Quem passa pelo viaduto Clóvis Roberto Balsalobre de Queiroz, o viaduto da UFMT, vê uma cena incomum: uma jovem venezuelana gestante acompanhada de duas crianças pequenas segurando uma placa de isopor com os dizeres “Preciso de ajuda. O Comunismo da Venezuela me fez um pedinte no Brasil”. A jovem em questão é Maria José de 21 anos.
Grávida de sete meses do terceiro filho, a venezuelana que ama o Brasil conta que veio para o país há cinco anos, quando ela ainda tinha 16 anos de idade, acompanhada do marido, da mãe e do irmão. Após passar um tempo em Boa Vista (RR), Maria foi morar em Cuiabá, local onde nasceram os dois filhos pequenos e atualmente mora com a família em uma casa de aluguel no bairro Pedregal.
Uma foto de Maria José segurando a placa viralizou nas redes e ela sabe disso. Segundo ela, vários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) passam pelo local buzinando e demonstram apoio à placa que ela carrega.
A equipe de reportagem do Leiagora foi até o viaduto e conversou com a jovem. Ela diz que fez a placa para passar uma mensagem, pois gosta muito do país que a acolheu. Ela ainda criticou o regime de Nicolás Maduro, a quem lembra que é amigo de Lula.
“No Comunismo primeiro dão tudo, depois esquecem do povo. Socialismo é igual. Eles dão benefício, mas para os que estão com eles. Nós que somos pobres, a gente se deixa comprar por um arroz, açúcar, a necessidade deixa que eles se aproveitem disso para comprar votos por comida votos. Lá [na Venezuela] sempre ganha o Maduro porque eles compram a gente. Quem trabalha no governo vota no governo. Nós que votamos contra somos demitidos do emprego”, diz Maria.
