A vereadora Edna Sampaio (PT) saiu pela tangente ao ser questionada sobre o fato da esposa do deputado Valdir Barranco (PT), presidente do partido, estar entre os comissionados na Secretaria Municipal de Saúdem, recebendo R$ 5.800 de prêmio Saúde, valor superior ao salário. Para a petista, o partido não tem poder de decisão sobre a vida pessoal das pessoas.
“O PT não indicou ninguém. Isso eu posso dizer a você com toda clareza solar que possa existir. Então, agora, se alguém do PT tem cargo no município de Cuiabá, não é pelo PT”, disse Edna.
A pressão sobre Edna aumentou esta semana porque ela protagonizou a defesa do prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara de Cuiabá, liderando inclusive um movimento de manobra para criação de uma comissão especial para analisar os processos contra o emedebista, e votou contrária à comissão processante.
A esposa de Barranco, Roseli, comissionada da Prefeitura Municipal de Cuiabá, com cargo na coordenadoria de Saúde Bucal e recebe salário bruto de R$ 1,6 mil, conforme pode ser constatado pelo Portal Transparência, é possível confirmar que a última vez que Roseli ganhou R$ 5,8 mil do Prêmio Saúde foi em setembro deste ano. Além disso, consta que ele recebe também mais uma parcela de R$ 1.600, mas que não é informado do que se trata. Acumulando uma renda de quase R$ 9 mil mensais.
Em outubro, a comissada recebeu apenas o salário de R$ 1600 e outra parcela de R$ 1.600.
A vereadora Edna por diversas vezes se disse incapaz de opinar a respeito desse caso, e se limitou a afirmar que ela não teria se colocado nessa posição.
“Eu prefiro não emitir juízo sobre isso porque quando essa questão foi tratada no interior do partido eu expus a minha posição. A esposa do Barranco não é filiada em Cuiabá, ela é filiada acho que em Nova Bandeirantes, não tenho certeza. Então, assim, eu não tenho como responder por ela e nem tenho como responder pelo diretório estadual”, finalizou.
A investigação que resultou na Operação Capistrum e expôs o esquema na saúde, afastando o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), apontou que a distribuição do Prêmio Saúde era ilegal, assim como a forma como eram escolhidas as pessoas “sorteadas”.
Por mais que a parlamentar tente desvincular o assunto da legenda, esta semana, inclusive, o diretório municipal do PT emitiu uma resolução em apoio à parlamentar, alegando que o "combate à corrupção deve ser feito de maneira rigorosa, sem açodamento e respeitando o devido processo legal".
Ainda no documento emitido esta semana, destacam que o prefeito já foi afastado pelo judiciário e, seu retorno dependerá de nova decisão judicial. E voltou a afirmar que o pedido de comissão processante não possui amparo jurídico.
"A Câmara não possui competência, a priori, para julgamento dos crimes investigados pelo MPE, cabendo ao Judiciário o seu julgamento. Porém, compete à esta Câmara acompanhar diligentemente as investigações, já que os seus desdobramentos podem revelar a prática de crime de responsabilidade de competência da Câmara Municipal, o qual poderá ser objeto de julgamento pelo legislativo", diz trecho do documento.
Com a resolução, fica claro que o partido também tem acompanhado o processo e se posicionando no sentido de barrar a iniciativa de uma investigação na Câmara.
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