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18/02/2023 às 15:39

Fotos | Nova fiscalização encontra mais de 5,5 milhões de medicamentos vencidos no Cdmic de Cuiabá

Foram mais de 2,1 milhões de paracetamol e também foram constatados medicamentos vencidos desde 2018 em péssimas condições de armazenamento

Alline Marques

O caos instalado na saúde de Cuiabá só piora. Em nova inspeção realizada no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos (Cdmic) da capital, realizada no dia 13 de fevereiro, constatou mais um descaso com a população que padece com a falta de remédios nas unidades de saúde. Foram mais de 5,5 milhões de medicações encontradas vencidas, número superior à fiscalização realizada em dezembro, além de diversas irregularidades com relação ao armazenamento dos produtos, que estão jogados, com vazamentos de produtos químicos que ainda colocam risco ao meio ambiente e à saúde dos servidores. 

Conforme documento apresentado pela vistoria, foram encontrados medicamentos com datas de vencimentos de 2017, 2018 e 2019, período anterior à vistoria realizada pelos vereadores que resultou na CPI dos Medicamentos. Foram mais de 2,1 milhões de paracetamol vencidos, entre 2019 e 2020, remédio muito utilizado nas unidades de saúde como analgésico e antitérmico, além de 83 mil diporonas. Também foram encontrados mais de 800 mil comprimidos de Atenol, utilizado no tratamento de hipertensão. (A lista completa pode ser encontrada no final da matéria)

O fato é que enquanto isso, a população padece na busca por remédios para tratamentos de doenças crônicas. 
Medicamentos vencidos há mais de cinco anos tais como Sulfato de Salbutamol, utilizado no tratamento de doenças respiratórios, além de Cloridrato de Tioridazina, recomendado para pacientes com esquizofrenia, também foram encontrados durante a vistoria.

Confira AQUI a íntegra do relatório


“Há um montante significativo de medicamentos e insumos em geral vencidos no local, que ainda não foram destinados ao descarte, obviamente, seguindo o previsto nas normativas vigentes. Os produtos, mesmo vencidos, não estão armazenados da forma correta, pois, em sua maioria, trata-se de produtos químicos, ou seja, poluentes. Há inúmeras caixas, assim como produtos fora das mesmas, caídos diretamente no chão do local. Assim como, há caixas em paletes, porém, apresentando umidade, ou seja, vazamento do produto em seu interior, pois, também foi observado que o empilhamento não respeita as especificações dos fabricantes (informada na própria caixa) e há vários tipos de caixas empilhadas umas sobre as outras. Em relação ao acesso do local, o mesmo se encontrava fechado com o uso de cadeado”, diz trecho do relatório.

 

O documento traz uma série de fotos que mostram como os medicamentos vencidos estão estocados de qualquer jeito, o que pode ocasionar riscos até mesmo para o meio e aos servidores. Foi possível constatar diversas caixas e demais produtos caídos por toda parte empilhados de forma inadequada, sem espaço para transitar, o que também inviabilizou a contagem. 

“Podemos observar que os produtos, mesmo vencidos, não estão armazenados da forma correta, pois, em sua maioria, trata-se de produtos químicos, ou seja, poluentes. Há inúmeras caixas, assim como produtos fora das mesmas, caídos diretamente no chão do local. Assim como, há caixas em paletes, porém, apresentando umidade, ou seja, vazamento do produto em seu interior, pois, também foi observado que o empilhamento não respeita as especificações dos fabricantes (informada na própria caixa)”, relatam os fiscais.

O documento aponta que os medicamentos no local tratam-se de produtos que foram alvos de investigação na CPI dos Medicamentos, que ocorreu entre 2020/2021, quando veio à tona o escândalo dos remédios vencidos no centro. Na época, o centro era administrado pela empresa Norge Pharma, responsável pela gestão do CDMIC. Quanto à questão, os fiscais apontam que não existe um Plano de Gerenciamento de Resíduos no Serviço de Saúde (PGRSS) na capital. 

Além dos fiscais do CRF-MT, acompanharam a fiscalização servidores do Ministério Público Estadual, que visualizaram o armazenamento inadequado de medicamentos. Durante a inspeção, a equipe técnica foi acompanhada também por funcionários da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que passou a listagem dos produtos armazenados naquele local. No entanto, foi informado também que a lista não constava no sistema atual de controle do Centro de Distribuição, isto porque ela teria sido extraída do sistema da empresa responsável à época.

Veja AQUI a lista de medicamentos vencidos

A inspeção constatou ainda que há mais produtos vencidos de épocas e gestões diferentes que o listado no relatório anterior emitido pelo setor de fiscalização do CRF-MT, realizado em dezembro do ano passado. Os fiscais apontaram ainda que como não há dados referentes aos lotes e validades na primeira inspeção não foi possível confirmar se todos os itens presentes nas duas listas seriam diferentes, ou seja, se as mesmas são ou não 100% complementares. 

Independente disso foi possível checar que mesmo sem os dados de lote e validade da lista apresentada em dezembro, que existem muito mais produtos vencidos relacionados ao CDMIC, mesmo que de épocas e gestões diferentes, que o listado no relatório anterior emitido pelo setor de fiscalização do CRF-MT. 
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