Seis de janeiro marca o encerramento das celebrações natalinas: é o dia de guardar o presépio e desmontar a árvore de Natal. Conforme o calendário cristão, é o Dia de Reis, porque teria sido nessa data que os três reis magos do Oriente visitaram o recém-nascido Jesus Cristo e o presentearam com ouro, incenso e mirra.
Para os católicos, é também o Dia da Epifania, registro da primeira manifestação de Jesus aos gentios, representados pelos reis magos. A palavra ‘epifania’ foi incorporada ao vocabulário como um sentimento que expressa uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo.
No Brasil, para esotéricos e espiritualistas de diversas religiões e filosofias, por extensão à representatividade cultural do dia 6 de janeiro, é Dia da Gratidão.
Mas quem foram os reis magos e o que significam os presentes?
Para embalar sua leitura, escute um dos grandes sucessos de Tim Maia:
A Bíblia, onde houve o primeiro registro, não cita nomes nem quantidade de viajantes. Cita apenas “magos do oriente” e os três presentes, no Evangelho de Mateus. A passagem é focada na percepção de Herodes - rei do território da Judeia à época - e o risco que o recém nascido corria, já que fora chamado de “rei dos judeus” pelos visitantes.
O número de reis vindos do Oriente foi associado a três pela quantidade dos presentes. Simbolicamente, os cristãos reconhecem as ofertas como reconhecimento da realeza (ouro), da divindade (incenso era usado em cultos) e da condição humana (mirra era usada como medicamento, como perfume e para embalsamar corpos) de Jesus Cristo.
Os nomes deles - Gaspar, Melchior (ou Belchior) e Baltazar - e a origem - respectivamente, reis da Índia, da Pérsia e da Árabia - são de textos de cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus. Em hebreu, esses nomes significam “o branco” (gathaspa), “rei da luz” (melichior) e “senhor dos tesouros” (bithisarea).
De todo modo, as datas cristãs são celebrações simbólicas. Isso, porque nem mesmo a Bíblia registra os dias do nascimento de Jesus e da chegada dos três reis magos. Inclusive, considerando o registro de que Jesus nascera durante o governo de Herodes e que a ‘sagrada família’ retornara do Egito para Israel após a morte do monarca, a previsão é que o menino tenha nascido entre 12 a.C. e 4 a.C, já que historiadores registram a morte de Herodes em 4. a.C.
Então, de onde surgiram as datas 25 de dezembro e 6 de janeiro - e como considerar a visita dos reis magos 12 dias depois do nascimento?
Como se sabe, a Igreja Católica reutilizou diversas datas pagãs para celebrar os ritos cristãos, no processo de conversão.
Vinte e cinco de dezembro era dia do deus Sol em Roma (outra divindade persa, chamada originalmente de “Mitra”). No século 4, a Igreja Católica decidiu comemorar o Natal - um simbolismo interessante, considerando a importância de tal estrela para os seres vivos.
No entanto, 6 de janeiro tinha sido a data que a Igreja Ortodoxa tinha adotado para o nascimento, e a Igreja de Roma, também no século 4, decidiu respeitar a sacralidade do dia e passou a considerar o encerramento das festividades natalinas, marcando a chegada dos reis magos.
Clique AQUI, entre no grupo de WhatsApp do Entretê e receba notícias de Cultura e programações artísticas.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
