Uma das únicas autoridades mato-grossenses que defende a Reforma Tributária, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) avalia que governo de Mato Grosso faz certo alarde quanto à proposta, e ressalta que haverá um período de transição e adaptação para que as mudanças passem a vigorar. Todavia, reconhece que o Estado sofrerá impacto com relação à tributação depender majoritariamente do consumo.
“O terrorismo é dizer: 'vai aprovar essa reforma, o preço do arroz vai subir, o preço da carne vai subir'. Não é verdade. Como se amanhã essas mudanças fossem colocadas em prática. Então, o que vai acontecer é que a partir de 2029 começam as mudanças nos tributos estaduais e municipais e haverá um período que é de 2029 até 2033, portanto daqui a 10 anos”, destacou o médico sanitarista em entrevista ao Agora na Capital.
Apesar de considerar afoita toda a movimentação da gestão estadual para impossibilitar que a medida seja votada sem demais alterações na Câmara Federal, Lúdio analisa que é, sim, necessário melhorar a proposta quanto à distribuição do imposto que passará a ser ofertado conforme a quantidade de consumo das unidades federativas. Isso implicaria em uma redução de arrecadação em Mato Grosso, haja vista que o estado não apresenta densidade populacional significativa.
“Eu considero assim, que o governador do estado tem o dever de defender os interesses do estado e esse problema específico que é o fato de Mato Grosso ter população pequena e da tributação passar a acontecer no consumo final e não naquilo que o Estado produz e comercializa com outros estados do país, essa questão, sim, ela tem que ser tratada”, argumenta o parlamentar, que completa alfinetando o governador quanto a supostas interferências externas em sua movimentação anti-reforma:
“Agora, o governador não pode se contaminar pelo discurso daqueles que são contrários por ser contra e que ficam espalhando fake news pelas redes sociais só para ter likes”, pontua.
Lúdio reforça ainda, ao longo da entrevista, que a medida visa sanar ‘guerras fiscais’ entre estados e municípios e ressaltar a importância da taxação de grandes riquezas.
“Os empresários, os grandes empresários não pregam a eficiência que não pode ter paternalismo? Isenção de imposto para grande empresário é paternalismo. Tem que acabar com o paternalismo no nosso país e no nosso estado. Já pensou Mato Grosso que tem uma arrecadação de R$ 35 bilhões aumentar essa arrecadação para quase R$ 50 bilhões, isso vai melhorar a vida do povo, vai melhorar a saúde, a educação. [...] Por isso que tem alguns setores incomodados”, considera.
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