'Não estamos a tratar de um julgamento político', garante Perri sobre julgamento de intervenção
Rubens e Juvenal haviam pedido vistas do processo na sessão extraordinária realizada no último dia 23, e nesta quinta-feira (09) se posicionaram contra o pedido do Ministério Público Estadual e tirar a gestão da saúde das mãos da administração munici
O posicionamento dos desembargadores Rubens de Oliveira e Juvenal Pereira com relação ao pedido de intervenção pleiteado pelo Ministério Público gerou a revolta no desembargador Orlando Perri, que respondeu pela relatoria do processo e defendeu a intervenção estadual na saúde de Cuiabá.
“A história julgará os julgadores dessa intervenção. Não estamos a tratar de um julgamento político, sempre deixei isso claro e evidente, eu não estou agindo politicamente. A minha posição é estritamente jurídica”, disse o magistrado bem exaltado, após seus colegas de corte terem entregado as vistas e votado contra a intervenção.
Rubens e Juvenal haviam pedido vistas do processo na sessão extraordinária realizada no último dia 23, e nesta quinta-feira (9) se posicionaram contra o pedido do Ministério Público Estadual e tirar a gestão da saúde das mãos da administração municipal.
Ambos apontaram falhas processuais no pedido do órgão ministerial. O voto dos magistrados, inclusive, foi seguido pelos desembargadores João Ferreira Filho e Antônia Siqueira Gonçalves. Juvenal chegou a apontar que a situação poderia piorar com a intervenção e alegou que as questões das denúnicas devem ser tratadas na esfera criminal, relembrando a prisão do ex-secretário Célio Rodrigues, mas que já conseguiu um habeas corpus nesta quinta.
“Estou longe de querer dar um aval para o governo do Estado intervir no município por motivo político, absolutamente. Eu sempre deixei claro, coloquei ênfase que pessoas estão morrendo, pessoas estão tendo braços e pernas amputados, estão tendo AVCs por falta de medicamentos básicos na saúde de Cuiabá”, completou Perri.
Para ele, o caos na saúde nem precisa ser provado e já dá embasamento para a intervenção. Ele ainda cita as inúmeras operações policiais deflagradas para combater a corrupção e esquemas na saúde municipal.
“Isso é público e notório e não precisa de provas, a nossa imprensa todos os dias trazem a público esse infortúnio que acomete o cidadão cuiabano. Além disso, toda semana temos notícias policiais envolvendo algum tipo de corrupção na Secretaria Municipal de Saúde. Ontem mesmo tivemos uma, semana passada outra, e pode ter certeza que doravante teremos a miúde outras operações policiais”, colocou.
Por fim, ainda ressaltou que os integrantes da Corte não vivenciam a saúde pública. “Nós, julgadores, desembargadores e juízes, não precisamos frequentar as UPAs, policlínicas e hospitais municipais. Nós magistrados, quando tempos algum problema, procuramos hospitais como Albert Einstein e Ciro Libanês. Não sabemos e não conhecemos as agruras do povo cuiabano, que estão morrendo como baratas”, finalizou.
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