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Notícias / Política

16/06/2020 às 11:13

Gilberto: estimular cidadãos a invadirem hospitais é reprovável e quem fizer será preso

Na semana passada, Bolsonaro sugeriu que seus apoiadores invadissem hospitais para checar se os leitos realmente estão lotados

Camilla Zeni

Gilberto: estimular cidadãos a invadirem hospitais é reprovável e quem fizer será preso

Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT

Reprovável, desproposital e criminoso. É o que considera o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, a invasão de cidadãos em hospitais públicos para fiscalização de casos do novo coronavírus, estimulados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

Na semana passada, Bolsonaro voltou a levantar dúvida quanto a dimensão da pandemia no Brasil. Contudo, foi além em suas declarações e sugeriu que seus apoiadores arranjassem uma forma de invadir hospitais públicos e de campanha para checar se os leitos realmente estão lotados. Para o presidente, a pandemia da covid-19 estaria sendo “aumentada” propositalmente pelos chefes de Estado, para que eles possam continuar recebendo recursos do governo federal.

Gilberto, que também é vice-presidente do Conselho Nacional de Secretário de Saúde (Conass), disse ser reprovável a atitude do presidente e de quem segue esse pensamento. Ele destacou inclusive que é, no mínimo, imprudente invadir hospitais em um momento de pandemia de uma doença altamente contagiosa.

“Estimular os cidadãos a invadirem hospitais é altamente reprovável. Não concordo nem no momento que não tenha pandemia, quanto mais no que tenha pandemia, com uma infecção altamente contagiosa, estimulando pessoas a invadirem hospitais“, comentou o secretário, em entrevista nesta terça-feira (16).

O gestor destacou que há legislação que proíbe esse tipo de ação nos hospitais e avisou: “Isso não vai acontecer nos hospitais de gestão do Estado de Mato Grosso. Quem quiser fazer isso e forçar fazer isso vai ser preso”.

Atualmente, segundo as últimas atualizações do Ministério da Saúde, o Brasil registra mais de 888 mil pessoas que foram infectadas com a doença, e mais de 43 mil mortes. Em Mato Grosso, os números são de mais de 6,3 mil pessoas diagnosticadas e 223 casos fatais.

Para Bolsonaro, os números não são reais. O governo federal chegou a anunciar que faria uma auditoria nos dados da covid-19 e mudaria a forma de analisar os óbitos da doença.

Bolsonaro também não acredita que a situação seja tão crítica quanto colocam alguns estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas. No estado da região norte, mais de duas mil pessoas perderam a vida em decorrência da doença. No mês de maio, viralizou imagens de covas comunitárias sendo abertas para atender a alta demanda.

O presidente sugeriu que seus apoiadores fizessem imagens dos hospitais em seus estados, para provar a teoria que o cenário não é como a imprensa - a quem ele tem como inimiga - divulga. Contudo, conforme o secretário de Saúde de Mato Grosso, as avaliações imprudentes de Bolsonaro colocam em risco a vida da população, que deixam de seguir as medidas de segurança em relação ao vírus. 

Conforme levantamento do governo do Estado, mais de 75% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) disponibilizados para atender casos da covid-19 estão ocupados. Restavam, até o início da noite de segunda-feira (15), apenas 56 unidades disponíveis em todo o Mato Grosso. Para o secretário de Saúde, é uma questão de luta contra o tempo.
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