O deputado estadual Valdir Barranco (PT) garantiu que demarcações de terras indígenas que outrora estavam paralisadas durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), daqui por diante serão realizadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como é o caso do povo Myky, do território Menkü no município de Brasnorte (588 km de Cuiabá).
O deputado participou nessa quinta-feira (13) do último dia do 1º Acampamento Terra Livre de Mato Grosso, junto de lideranças indígenas importantes como a do cacique Raoni Metuktire, representante indígena internacionalmente reconhecido por sua atuação na defesa do território amazônico.
“Aqui tem a terra dos Myky, é uma área que já tem sentença judicial, que foi até citada pelo procurador, portanto na reivindicação deles, agora, no Terra Livre Nacional, certamente vai entrar na pauta deles”, disse o deputado, se referindo à fala do procurador da República Ricardo Pael.
Somado a isso, Barranco criticou a ausência do governador Mauro Mendes (União) no acampamento que reuniu diversas etnias e discutiu demarcação de terras, melhores condições na saúde, educação indígena, além de representatividade. O acampamento ocorree de segundaa quinta na praça Ulysses Guimarães, em Cuiabá. Para o parlamentar, o gestor do executivo-estadual está alheio às pautas sociais e indígenas.
“Eu achei muito interessante e forte a fala do Raoni, deixando bem claro: 'olha, se eu Raoni estou aqui, quem é você governador, para não estar?' Então, isso demonstra, a gente sabe bem de que lado está o governador. O governador não gosta de pobre, o governador não gosta de indígena, o governador não gosta de agricultura familiar. Eu não vejo ele andando pelo estado, nenhuma atividade com a agricultura familiar. Todas as postagens dele são com os ricos, é com a elite. Então, ele se fecha no Palácio, se encastela e não ouve as demandas”, declarou o deputado.
Porém, o governador acabou por receber o cacique Raoni na tarde dessa quinta-feira (13) e agendou uma reunião ampliada com as lideranças para esta sexta (14) no Palácio Paiaguás.
Além de Barranco e o cacique Raoni, que comentaram sobre a ausência do governador, a diretora do Instituto Yukamaniru de Apoio às Mulheres Indígenas Bakairi, Darlene Yaminalo Taukane, também revelou que a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt) encaminou uma carta solicitando uma audiência com o chefe do Estado, mas até o momento não houve retorno.
Quem é o povo Myky
O povo Myky conta com 115 indígenas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. O território Menkü, faz parte das 92 terras indígenas da região amazônica em proceso de demarcação. Esse processo, ficou suspenso durante o governo de Bolsonaro, além da estagnação, o executivo tentou piorar a situação chegando a propor o projeto 191/2020 que tinha por objetivo regulamentar a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas.
