Apesar de estar no palanque do governador Mauro Mendes (União), o deputado estadual Allan Kardec (PSB) afirmou em coletiva nesta quarta-feira (18) que não irá apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua reeleição, e ainda declarou que não vê “liga” na dobradinha entre Mendes o Capitão.
Conforme dito pelo socialista, um dos motivos para apoiar Mauro é porque já não existe mais tempo para o PSB construir candidatura ao governo. Depois de elogiar a gestão do chefe do Executivo Estadual e ressaltar os investimentos que Mendes tem feito em Mato Grosso, o parlamentar lamentou a “falta de afinidade” do governador com o prefeito da Capital. Isso porque, segundo ele, estaria afetando a destinação de investimentos a Cuiabá.
A recente aproximação entre os chefes do Executivo Estadual e da União não tem consonância com as atitudes políticas deles, argumentou Allan. O parlamentar ainda lembrou da polêmica da alíquota única do ICMS do diesel, que na época em que foi sancionada pelo presidente Bolsonaro, Mato Grosso votou contra e decidiu pelo desconto na alíquota.
De acordo com o Kardec, o mesmo deve ocorrer novamente, após a deliberação do dia 14, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, suspendendo o desconto. Para o socialista, isso exemplifica que os gestores do Estado e da República atuam em linhas opostas.
“Ontem, por exemplo, ele já tem uma posição diferente daquilo que o Bolsonaro prega, por conta do ICMS único nos Estados. O Mauro é um dos governadores que vai votar contra… e a posição do Mauro, se a gente pegar o retrospecto dos últimos dois anos, é clara. É antagônica ao posicionamento do presidente. A questão da vacina, a questão da máscara, a preocupação com a pandemia, a preocupação com as questões ambientais… Então, eu não vejo liga nisso aí”, questionou.
E não seria somente essa dobradinha que colocaria obstáculos em seu apoio ao Mauro, disse o deputado. Atualmente, o PSB trabalha com a potencial candidata ao Senado Natasha Slhessarenko, e todo cenário vem indicando que Mendes deve declarar apoio à reeleição do candidato escolhido pelo presidente, o senador Wellington Fagundes (PL).
“Talvez, lá na frente nós vamos ter outra opção, mas nossa majoritária por enquanto, e a Natasha. E aí, nós teremos em julho uma dificuldade a ser rompida”, finalizou.
