O curta documentário mato-grossense “Ana Rúbia”, de Diego Baraldi e Íris Alves Lacerda, foi premiado pelo júri técnico da Mostra Fronteiras Imaginárias do 16º Festival Visões Periféricas, realizado entre 2 e 8 de março, no Rio de Janeiro.
O documentário premiado mostra um pouco do cotidiano da personagem-título, pessoa trans que reside em Rondonópolis (toda etapa de gravação foi realizada na cidade). No curta, Ana Rúbia é observada em algumas de suas interações sociais, atravessamentos religiosos, de amizade e profissionais (ela é educadora e pesquisadora). O curta também acompanha o lançamento do livro de Ana Rúbia, “Memórias escolares de travestis: narrativas de um ‘não lugar’” (lançado e comercializado com o nome de registro de nascimento da autora, Bruno do Prado Alexandre).
“O curta é essa experiência de poder me ver na tela e, mais do que isso, de ver a potência que a vida das pessoas em dissidência de gênero significa em uma sociedade que tenta homogeneizar e estigmatizar as pessoas”, afirmou a personagem-título na cerimônia de premiação do Festival, na Sala 3 do Cine Estação NET Botafogo.
O documentário é resultado de um projeto contemplado no edital Nascentes, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel/MT), com recursos da lei Aldir Blanc.
A proponência e produção executiva do projeto foram realizadas pela produtora cultural Dê Silva, mulher trans de Rondonópolis. A premissa e estrutura inicial do projeto foram desenvolvidas pela protagonista do curta e pelo realizador Diego Baraldi.
No processo de pré-produção do documentário, juntou-se ao projeto a realizadora Íris Alves Lacerda. Nas gravações, participaram Ayrton Amaral, Jadielson Morais/Jedai, Daniel Dias, Renan Souza. Compartilham cenas com Ana Rúbia, outras personagens, como Jully Andrews e Dê Silva.
O Festival homenageou o cineasta mato-grossense Takumã Kuikuro e a Kaitsu Filmes Produções/Coletivo Kuikuro. Como parte das homenagens, foram exibidos cinco filmes de Takumã Kuikuro na Sala 3 do Cine Estação NET Botafogo: “Nguné Elü: o dia em que a lua menstruou” (Takumã Kuikuro & Maricá Kuikuro, MT, 2004, 28’), “Kagaiha Atipügü - pele de branco” (Takumã Kuikuro e Marrayury Kuikuro, MT, 2012, 25’), “Ete London - Londres como uma aldeia” (Takumã Kuikuro, Londres/MT, 2015, 20’), “Território Pequi” (Takumã Kuikuro, MT, 2021, 22’) e o longa “As hiper-mulheres” (Takumã Kuikuro, Leonardo Sette & Fausto Carlos, MT, 2011, 80’).
Assessoria
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