O juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, solicitou que o hospital psiquiátrico estadual Adauto Botelho indique a disponibilidade ou não de vaga para internação do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, 49 anos, suspeito de matar a advogada, Cristine Castrillon da Fonseca Tirloni, 48 anos. A vítima foi espancada e asfixiada até a morte.
No documento, datado da terça-feira (15), o magistrado destaca que o suspeito possui insanidade mental e que, em decorrência dessas condições, foi fixada uma medida de internação por dois anos, o absolvendo do crime de roubo qualificado cometido em 2014.
O pedido de internação de Almir foi expedido no fim de outubro de 2022. Na época, foi determinado ainda que, após a internação dele, a Equipe de Avaliação e Acompanhamento das Medidas Terapêuticas Aplicáveis às Pessoas com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAP), elaborasse um relatório do quadro apresentado.
A ordem de internação no hospital foi cumprida meses depois, em junho deste ano, mas devido à falta de vaga, a Justiça converteu o mandado provisoriamente pelo período de três meses em acompanhamento ambulatorial em um Centro de Assistência Psicossocial (CAPS).
Uma declaração de comparecimento do paciente foi dada pela Defensoria Pública, bem como a declaração médica atestando que ele estava bem e em bom estado, apto físico e mentalmente para realização de atividade laboral.
Quase dois meses depois da cumprimento da ‘internação’, o suspeito conheceu a advogada em um bar na região da Arena Pantanal, em Cuiabá, e de lá pegou uma carona com ela até a casa dele, onde teria matado a vítima espancada e asfixiada. Depois disso, Almir colocou a vítima no banco do passageiro do carro dela e abandonou o veículo com o corpo no Parque das Águas.
Na segunda (14) , após a repercussão do caso, o suspeito foi preso pela manhã e, no final da tarde, foi submetido à audiência de custódia, ocasião em que a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.
Na oportunidade, a defesa pediu a liberdade com a internação provisória para tratamento da esquizofrenia, mas a juíza da 6° Vara Criminal de Cuiabá, Suzana Guimarães Ribeiro negou o pedido e destacou a gravidade do delito e os autos do atestado médico.
Diante disso, o juiz determinou um prazo para que o Hospital Adauto Botelho informe sobre o quadro de vagas na unidade. “Pois bem. A situação verificada nos autos guarda sensibilidade e requer análise acurada. Assim, intime-se a EAP para que apresente, no prazo de 48 horas, relatório, ainda que parcial, do quadro verificado em relação ao paciente Almir Monteiro dos Reis, bem como, para que indique a disponibilidade, ou não, de vaga para internação do paciente”, diz trecho do documento.