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Notícias / Política

06/06/2023 às 17:48

Com medo de retaliação, servidores não comparecem à CPI dos Consignados

Apenas duas servidoras prestaram depoimento e confirmaram que receberam cobranças indevidas de instituições financeiras credenciadas ao município

Eduarda Fernandes

Com medo de retaliação, servidores não comparecem à CPI dos Consignados

Foto: Assessoria

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Empréstimos Consignados deu início à fase de oitivas. Na tarde desta terça-feira (6), os membros da CPI colheram o depoimento de duas servidoras públicas municipais.

Ambas confirmaram que receberam cobranças indevidas de instituições financeiras credenciadas ao município, mesmo após a parcela do empréstimo já ter sido descontada de seu salário.

A primeira a fazer o seu relato foi Silvana Abdalla, funcionária há 15 anos do município, lotada na Secretaria de Turismo. Ela conta que recebeu mensagem de texto via SMS sendo cobrada, além de uma ligação de uma empresa de cobrança.

“Essa cobrança aconteceu recentemente, início do mês de maio. Não é uma coisa sistemática que venho sofrendo há meses, mas houve a cobrança por meio de SMS e ligação”, contou.

Apesar disso, ela negou que tenha sofrido algum tipo de dano moral e frisa que não consultou se seu nome foi negativado devido às cobranças indevidas. “O constrangimento foi de estar sendo cobrada por aquilo que a gente não deve, mas não tive nenhum dano moral”, reforçou.

A segunda servidora a ser ouvida foi Rosália Ferreira, professora aposentada, responsável por levar a denúncia ao conhecimento do Parlamento Cuiabano.

Segundo ela, após a instauração da CPI, o município quitou os repasses atrasados, mas os servidores continuam em situação delicada. “Só de estar aqui, tivemos um avanço enorme, foi pago todos os bancos, mas temos um agravante enorme. Como demorou para ser pago, para ser feito esse repasse, todos os servidores com consignados estão negativados no Bacen [Banco Central], está todo mundo comprometido”, explicou.

A baixa participação do funcionalismo público chamou a atenção dos membros da CPI. Isso, porque estava prevista para esta terça (6) a participação de, ao menos, 10 servidores públicos.

“Hoje estava previsto para ouvir 10 servidores, mas apareceu só dois. Informações que a gente tem de bastidores é que muitos estão com medo de retaliação, com medo de algum processo administrativo interno. Mas a gente frisa que está em uma fase se apuração e não tem o que temer, essa CPI é para ajudar o servidor”, disse o relator do processo, vereador Marcus Brito Junior (PV).

A CPI dos Consignados foi instaurada na Câmara de Cuiabá para apurar possíveis irregularidades nos descontos consignados do funcionalismo público municipal.

A próxima oitiva deve ocorrer na próxima terça-feira (13). Na oportunidade, os membros da Comissão devem colher o depoimento da secretária de Gestão, Ellaine Cristina Ferreira Mendes.

Além de Brito Junior, integram a CPI os vereadores Jefferson Siqueira (PSD) e Rogério Varanda (MDB).
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