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Notícias / Judiciário

10/09/2020 às 07:50

Família Cestari aponta contradições em depoimento do genro que levou as armas

Questionamentos foram feitos no pedido de remissão, por meio do qual a defesa busca que a filha do empresário receba “perdão” pelo crime.

Eduarda Fernandes

Família Cestari aponta contradições em depoimento do genro que levou as armas

Caso Isabele

Foto: Rogério Cabeça de Urso / Leiagora

A defesa da família Cestari aponta contradições no depoimento prestado pelo namorado da adolescente que assumiu a autoria do disparo que matou Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, em 12 de julho deste ano. O rapaz foi quem levou as armas até a residência onde o crime ocorreu. Ele disse, em depoimento, que teria levado as pistolas com o aval do empresário Marcelo Cestari. No entanto, a defesa nega.

Os questionamentos ao depoimento do adolescente foram feitos no pedido de remissão apresentado à autoridade policial e ao Ministério Público Estadual, por meio do qual a defesa busca que a filha do empresário receba “perdão” pelo crime. Com isso, ela não teria que cumprir medidas socioeducativas eventualmente impostas a ela, a exemplo da internação.

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“Ao contrário do que afirma o menor ***, o mesmo não recebeu qualquer convite da parte do primeiro peticionante, um dia antes dos fatos, para ir até sua residência a fim de ‘dar uma polida no sear’ que melhoraria o gatilho de sua arma de fogo”, diz a defesa, que justifica essa análise no fato de o menor ter questionado sua namorada, a autora do disparo, “sobre possível autorização para ir à sua residência”.

Neste ponto, a defesa cita que cabia à mãe da adolescente, Gaby Cestari, decidir se ele poderia ou não ir até a casa, e não ao pai.

A defesa dos Cestari, patrocinada pelo advogado Arthur Osti, também coloca em xeque a afirmação do menor, de que não teria visto o pai guardar a arma dele em sua mochila no dia anterior ao crime, após praticarem tiro esportivo. Isso porque, pelo depoimento do pai do adolescente, o empresário Glauco Fernando Mesquita Corrêa, “as armas e munições de sua residência ficam ‘armazenadas em um quarto com a devida segurança’”.

Segundo o depoimento do namorado da atiradora, ele só descobriu que havia duas armas em sua mochila ao chegar na casa da namorada. Disse à autoridade policial não ter visto o pai também guardar a arma dele na mochila, pois já estava dentro do carro e mexendo no celular.

A defesa nega que as armas levadas pelo garoto tenham ficado na mesa de jantar a tarde toda, como dito por ele no depoimento.

O advogado questiona também o fato de o adolescente ter inserido o carregador na arma momentos antes de deixar a residência, e antes também de saber que poderia deixar as armas na casa. “[...] possivelmente assim o fez porque a utilizava como instrumento de defesa ao trafegar em via pública (o que explica o uso de munições originais)”, diz trecho do pedido de remissão.

Deste modo, Osti defende que o rapaz não pode afirmar com certeza que a arma estava sem munição na câmara e que “possivelmente” esqueceu a arma pronta para tiro. “Esquecimento esse que fugiu por completo do campo da previsibilidade de qualquer resultado”.

O advogado cita, ainda, sobre a possibilidade de ter ocorrido crime passional que “chega a ser constrangedor ter que fazer a elucidação de algo que é tão óbvio, mas que, infelizmente, foi indevidamente cogitado sem qualquer respaldo na prova dos autos”.

Ele afirma que foi infeliz o vazamento de vídeos, em sites locais, nos quais a adolescente atiradora manuseia armas. Diz que os veículos estariam mal intencionados e se esquecendo de publicar a sequencia dos vídeos, na qual a mãe dela, que gravava a cena, aparece.
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