O governador Mauro Mendes (União) comemorou, na manhã desta terça-feira (21), as chuvas registradas no final de semana que controlaram o incêndio no Pantanal, mas ressaltou que são necessárias mudanças na política pública voltada para a região. De acordo com ele, sem a presença de gado em áreas intactas, o acúmulo de material orgânico leva aos incêndios.
“Claro que é uma boa notícia. Tem muitas áreas intactas, que não pode colocar gado, que ao longo dos anos vai criando uma massa de material orgânico muito forte. Aí vem uma estiagem e isso seca. E aí, por algum motivo, seja por incêndio criminoso, por um acidente, um raio, fogo que vem na reserva indígena, da Bolívia, são diversas as causas que criam ali uma condição totalmente complicada, apesar do grande esforço dos bombeiros, dos voluntários, do fazendeiro, de todos que atuaram ali”, disse o governador.
“É lamentável, porque a gente vê cenas ali que chocam o meu coração, que choca o coração de todo mundo, mas é uma realidade que nós temos que ter aí alguma mudança em algum tipo de política pública”, completou, sem, no entanto, explicar quais seriam essas mudanças.
A declaração foi dada antes do início da cerimônia de posse do novo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), quando foi questionado se as chuvas teriam sido uma boa notícia. Até o último balanço, mais de 1 milhão de hectares já haviam queimado no Pantanal, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Em Mato Grosso, o Parque Estadual Encontro das Águas, principal ponto de observação de onças no mundo, e o município de Poconé, foram os mais castigados pelos incêndios. A queimada em novembro foi potencializada pelo fenômeno El Niño, que causa um mês atipicamente mais quente e seco em todo mundo.