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18/08/2022 às 13:31

Sem suplência ao Senado, filiados do PSB não têm obrigação de apoiar Wellington Fagundes

Análise é do deputado estadual Allan Kardec, que é candidato a deputado federal pelo PSB

Paulo Henrique Fanaia e Jardel P. Arruda

Sem suplência ao Senado, filiados do PSB não têm obrigação de apoiar Wellington Fagundes

Foto: JL Siqueira

As lideranças do PSB estarão liberadas para apoiar o candidato ao Senado de sua preferência, caso seja confirmada a saída do produtor rural Joaquim Diógenes (PSB) da segunda suplência da chapa de reeleição do senador Wellington Fagundes (PL). Essa é a análise do deputado estadual Allan Kardec (PSB), um dos principais nomes da sigla na disputa por uma vaga à Câmara Federal.
 
“Com certeza estaremos liberados se a gente não tiver essa vaga. Até porque, tanto para nós do PSB como para o Fagundes, explicar essa vaga é complicado. Na semana passada a nossa convenção deu poderes para a executiva tomar essa decisão. Nós tentamos reestruturar essa candidatura da Natasha, mas infelizmente ela não vem pra campanha”, comentou Allan, nessa quarta-feira (17), ao ser questionado sobre a possível desistência do partido em compor a chapa com Wellington Fagundes.
 
Na prática, isso significa que apesar de Fagundes levar a sigla na coligação, e consequentemente o tempo de rádio e televisão, não terá apoio irrestrito dos filiados do PSB, que é um dos principais partidos em Mato Grosso.
 
Com 14 prefeitos, entre eles os de Rondonópolis e Cáceres, nove vice-prefeitos e 149 vereadores, o PSB é uma das principais forças políticas de Mato Grosso. A sigla foi articulada e construída pelo deputado estadual Max Russi (PSB), após a saída de antigos líderes, como Valtenir Pereira, Mauro Mendes, Fábio Garcia e Adilton Sachetti.
 
Caso Diógenes se mantenha na suplência, haveria uma unidade partidária em prol da candidatura de Wellington Fagundes ao Senado. Contudo, sem esse fio condutor, cada uma das lideranças se verá na liberdade para escolher, em particular, qual candidato apoiar.
 
O imbróglio do PSB
 
Após o recuo de Natasha da disputa ao Senado Federal, o Partido Socialista Brasileiro, capitaneado por Max Russi, indicou o correlegionário Joaquim Diógenes para compor a segunda suplência na chapa de Fagundes.
 
Porém, mesmo que a composição da chapa já tenha sido registrada junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), o primeiro suplente de Fagundes, o ex-chefe da Casa Civil Mauro Carvalho (União) já confirmou que Diógenes desistiu da vaga, o que já levou Wellington a estudar a troca do produtor rural pela ex-prefeita de Sinop Rosana Martinelli (PL).
 
Legalmente, a chapa tem até o dia 12 de setembro para substituir qualquer componente da formação atual. A medida está prevista na Lei nº 9.504 de 1997, e ainda na resolução nº 23.609 de 2019, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela é válida tanto para as chapas majoritárias, Governo e Senado, quanto para as proporcionais, deputado estadual e deputado federal.
 
Também poderá ser substituído o candidato que renunciar ou falecer, após o dia 15 de agosto, quando encerrou o prazo para o registro de candidaturas.
 
A escolha de Kardec
 
O próprio Kardec afirma que não está sendo nada fácil decidir entre Wellington ou Neri Geller (PP), devido ao histórico que o socialista tem com os dois principais players na corrida ao Senado Federal.
 
Isso, porque embora o deputado reconheça o trabalho de Wellington para fortalecer a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), ele se vê na obrigação de demonstrar apoio a Neri, que levou diversos recursos ao munícipio natal de Kardec, Santo Antônio de Leverger.
 
Quanto a Wellington, o problema encontra-se no fato de que atualmente o senador compõe o grupo de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto o PSB de Allan tem Geraldo Alckimin (PSB) que é vice na chapa do ex-presidente Lula (PT). Outro ponto, pelo menos na visão do socialista, é a sua origem dentro dos sindicatos, haja vista que a mãe de Kardec foi professora e membro por muitos anos do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep).
 
“Eu tenho um afeto pessoal pelo Wellington por tudo que ele fez pela UFMT que é a minha casa, pelo IFMT que é minha casa, mas a ligação dele direto com o Bolsonaro, essa pegada mais bolsonarista, faz com que alguns eleitores ligados a mim, a minha família, minha mãe que é aposentada e foi Sintep por 40 anos. Então nós teremos dificuldade de fazer uma campanha abertamente na questão do Wellington”, diz Allan Kardec.
 
Em relação a Neri, Kardec lembra dos recursos que o progressista levou para Santo Antônio de Leverger, berço político e local onde a esposa do parlamentar atua como secretária municipal de educação. Desta forma, Allan se sente na obrigação de demonstrar apoio ao postulante à senatoria.
 
“O Neri tem hoje dentro de Santo Antônio de Leverger muitos investimentos e a tendência de Santo Antônio, a minha esposa por exemplo que é secretária de educação, é servidora efetiva de lá e tem a tendência de estar com o Neri”, lembra o socialista.
 
Com toda essa indefinição, o deputado espera que o partido defina tudo até o fim de semana, para e fim firmar o seu palanque.

 
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