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24/08/2023 às 18:45

FIRME E FORTE

Bezerra não se aposentou somente para evitar racha no MDB

“Preservar isso aqui é muito importante para mim, só por isso estou aqui”, disse o decano

Da Redação - Jardel P. Arruda/Da Reportagem Local - Luíza Vieira

Bezerra não se aposentou somente para evitar racha no MDB

Foto: Reprodução

Com 84 anos de vida e 56 anos de militância no mesmo partido, o ex-deputado federal Carlos Bezerra afirma que só continua como presidente do MDB para manter a unidade partidária. Contudo, ao final do novo mandato, o qual conquistou nesta quinta-feira (24) e acaba em 2027, a ideia é se aposentar.

“Só fiquei aqui pela unidade do partido, para conduzir. Senão seria nem candidato a presidente. [...] O partido para mim é muito importante. Eu sou criador desse partido. Minha vida toda foi ligada aqui. Preservar isso aqui é muito importante para mim, só por isso estou aqui. [...] É hora de encerrar. Só não encerrei por causa do partido”.

"Muita gente torceu para o MDB rachar. Quem apostou nisso quebrou a cara. Partido está unido e vai unido para eleição do ano que vem. Vai fazer a maioria dos prefeitos de Mato Grosso, vai continuar sendo um grande partido, mesmo sem poder na mão, sem o governo do estado do Mato Grosso", ressaltou.


As declarações todas foram dadas na primeira entrevista logo após a recondução ao cargo de presidente, no Hotel Holiday Inn, na capital, onde foi realizada a eleição estadual do MDB. As perguntas sobre a possível aposentadoria vieram acompanhadas de um contexto de ocaso para a vida pública do emedebista: 

Ele que já foi prefeito de Rondonópolis, governador de Mato Grosso, senador da República e deputado federal por cinco mandatos, acabou superado no processo eleitoral de 2022 por outros dois correligionários na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, Juarez Costa e Emanuel Pinheiro Neto. 

Depois da derrota eleitoral, Carlos Bezerra ainda se viu em meio a uma tragédia familiar. O filho do líder do MDB que leva seu mesmo nome, Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, foi preso pelo assassinato da ex-namorada e o então atual companheiro dela, no dia 18 de janeiro deste ano. 

Diante dessas duas situações e do interesse declarado do deputado federal Juarez Costa de assumir a presidência da sigla, houve a expectativa por uma aposentadoria já em 2023. 

O racha

Apesar do cenário formado para a aposentadoria, Carlos Bezerra assistia o risco de o MDB perder força devido às disputas internas. 

De uma lado, Juarez Costa, Emanuelzinho e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) articulam um MDB com viés de oposição ao grupo do governador Mauro Mendes (União) e de aproximação da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) e do PSD a longo prazo, na perspectiva das eleições de 2026. 

Do outro lado, os deputados estaduais Janaina Riva, Dr. João e Thiago Silva fazem parte da base do governador Mauro Mendes na Assembleia Legislativa, o que além de acesso à gestão estadual garante Teté Bezerra como secretária de Estado de Agricultura Familiar.

Cada um dos grupos têm interesses diferentes na organização do partido nas eleições municipais de 2024, tanto no interior, onde os estaduais e federais querem construir candidaturas que ampliem as próprias bases para 2026, ou construir a própria candidatura, como é o caso de Thiago Silva em Rondonópolis, quanto em Cuiabá, um importante colégio eleitoral para quem tem interesse de candidatura majoritária na próxima eleição estadual, caso tanto de Janaina Riva quanto Emanuel Pinheiro e Juarez Costa.

O acordo

Diante do impasse, no qual tanto um grupo quanto outro dava sinais de uma futura debandada da sigla, Carlos Bezerra decidiu adiar, mais uma vez, a aposentadoria e garantir uma composição. 

Se de um lado cedeu a secretaria geral do MDB para Janaina ter mais influências em filiações e organizações de diretórios municipais, cedeu a Emanuel Pinheiro o cargo de delegado nacional do partido, ou seja, manteve com o prefeito de Cuiabá uma ligação direta com o deputado federal Baleia Rossi, presidente nacional do Movimento Democrático Brasileiro.

Além disso, Juarez Costa foi acomodado como vice-presidente da sigla com a perspectiva de maior influência nas decisões partidárias e composições de diretórios municipais onde foi mais votado. E com Emanuelzinho como segundo-vice há uma expectativa de que o deputado federal também tenha vida partidária mais ativa no MDB.
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