O ex-prefeito de Água Boa (734 km de Cuiabá), Maurão (PSD) busca viabilizar sua candidatura para deputado federal em 2022 na tentativa de garantir que o chamado Vale dos Esquecidos possa ser representado no Congresso e assim tenha suas demandas levadas ao governo Federal. A região do Araguaia é uma das que mais cresce no estado, com muito potencial para a produção, mas sofre, principalmente, com a falta de logística.
Para Maurão, um dos problemas é porque ninguém consegue mostrar para as lideranças nacionais, como os ministros, o potencial da região. Com apoio de lideranças como senador Carlos Fávaro (PSD) e o deputado federal Neri Geller (PP), o social-democrata quer garantir que o Araguaia tenha voz na Câmara Federal.
Maurão iniciou na vida política em 2009 como vereador, assumiu como presidente da Câmara por dois mandatos, e depois foi eleito prefeito de Água Boa, onde comandou a cidade por oito anos, deixando ainda R$ 25 milhões na conta para seu sucessor. Com as contas em dia, a cidade ganhou destaque ainda com projetos de construção de pontes e por ser o primeiro município a ter 100% da iluminação pública de LED.
Na base do governador Mauro Mendes (DEM), Maurão diz que a atual gestão vem tirando a fama do Araguaia de Vale dos Esquecido com obras importantes para a região. Inclusive, o ex-prefeito defende a estadualização da BR-174, que atravessa a região, mas por outro lado critica a gestão anterior por ter assumido a MT-080, que antes era de propriedade do governo Federal, mas ter deixado a estrada abandonada.
Já com relação a BR-258, que é o grande gargalo da região que utiliza a rodovia principalmente para o escoamento da produção, Maurão diz que falta que um representante mostre essa realidade para o ministro da Infraestrutura, leve-o para entender o problema de perto, mas mais que isso, o ex-prefeito tem como lema a necessidade de apresentar solução.
Com sua experiência como prefeito, Maurão aprendeu que mais do que ir para Brasília com o pires na mão, na busca por recursos, é preciso chegar com projetos viáveis e possíveis, mas, mais que isso, apresentar resultados, para assim garantir credibilidade.
“Isso faz com que a gente tenha credibilidade política. Não vivo da política, vivo do agronegócio, coisas que nos fortalecem. Conhecer a realidade é outra coisa que nos dá credibilidade para trazer um líder do governo Federal e mostrar o que acontece, dar solução, e saber que vai ser feito”, disse em entrevista ao Leiagora.
Maurão aproveita para lembrar, inclusive, que tirou o município do nível D, para o A, na nota do Tesouro, e ainda deixou recursos em caixa. “Eu não ia a Brasília à toa, mas quando ia, com coisas concretas, mostrava a realidade da cidade e como aplicar os recursos. Quando um líder federal vai dar valor aos prefeitos, naqueles que mostram e comprovam como gastam o dinheiro. E todos ganham, eu por ter buscado o recurso, o prefeito por realizar a obra e a sociedade que foi atendida”.
O social-democrata destaca ainda que a região do Araguaia tem capacidade para aumentar em mais de 4 milhões de hectares a produção agrícola, sem desmatamento, com responsabilidade ambiental, e isto dá força para qualquer político. Para ele, não existe presidente da República que vá se recusar a olhar para isso.
“A bancada federal precisa mostrar a realidade, o presidente, o ministro, não sabe do baixo Araguaia, e nem em Mato Grosso se fala do Araguaia, como o problema da BR-158, só se sabe quem vive aqui, na região Norte, por exemplo, poucas pessoas sabem. Então é preciso mostrar, levar ao conhecimento, trazer as pessoas para conhecer, só assim vamos mudar essa realidade”, afirmou.
Maurão, que já foi vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), pontua ainda ser favorável a reforma tributária, mas adianta que é preciso ter responsabilidade e conhecer os critérios antes de aprovar qualquer proposta. Ele sabe que se trata de assuntos polêmicos, inclusive, relembra das reformas que realizou como prefeito, e destaca que após os resultados, as pessoas passam a entender que vale a pena.
“Precisa de reforma, é de extrema importância, mas com responsabilidade. É com muito diálogo, pegar uma equipe preparada, que entenda do assunto, sentar com os ministro, e apresentar uma proposta que atenda a maioria”, finalizou.
