Nasce a caçula entre os municípios de Mato Grosso e do Brasil: Boa Esperança do Norte. Apesar de jovem, é condiderada bem desenvolvida entre as demais cidades mato-grossenses. Com sete mil habitantes, 489 comércios, posto de saúde 24 horas, creche e escolas, a população do até então distrito esperava ansiosamente pela emancipação.
O sub-prefeito do ex-distrito, que deve continuar no cargo até que seja eleito o primeiro prefeito e vereadores em 2024, afirmou em entrevista ao Leigora que o município além de consolidado, conta também com localização privilegiada.
“Agora, principalmente agora nos últimos anos, nós fomos beneficiados pelo governo de Mato Grosso pela MT-140, aqui nós estamos no entroncamento dela com a BR-242. Então é um eixo muito importante pro Estado, é uma alternativa da BR-163, que é a espinha dorsal do médio norte. Então, por exemplo, nós estamos numa logística mais privilegiada, que Sorriso, estamos a 400 km de Rondonópolis, de estação ferroviária”, explica.
Segundo ele, a população do distrito esperava muito pela emancipação já que o ‘status’ de município deveria ter vindo bem antes, conforme a Lei nº 7.264 de 29 de março de 2000. No entanto, na época, por decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que tratava a criação como ilegal, foi acatada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
"Foi uma coisa muito esperada, foi uma luta de 23 anos, isso aí que era para ter acontecido no ano de 2000. E tenho certeza que seria uma potência no Mato Grosso, porque a gente olha as cidades que foram criadas no mesmo dia, os momentos que elas estão no estado. Por exemplo, pega o Ipiranga do Norte, Santa Rita do Trivelato. Foram todas criadas no mesmo dia, com a mesma característica, a mesma vocação.
O município tem a economia voltada ao agronegócio com o cultivo de culturas de soja, milho e algodão, além da pecuária, enfrenta uma briga com a vizinha Nova Ubiratã. Isso, porque a formação do atual território de Boa Esperança do Norte, a área total conta com 20% do território que antes era de Sorriso, enquanto que 80%, de Nova Ubiratã.
Vale lembrar que a decisão por inconstitucionalidade, ainda em 2000, veio por meio do julgamento de mandado de segurança formulado justamente pelo município de Nova Ubiratã.
Apesar do descontentamento nova ubiratãense, em entrevista ao Leigora o prefeito de Sorriso, Ari Lafin, afirmou que a emancipação é positiva.
“Eu avalio de maneira bem positiva (...) Nós, na verdade, deixaremos 80 mil hectares ao novo município. A parte administrativa toda, ela passa a ser assumida por parte do novo município. O município de Sorriso não perde, tá? Ao contrário, eu acredito que na soma entre área e gestão e manutenção, o município de Sorriso não perde. Da nossa parte nós não vamos ter nenhum tipo de prejuízo”, explica.
Calebe diz estar à disposição da cidade para o cargo de prefeito no ano que vem. Afirma ainda que o Fundo de Partição dos Municípios (FPM) deverá chegar a R$ 30 milhões “Tem muito pouco filtro para tirar isso aí, mas baseado nas cidades que foram criadas junto com a gente, que tem a mesma vocação, mesma característica. Mais ou menos 30 milhões”, contou.