O ex-diretor-presidente da Rota do Oeste, Júlio Pedigão, da Odebrecht, pediu desculpas aos mato-grossenses pelo que ele chamou de “transtornos” causados na administração da BR-163 em Mato Grosso. Sob a administração da Odebrecht, a rodovia se tornou um problema para a população devido à falta de investimentos para melhorar a infraestrutura enquanto o fluxo de veículos e quantidade de acidentes aumentava vertiginosamente.
"Eu quero reafirmar meu pedido de desculpas verdadeiros e sinceros. Eu estava na presidência e agora estou indo embora para São Paulo. Estou voltando com a sensação de que o pedido de desculpa é verdadeiro por conta dos transtornos que nós causamos. Meu pedido de desculpa fica claro, mas conseguimos uma saída para que os investimentos sejam retomados e mais vidas sejam salvas", disse o ex-diretor.
A declaração foi dada na sexta-feira (5), durante a cerimônia em que o novo CEO da Nova Rota, Luciano Uchoa, assinou as ordens de serviço para obras de requalificação asfáltica de todos os trechos entre Cuiabá e Sinop da BR-163. Na ocasião também foi apresentado o conselho de administração da empresa, que está sob controle acionário da MT Par, empresa de investimentos do governo de Mato Grosso.
Ao entregar a gestão da concessionária Rota do Oeste na manhã desssa sexta-feira (5), o ex-diretor Júlio Perdigão pediu desculpa aos mato-grossenses por conta dos transtornos causados pela empresa em razão da péssima gestão e falta de obras na rodovia BR-163, principalmente no trecho que liga Cuiabá a Sinop. A partir de agora o MT-Par irá assumir o controle acionário da empresa, que passa a se chamar Nova Rota.
Má Fama
As críticas ao problema da administração da Odebrecht chegaram a tal ponto que o governador Mauro Mendes (União) se negava a atender Júlio Perdigão. O fato foi confirmado pelo próprio executivo da OTP. De acordo com ele, antes de março de 2022, quando começaram as negociações para troca do controle acionário, várias propostas de reuniões foram rejeitadas.
"Apanhamos muito. Não contei em público, mas vou contar aqui. O governador não quis nos atender, tamanho era o desconforto de achar que a gente estava querendo ficar, até que ele achou uma agenda e explicamos tudo”, disse.
“A gente já estava no caminho da devolução. Avisei para ele que não tinha mais o que fazer. Se quiser um apoio para construir uma solução estamos à disposição para ajudar. Ele olhou desconfiado, mas a coisa caminhou e chegou onde chegou", confidenciou.
Amanhã é um novo dia
Apesar da experiência negativa da Odebrecht com a BR-163, Júlio Perdigão garante que o grupo ainda tem interesses em novos investimentos em Mato Grosso.“Aqui é um estado que está em nosso radar. Ainda há para o futuro muita química entre o nosso pensamento corporativo de empresa com o que o Mato Grosso está fazendo aqui", concluiu.
