O grupo de artesãos indígenas Bôloriê Umutina, do povo Umutina-Balatiponé, de Barra do Bugres, está vendendo suas criações no site bolorieumutina.com.br, lançando nesta segunda-feira (19.04), justamente no dia dos Povos Indígenas. A plataforma foi desenvolvida pela própria comunidade com recursos do Edital Mato Grosso Criativo, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).
A loja virtual disponibiliza brincos, anéis, bolsas, colares, cestos, chaveiros, chocalhos, pulseiras, gargantilhas, dentre outros acessórios. Os preços variam entre R$ 10 e R$ 65. A exceção é uma escultura em madeira de uma onça, que custa R$ 400. O site possibilitará a venda destes produtos o ano todo.
Embora o site já esteja no ar, o lançamento oficial acontece após a palestra “Não é só artesanato”, ministrada pelo bacharel em direito Sidney Monzilar e pela turismóloga Alessandra Ribeiro. A palestra começa às 18h e será transmitido via Facebook, pela páginaCriações Bôloriê Umutina. A palestra é mais uma das ações que integram o projeto “Criação e aperfeiçoamento da loja Boloriê Umutina”.
De acordo com Isaac Amajunepá, proponente do projeto, a iniciativa possibilitou o fortalecimento, reorganização e ampliação do grupo Criações Bôloriê Umutina. Os artesãos se especializaram na criação de biojoias, mas também não deixaram de produzir outras peças, como cestos, escultura em madeira, bolsas, abanadores, arco e flecha. São alguns dos produtos disponíveis no site.
“O projeto foi feito e pensado para garantir a sustentabilidade da comunidade. Antes, as peças de nossos artesãos eram vendidas por atravessadores, que na maioria das vezes ficavam com a maior parte dos lucros na venda das peças. O nosso objetivo é estabelecer uma relação direta entre clientes e artesãos, que agora irão receber integralmente pelas suas obras”, destaca Amajunepá.
Aliás, neste contexto de isolamento social, o site é fundamental para garantir a sustentabilidade econômica da comunidade. “É um marco muito importante para a comunidade. Em meio a pandemia os artesãos não conseguiam vender suas peças. Assim, a plataforma será essencial para que nossos artesãos continuem a vender seus produtos, gerando renda para as famílias”, finaliza Amajunepá.
O projeto ainda prevê o levantamento da produção de oito aldeias, bem como a catalogação de todos os artesãos. Os membros da comunidade receberam capacitação para precificarem os produtos conforme a lógica mercadológica dos não-indígenas. Sobre a arte indígena, Amajunepá ressalta que “vai muito além do que as pessoas imaginam. É terapêutico, é renda, liberdade, revitalização da cultura, valorização dos anciões, educação e esperança”, afirma.
Palestra
A palestra “Não é só artesanato” vai tratar de atividades sustentáveis dentro dos territórios indígenas, e como essas ações têm sido essenciais para gerar renda para os respectivos povos.
Fotos: Luzo Reis
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