Cuiabá, domingo, 28/04/2024
09:58:46
informe o texto

Notícias / Judiciário

29/08/2023 às 09:13

DATA NÃO DIVULGADA

Justiça determina que investigador vá a júri popular por matar PM em conveniência de Cuiabá

A decisão é do juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Wladymir Perri

Eloany Nascimento

Justiça determina que investigador vá a júri popular por matar PM em conveniência de Cuiabá

Foto: reprodução

O investigador da Polícia Civil, Mario Wilson Vieira da Silva Gonçalves, 39 anos, autor do homicídio do policial militar Thiago de Souza Ruiz em uma conveniência, vai passar pelo tribunal do júri. A decisão é do juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Wladymir Perri. A data do julgamento ainda não foi divulgada.

O crime ocorreu no dia 27 de abril, por volta das 3h30, no interior da conveniência de um posto de gasolina, no bairro Quilombo, em Cuiabá. No dia 12 de maio, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) denunciou o réu por homicídio qualificado e ainda requereu a pronúncia dele para que o mesmo seja submetido ao Tribunal do Júri.

Leia também - MP denuncia investigador que matou cabo da PM e pede que ele enfrente o júri popular

Na denúncia, o Núcleo de Defesa da Vida do MPMT, por meio da 21ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Cuiabá, apresentou duas qualificadoras: utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi atingida por disparos de arma de fogo, e motivo fútil.

Na época, a defesa de Mário entrou com petição requerendo absolvição sumária sustentando o reconhecimento da excludente de ilicitude referente à legítima defesa putativa, e ao final pugnou pela revogação da prisão preventiva.

Ao contrário do que afirma a defesa, o juiz destacou que há indícios consistentes para embasar a pronúncia em desfavor de Mário Wilson, enquanto, por ora, não existem provas suficientes de que ele tenha agido em legítima defesa, visando preservar sua própria integridade física. 

Diante da análise de todo processo, depoimento de testemunhas, do próprio réu, bem como a denúncia apresentada pelo MPMT e das provas análisadas nos autos, o juiz Wladymir Perri considerou que para apontar uma culpa, essa análise deve ser feita por um tribunal do júri.

"Portanto, da análise de tudo que foi narrado, considerando a arma utilizada, a quantidade de disparos e os locais em que os ferimentos ocorreram (por exemplo, nas costas), o reconhecimento da pretendida exclusão de ilicitude, e consequente absolvição sumária, não se revela adequada nesta fase processual, devendo o dolo da conduta do acusado ser analisado perante o júri", diz trecho da decisão.

No documento, o magistrado ainda descarta que o crime tenha ocorrido por motivo fútil. "Demonstrada a prévia animosidade entre as partes, momentos antes da prática delituosa, pois Mário Wilson pegou a arma de propriedade de Thiago, o que deu início a uma discussão entre eles. Assim, não há que se falar em reconhecimento da qualificadora do motivo fútil", destacou.

Perri ainda manteve a prisão do autor do homicídio. "Com relação a revogação da prisão do acusado, o mesmo não comporta acolhimento, pois no caso dos autos, verifica-se que a prisão preventiva está adequadamente motivada, que demonstrou, com base em elementos concretos, a periculosidade do acusado, modus operandi e a gravidade do delito, evidenciadas pelas circunstâncias da conduta criminosa", determinou o magistrado.

Relembre o caso

O crime ocorreu no dia 27 de abril deste ano, por volta das 03h30 na conveniência de um posto de combustível ao lado da Praça 8 de abril, em Cuiabá.

Os policiais teriam se conhecido no dia do crime, onde o PM e o investigador se estranharam pela desconfiança sobre a condição de policial da vítima.

Em imagens, é possível ver Thiago (de camisa branca), Mario (de camisa cinza) e um outro homem sentados à mesa. Thiago mostra uma cicatriz e, em seguida, Mário se levanta com o revólver na mão e puxa a arma da cintura de Thiago, que tenta pegar o revólver novamente. Eles entram em uma luta corporal.

Durante a confusão, testemunhas tentaram separar os dois, mas a vítima acabou sendo atingida por vários disparos de arma de fogo efetuados pelo denunciado. Mário  disparou aproximadamente 9 vezes contra a vítima.

Em depoimento à polícia, horas depois do crime, o investigador negou ter discutido contra o policial militar e alegou que atirou porque temeu pela sua vida, por achar que a vítima havia pego a arma.

Mário está preso desde o dia do crime e teve o pedido de soltura negado.

 
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet