O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) se posiciona veementemente contra a aproximação que o correligionário e também deputado Valdir Barranco, presidente regional do Partido dos Trabalhadores, vem construindo com o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
Nesta semana, a Prefeitura de Cuiabá convocou uma coletiva de imprensa para dar holofote à entrega de uma denúncia de Barranco contra o Gabinete de Intervenção do estado na Saúde da Capital.
A diferença de posicionamento de Barranco com a sigla, segundo Lúdio, fez surgir uma necessidade de abrir um debate interno sobre isso.
“O diretório municipal de Cuiabá tem uma posição clara de oposição ao atual prefeito da cidade e a nossa vereadora leva para o Parlamento municipal essa posição. O meu colega Valdir Barranco, não é uma posição do diretório estadual, é uma posição dele, política dele, que eu respeito, embora discorde, tem uma relação mais próxima com o prefeito de Cuiabá, o que na minha opinião é um erro político do PT”, declarou à imprensa esta semana.
Na coletiva, Barranco - cuja esposa, a dentista Roseli Barranco, era secretária-adjunta de Atenção Primária de Cuiabá e foi demitida pelo Gabinete de Intervenção - acusou o gabinete de ter contratado de forma irregular uma empresa para prestar serviços de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), com objetivo de beneficiar um aliado do governador Mauro Mendes (União).
A Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ESCP) rebateu a acusação afirmando que a contratação da APP Serviços Médicos LTDA, para reabrir a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), fechada desde janeiro, foi realizada com aval da equipe do Tribunal de Contas do Estado responsável por acompanhar a intervenção na Saúde de Cuiabá.
Sobre todo esse imbróglio, Lúdio Cabral entende que a função dos parlamentares não é concordar ou não com a intervenção estadual na Saúde, uma vez que foi determinada pela Justiça.
“A nossa preocupação tem que ser com os direitos que a população tem de ser atendida com qualidade e isso implica em responsabilidade do governo do estado, da Prefeitura de Cuiabá e nós não podemos deixar a disputa político-partidária contaminar as responsabilidades que nós temos. Hoje estamos vivendo um colapso na terapia intensiva pediátrica por irresponsabilidade dos dois entes”, arrematou.
