CRM diz que consultórios ajudam a detectar covid e defende: 'quem vai ao médico é porque precisa'
Presidente do CRM citou suspensão de atendimentos por hospitais privados, baseado em decreto que não foi publicado, e espera que decisão não seja mantida
A presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Hildenete Monteiro Fortes, voltou a criticar a Prefeitura de Cuiabá pela decisão de suspender o agendamento e as consultas nos hospitais particulares do município, em razão da pandemia da covid-19.
Na manhã desta segunda-feira (15), em entrevista ao Playagora, Hildenete observou que a decisão causou confusão entre médicos e pacientes. Ainda, que alguns hospitais de Cuiabá já teriam enviado mensagens cancelando agendamentos e anunciando a suspensão das atividades eletivas. Ela espera que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) não mantenha a decisão.
"Geralmente, as pessoas procuram consultório porque elas estão doentes, elas precisam de atendimento. Não existe consulta eletiva. A pessoa que vai no consultório é porque ela precisa ser atendida, e isso em todas as especialidades. Não tem porquê limitar as especialidades", criticou a médica.
Para Hildenete, o funcionamento dos consultórios também ajuda a desafogar a rede pública de saúde para a detecção de casos de covid-19, uma vez que os médicos já conseguem identificar casos suspeitos e, com o exame em mãos, iniciam o tratamento precoce.
A presidente do CRM também avaliou que a suspensão dos atendimentos nos hospitais privados poderia gerar superlotação nas unidades de saúde municipais, uma vez que as pessoas continuariam dependendo de atendimento.
"Você imagina, se você suspende o atendimento em consultório, onde que essas pessoas vão ser atendidas? Elas vão para o pronto-atendimento, procurar atendimento nas UPAs. Aí sim poderíamos experimentar o verdadeiro caos em Cuiabá", comentou, acrescentando que alguns hospitais já teriam inclusive fechado o pronto-atendimento neste fim de semana.
Segundo a médica, o fechamento de algumas unidades se deu, contrário da determinação em decreto, pela falta de leitos hospitalares. Por isso ela acrescentou ser favorável apenas à determinação de suspensão de cirurgias eletivas.
Hildenete ponderou, ainda, que espera que a classe médica seja chamada pela Prefeitura para discutir o assunto, antes que um decreto seja publicado, e que o prefeito volte atrás em sua decisão.
Decreto suspenso
Conforme o Leiagoranoticiou, o decreto suspendendo as atividades eletivas nos hospitais particulares de Cuiabá não chegou a ser publicado pela Prefeitura. O documento foi assinado na sexta-feira (12) e acabou “vazando” para a população no sábado, segundo a Prefeitura. Com isso, gerou-se uma confusão entre pacientes e médicos.
À princípio, a Prefeitura garantiu que o decreto era verdadeiro e que seria publicado na segunda-feira (15). No entanto, no fim da tarde de domingo (14), o Município voltou atrás e anunciou que iria adiar a determinação.
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