O Partido Socialista Brasileiro (PSB) pode ficar 'a ver navios' quando o assunto é cargo na majoritária. Inclusive, a indicação para a segunda suplência do senador Wellington Fagundes (PL) parece não estar tão firme assim.
Isso, porque a composição não tem agradado a coligação bolsonarista, tendo em vista que a agremiação defende a eleição do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, inclusive, indicou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice.
A revelação foi feita por Fagundes na manhã desta terça-feira (9), após reunião com o governador Mauro Mendes (União). O congressista garante que não participou de nenhuma articulação a fim de atrair o PSB para o seu arco de alianças rumo à reeleição, e ainda afirma que está tendo dificuldades em obter o aval de seus aliados para abrir a segunda suplência à sigla comandada pelo deputado estadual Max Russi, presidente do PSB em Mato Grosso.
“Até o dia da convenção não existia essa situação com o PSB, foi uma coisa nova. Não fui eu, eu não participei disso. É um entendimento que não é meu”, disse o parlamentar, citando que a movimentação foi articulada por Mendes e pelo vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).
Fagundes afirma que está com dificuldades em chegar a um entendimento com aliados sobre essa situação envolvendo o PSB, especialmente pelo fato de o projeto principal do Partido Liberal (PL) ser a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Tudo isso tem que ser levado em consideração. Não tem campanha ganha antes da hora. Então, a gente tem que ter muito cuidado, ouvir o sentimento dos companheiros, dos partidos, da população. É uma campanha à reeleição, isso exige muito unidade de todos”, finalizou.
O indicado do PSB para a segunda suplência de Fagundes é o produtor rural Diógenes Jacobsen (PSB) da região do Médio Norte, com foco no polo de Nova Mutum.
Até a semana passada, a agremiação tinha a médica Natasha Slhessarenko (PSB) como candidata ao Senado Federal. A expectativa da sigla era de que Mendes adotasse o palanque aberto para o Senado, mas o governador optou por fechar aliança com o PL, que tem Fagundes como candidato à reeleição.
Com isso, o palanque da base governista acabou ficando fechado, inviabilizando a candidatura de Natasha ao Senado. O fato fez com que o PSB abrisse diálogo com o grupo de esquerda, liderado pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), mas diante da pressão imposta pela Executiva Nacional para que a médica recuasse, o projeto socialista de ter uma candidatura ao Senado acabou naufragando.
A questão é que Neri fechou um acordo na esfera nacional, o que acabou gerando uma interferência do PSB em Mato Grosso. Natasha não aceitou ser suplente e saiu da disputa, anunciando que não irá concorrer a nenhum cargo nesta eleição.
Com a saída dela de cena, Max correu para os braços de Mendes novamente e hipotecou apoio à reeleição do governador, que se comprometeu a abrir a segunda suplência para a sigla. Só que parece que faltou alinhar o acordo com o maior interessado, o próprio Fagundes.
Além disso, Mauro também já havia interferido na indicação da primeira suplência, colocando seu braço-direito, Mauro Carvalho, como candidato na chapa com o parlamentar.
“Falta entendimento. A gente tem várias análises a serem feitas. Conversei com o governador, ele me trouxe várias análises, muito mais dele do que minha. Porque na verdade essa situação do PSB não teve nenhuma participação minha”, finalizou Fagundes.