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04/08/2020 às 11:30

Empresário alega dificuldades e juiz autoriza parcelar fiança de R$ 52 mil em duas vezes

Empresário alegou que pandemia diminuiu receita e juiz permitiu o parcelamento em duas vezes, para o mesmo mês

Camilla Zeni

Empresário alega dificuldades e juiz autoriza parcelar fiança de R$ 52 mil em duas vezes

Foto: Arquivo pessoal

O juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, atendeu a um pedido da defesa do empresário Marcelo Martins Cestari, e permitiu que ele faça o parcelamento do valor arbitrado como fiança pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.

Marcelo é pai da adolescente de 14 anos que teria matado a melhor amiga com um tiro no rosto, no dia 12 de julho, no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá. Naquele dia, Marcelo foi preso depois que a Polícia Civil encontrou sete armas em sua casa, sendo duas sem documentação.

Leia também: Pai de adolescente que teria matado a amiga no Alphaville é indiciado

Conforme a decisão dessa segunda-feira (3), Marcelo Cestari poderá pagar o valor atribuído em R$ 52,2 mil em duas parcelas. A primeira deve ser paga em até cinco dias, vencendo, portanto, em 10 de agosto. Já a segunda deve ser paga cinco dias depois, no dia 17 de agosto, segundo o juiz. São considerados apenas dias úteis.

O valor da fiança foi fixado em decisão proferida também nessa segunda-feira (3), depois de um imbróglio judicial. 

Inicialmente, Marcelo pagou R$ 1 mil de fiança e foi liberado para casa. No entanto, a defesa que representa a família de Isabele Guimarães Ramos - a adolescente que morreu na casa da amiga - apontou que o empresário teria condições financeiras de arcar com valores maiores, considerando também a gravidade do caso, de forma que o pagamento foi desproporcional.

O caso da fiança mobilizou o Judiciário, uma vez que, inicialmente, o juiz João Bosco majorou o valor para R$ 209 mil, considerando as alegações da família da vítima e a manifestação do Ministério Público. Segundo o processo, Marcelo, além de morar com a família em um condomínio de luxo, tem carro importado e até uma aeronave, além de uma empresa com capital inicial de R$ 10 milhões. 

O desembargador Rondon Bassil Dower Filho, quando plantonista no Tribunal de Justiça, determinou a suspensão da decisão, apontando que Marcelo não tinha sido ouvido sobre o valor da fiança. Então o juiz determinou a intimação do empresário e, após as alegações, fixou o valor em R$ 52,2 mil, o equivalente a 50 salários mínimos. 

Marcelo alegou que a pandemia da covid-19 provocou dificuldades financeiras em sua empresa, de forma que ele não poderia arcar com o valor anterior. Ele também alegou que a aeronave que é apontada na ação está inutilizada, por conter avarias. No entanto, o juiz ponderou que, ainda assim, R$ 1 mil era um valor muito irrisório perto das condições do empresário e citou, por exemplo, o tipo de armamento encontrado em sua casa, que têm alto valor de mercado.

Caso Isabele
Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu na noite do dia 12 de julho, quando estava na casa de sua amiga, no condomínio onde moram. Segundo a Polícia Civil, ela foi atingida por um tiro na cabeça, que teria entrado por suas narinas. A autora do disparo seria a melhor amiga e dona da casa. O caso é tratado como homicídio culposo (quando não há a intenção de matar).

Durante as investigações, a polícia encontrou sete armas na casa da família onde o crime aconteceu. Nem todas tinham registro. Isso fez com que o pai da família, o empresário Marcelo Cestari, fosse preso por posse irregular de armas. No entanto, após pagar fiança de R$ 1 mil, ele foi solto. 

O caso envolvendo a família Cestari e a família Guimarães é acompanhado por duas delegacias da Polícia Civil. Até o momento, mais de 20 pessoas já prestaram depoimento sobre o caso.
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