porque ela é limpíssima. 

Diferente de qualquer rio aqui, dentro da cidade, ou lá em São Paulo, no Tiête,  você não tem coragem de tomar. Porque quem depreda o meio ambiente é o urbano, não o rural. O rural cuida, não depreda. Aí vem me dizer que o peido da vaca está acabando com o meio ambiente? E são tudo suposições, eles falam e nunca conseguem provar. Você pega, por exemplo, o doutor Felício, que realmente fala sobre o tempo de uma maneira lógica, ele explica que eles estão apavorados porque está tendo frio em novembro… mas está tendo frio por causa do aquecimento global? Que aquecimento global é esse? Eu não consigo entender.
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