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28/02/2024 às 11:58

VOLTOU À TONA

Mãe de Rodrigo Claro defende que investigação de morte não fique na esfera militar

Jane faz relação do caso do filho com a nova morte em curso de formação dos Bombeiros: 'Ele foi submetido a uma sessão de tortura; com este jovem eu tenho certeza que não foi diferente'

Marina Martins e Eloany Nascimento

Mãe de Rodrigo Claro defende que investigação de morte não fique na esfera militar

Foto: reprodução

Após a morte do soldado do Corpo de Bombeiros, Lucas Veloso Peres, 28 anos, durante um treinamento, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, um outro caso semelhante voltou a ser lembrado.
 
O da luta de Jane Claro, mãe de outro aluno em formação que também morreu durante treinamento no curso de soldado bombeiro, em Cuiabá. Em 2016, Rodrigo Patrício Lima Claro tinha 21 anos.
 
Ao Leiagora Jane contou que recebeu a notícia da morte do aluno, nesta terça-feira (27), por um amigo.

“Eu fiquei em choque, porque eu vi ali a história de tudo que aconteceu com meu filho voltando à tona. É muito doloroso sentir tudo isso novamente. E hoje eu sei exatamente o passo a passo de tudo que está acontecendo com aquela mãe, recebendo o corpo daquele filho”, lamentou.
 
No caso de Rodrigo, a tenente de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, que comandava o curso de formação, foi denunciada pelo crime de tortura. Ledur foi condenada em setembro de 2021 a cumprir um ano de prisão, em regime aberto, pelo crime de maus-tratos. A punição foi extinta em março do ano passado, devido ao lapso prescricional, previsto no Código Penal Militar. O processo foi arquivado.
 
Para Jane, o sentimento é de revolta e indignação. A mãe não tem dúvidas que o filho foi vítima de um crime.
 
“Ele foi afogado, ele foi submetido a uma sessão de tortura dentro da água, os caldos. Com este jovem (Lucas) eu tenho certeza que não foi diferente. Você acha que esses meninos que estavam lá, que acompanharam, que viram tudo, iriam se expor a falar mentira?
 
Emocionada, ela fez relação da morte do jovem aluno com a do seu filho, lembrando que ambos vieram para a Capital para ‘lutar por um sonho.’ Lucas era natural de Caiapônia, em Goiás. Rodrigo, veio de Tangará da Serra para fazer o curso.

“Eu vi o meu filho sair de casa quando eu ainda morava em Tangará da Serra. Montou na sua moto, me deu um abraço, se despediu dos irmãos e foi em busca de um sonho. O que eu recebi de volta foi o corpo do meu filho, pra mim ver lá e sepultar. Isso é muito injusto, é muito desumano, é muito cruel“, desabafou.

Jane Claro ainda questionou o preparo dos responsáveis por conduzir as formações dos alunos, e defendeu que o caso de Lucas seja investigado no âmbito da Polícia Civil, e não da instituição militar.
 
“São pessoas totalmente despreparadas, desqualificadas para estarem ali conduzindo um curso de formação [...] Acho que pessoas para conduzir um curso de formação tem que ser pessoas que têm amor ao próximo, ensinar. Não matar. Não agredir. Não humilhar [...] Acho que está na hora de ter leis mais severas. Essas investigações não podem ficar a cargo da instituição militar”, concluiu.
 
 
A morte desta terça-feira

Conforme informações apuradas pelo Leiagora, Lucas Veloso Peres, integrava o quadro de novos soldados alunos, e estava em formação. Durante o aquecimento para curso de salvamento aquático, o rapaz teria começado a sentir falta de ar, e acabou se afogando.

A equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso. O delegado Nilson Farias, relatou que o jovem reclamou que estava se sentindo mal já dentro da água e repentinamente afundou.

"O capitão conseguiu levantar ele, colocou no barco de apoio, começaram a fazer os procedimentos de reanimação. Porém, quando ele deu entrada no hospital, ele já estava há bastante tempo sem respirar. Ficou mais 20 minutos tentando fazer reanimação, mas sem êxito, então o médico declarou o óbito", disse.

O corpo de Lucas foi liberado e irá passar por exames de necropsia. A causa da morte será apontada no laudo da Politec.
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