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Notícias / Política

30/06/2022 às 20:24

Vereadora critica política higienista da Prefeitura em ‘varrer’ imigrantes do centro

Edna diz que não faltam leis em prol dos imigrantes, mas sim, políticas públicas em benefício desse grupo social

Débora Siqueira

Vereadora critica política higienista da Prefeitura em ‘varrer’ imigrantes do centro

Foto: Diego Nunes/Playagora

Na mesma semana que a Câmara de Vereadores de Cuiabá realizou audiência pública na segunda-feira (27) para debater a situação dos imigrantes na capital, a Prefeitura de Cuiabá com apoio da Polícia Militar, retirou vendedores haitianos das ruas, recolhendo mercadorias, mesmo sob protesto dos trabalhadores e da população que assistiu às cenas na quarta-feira (29).
 
Nesta quinta-feira (30), os trabalhadores realizaram protesto no centro da capital cobrando que queriam trabalhar. Eles usaram cartazes pedindo o retorno do direito.
 
Em entrevista ao Agora na Conti, a vereadora Edna Araújo (PT) criticou a política higienista da administração municipal em “varrer” as pessoas do centro, retirando o que possa ser “feio” aos olhos das pessoas.
 
“É uma política simplista de fazer a limpeza da cidade, de “varrer” e retirar as pessoas, assim como fizeram com os moradores de rua. É um traço do racismo estrutural contra esses imigrantes haitianos que são organizados e trabalhadores. Retiraram o que estava “enfeiando” a cidade ou concorrendo com os comerciantes”, argumentou na entrevista ao vivo na noite desta quinta-feira (30).
 
A vereadora comentou que não faltam leis em apoio aos imigrantes, mas as políticas públicas não saem do papel. A própria Prefeitura de Cuiabá encaminhou em 2021, e foi aprovado no fim do ano passado, a Lei de Diretrizes Políticas para os Imigrantes, em maio deste ano foi criado o Conselho para o Imigrante.
 
Contudo, a parlamentar destaca que não se busca solucionar problemas. Na audiência desta semana, a própria Prefeitura de Cuiabá que encaminhou o projeto de Lei de Diretrizes Políticas para os Imigrantes não enviou nenhum representante da Saúde, Educação ou Assistência Social para ouvir o que este grupo precisa.
 
“Na Lei de Diretrizes contempla a criação de um Centro de Referência ao Imigrante. Eles têm dificuldade de acesso aos programas sociais, às políticas público, acesso às creches. Eles também não compreendem a burocracia brasileira e precisam dessa orientação para empreender. Crianças que precisam de interpretes nas escolas. A lei não está valendo de nada”, disse.
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