As críticas dos deputados petistas contra o vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa (PV), deram a ele um argumento forte para sair da ‘fogueira’ em que foi lançado pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Stopa nunca demonstrou empolgação pela pré-candidatura ao Palácio Paiaguás, mas também não enfrentou o chefe dizendo que não iria disputar o mandato.
Além disso, o vice-prefeito não comprou as desavenças entre o prefeito e o governador Mauro Mendes (União). O Stopa foi secretário adjunto na Educação e titular na Secretaria de Serviços Urbanos quando o governador Mauro Mendes foi prefeito de Cuiabá de 2013 a 2016. Ser a voz da oposição a Mauro não era uma situação confortável ao vice-prefeito, já que passou neutro em todos os anos da primeira gestão e não lançava críticas a Mendes como Pinheiro faz.
Se por um lado a relação entre Mendes e Emanuel era quase nula, quando Stopa assumiu a Prefeitura de Cuiabá por cerca de 40 dias com o afastamento judicial do prefeito após a Operação Capistrum, Mauro Mendes recebeu o então prefeito em exercício e firmou compromisso de desenvolver projetos em prol da cidade.
Ainda em março, Emanuel ensaiou deixar a prefeitura para se candidatar ao governo mesmo sabendo não ter respaldo do MDB. O partido é da base do governo estadual e sempre teve cargos. Mas ao invés de trocar de partido ou deixar o cargo para comprar a ‘briga’ com o governador, ele lançou Stopa para a função.
Para piorar ainda mais o mal-estar, em nível nacional o PV decidiu federar com o PT e o PC do B. A pré-candidatura de Stopa era mais uma dentro do arco de aliança. Havia um desconforto do vice-prefeito em se unir ao ex-presidente Lula. Inclusive, essa é uma das críticas do deputado Ludio Cabral sobre o candidato da federação em Mato Grosso. Ele cobra que tem que ser alguém que assuma publicamente o apoio.
Após críticas de correligionários do Partido dos Trabalhadores (PT), Stopa disse que está de “saco cheio” da postura dos integrantes da agremiação petista.
“Nós fizemos um acordo na federação que poderia aparecer 10 nomes, 20 nomes e o melhor nome seria o candidato. O que não pode é companheiro criticar companheiro e ficar com essa mesquinharia. Tem um fórum para discutir isso. Eles não vão ao fórum e depois fazem crítica para discutir, não tem como ser parceiro desse tipo de gente. Isso é coisa de moleque”, desabafou na quinta-feira (26).
Desde então, Emanuel Pinheiro entrou em campo e tenta demover o vice-prefeito da ideia e insiste na pré-candidatura dele ao Governo.
