Cuiabá, domingo, 28/04/2024
03:35:51
informe o texto

Notícias / Política

24/03/2022 às 12:00

As vantagens estratégicas de Mendes com a saída de Mauro Carvalho da Casa Civil

Carvalho anunciou, nessa quarta (23), que deixará o cargo no Governo para se dedicar à política partidária do União Brasil

Jardel P. Arruda

As vantagens estratégicas de Mendes com a saída de Mauro Carvalho da Casa Civil

Foto: Mayke Toscano / Secom-MT

O anúncio saída de Mauro Carvalho (União) da Secretaria de Estado da Casa Civil para se dedicar de corpo e alma à política partidária do União Brasil, feito na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na manhã dessa quarta-feira (23), foi mais um movimento do xadrez silencioso do governador Mauro Mendes (União) para as eleições de 2022.

Carvalho ocupou, desde o início dessa gestão, em 2019, a pasta de maior importância política da administração estadual - a Casa Civil faz todo intermédio político dentro do próprio governo, entre as secretarias, autarquias e empresas públicas, asssim como a interlocução política com outras instituições, a começar pela Assembleia Legislativa, onde o governo precisa manter a governabilidade.

Leia também - ​Há Mauros que vêm para o bem

Nesse período, Carvalho consolidou perante à sociedade e lideraças política a imagem de que faz parte do núcleo político da mais alta confiança de Mendes. Também se solidificou como pessoa com alta habilidade política, pois a gestão estadual não sofreu grandes crises com os deputados estaduais ou outras instituições.

Agora, Carvalho vai ocupar cargo estratégico na comissão proviória do União Brasil, onde será os olhos e as mãos de Mauro Mendes. E é seguro dizer que a saída da Casa Civil para a política partidária foi muito estudada pelos dois.

Na primeira aparição pública após o anúncio da saída Carvalho, o govenador confirmou semanas de conversação sobre o assunto. Portanto, semanas de amadurecimento da ideia para chegar à conclusão de que ela trará mais vantagens do que dificuldades.

Com essa jogada, Mendes garante três vantagens estratégicas:

1 - Um homem de confiança que não possui projeto político de mandato proporcional para fazer política partidária

O presidente de fato do União Brasil em Mato Grosso, Fabio Garcia, é pré-candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados, e isso causou mal-estar dentro da sigla devido à forma como ele conduzia a construção das chapas para deputado federal e deputado estadual, notadamente com o deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (União), líder do governo na Assembleia Legislativa, e com ex-governador Júlio Campos (União).

Dilmar chegou a externar que notava uma preferência dentro da sigla aos pré-candidatos a deputado estadual que fazem parte do staff do governador Mauro Mendes, os quais devem fazer campanha casada com Fabio Garcia. Já Julio Campos repetiu várias vezes não enxergar uma chapa no União Brasil com condições de garantir uma competição justa entre os pré-candidatos.

Mauro Carvalho guarda um bom relacionamento com Dilmar devido à relação entre Casa Civil e liderança de governo na Assembleia Legislativa. Sem ter projeto pessoal a cargo de deputado federal ou estadual, fica em posição neutra frente todos os pré-candidatos proporcionais do União Brasil.

2 - Uma indicação de 1ª suplência que garanta participação direta na chapa de Senado

A saída do governo permite que Mauro Carvalho esteja em condição legal de ser candidato nas eleições de 2022. Com isso, no caso de o governador Mauro Mendes ir à reeleição, Carvalho se torna opção para ser indicado como primeiro suplente de quem for o candidato ao Senado do grupo.

Essa mesma jogada foi feita em 2018, quando Mauro Mendes indicou Fabio Garcia, outro membro do seu grupo de confiança, para ser o primeiro suplente do senador Jayme Campos (União). Esses acordos costumam vir acompanhados de garantias que, no caso de vitória, o senador titular abrirá espaço por algumas vezes ao suplente e, dessa forma, permitir uma ascensão política. 

3 - Uma indicação a vice-governador para garantir uma pessoa de confiança no legado

Caso Mauro decida não ir à reeleição, Mauro Carvalho ganha força para ser candidato a vice-governador, ao invés de ser indicado como suplente ao Senado. Isso ocorreria porque Carvalho é uma pessoa da confiança do governador para simbolizar a continuidade do legado de Mendes na gestão estadual. 

Vale lembrar que Mauro Mendes repetidas vezes falou à imprensa que organizar a administração pública estadual foi difícil, mas que para desarrumar seria muito fácil. 

Nesse sentido, o cabeça de chapa poderia ser o atual vice-governador Otaviano Pivetta (sem partido), considerado um aliado leal pelo governador. Outra hipótese, se confirmada a aliança, é do senador Wellington Fagundes assumir o projeto, muito embora ele não goze da mesma proximidade com Mauro e também tenha preferência pela senatória.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet