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Notícias / Política

29/07/2022 às 07:41

Barranco foca no governo, Neri no Senado, Fávaro no Lula e Federação fica sem candidato

O parlamentar confirmou que Barranco pediu ajuda para construção de um projeto, mas ele optou por jogar a responsabilidade para Fávaro, que já declarou apoio a Mendes

Da Redação - Alline Marques / Reportagem local - Paulo Henrique Fanaia

Barranco foca no governo, Neri no Senado, Fávaro no Lula e Federação fica sem candidato

Foto: Reprodução

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém. 
(Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade)

A movimentação que envolve a Federação Brasil da Esperança em Mato Grosso parece inspirada no poema de Carlos Drummond de Andrade. Enquanto um grupo insiste em lançar um nome para contrapor o governador Mauro Mendes (União), outro segue apoiando o próprio chefe do Executivo, e ainda há aquele que prefere só olhar para si e não seguir nenhum dos dois. Há quem já desistiu também, quem foi e voltou e no fim ainda pode aparecer um nome aleatório como o poeta traz em sua obra, publicada em 1930. 
 
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

 
Tudo isto porque, nesta quinta-feira (28), o deputado federal Neri Geller (PP) deixou claro que o projeto articulado em nível nacional sempre priorizou uma vaga no Senado e o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por outro lado, o presidente regional do PT, Valdir Barranco, ao lado do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que não pertence à Federação, mas é inimigo político do governador Mauro Mendes (União), insiste em lançar um nome para contrapor a atual gestão. 

Emanuel, que inclusive desistiu de disputar a eleição, chegou a anunciar a esposa Márcia Pinheiro (PV) nesta semana como uma possível pré-candidata ao Governo. Ela teria sido convidada pela Federação e teria tido, inclusive, o apoio de lideranças nacionais. Porém, Neri já deixou claro que não abre mão de ter a primeira-dama da Capital como primeira suplente. Isso, porque ele precisa de uma liderança da Baixada Cuiabana para garantir a viabilidade da candidatura. 

Após sair de uma reunião no 7º andar da Prefeitura de Cuiabá nesta quinta (28), onde fica o gabinete de Emanuel, Barranco afirmou que o convite para a Márcia concorrer ao Governo ainda estaria de pé, mas que Neri também estaria engajado em buscar um outro nome para entrar na briga pelo comando do Palácio Paiaguás. 

Só que Neri saiu da mesma reunião falando o oposto. Ele garantiu que não abre mão da primeira-dama na suplência e disse apenas que o projeto dele é o Senado e a eleição de Lula, alegando até que entende que o petista seja o melhor para Mato Grosso. E insistiu em esperar o retorno do senador Carlos Fávaro (PSD), que é o coordenador da campanha de Lula no estado, para discutir o projeto ao Governo. 

Só que já não bastasse toda a contradição entre eles, colocar Fávaro à frente deste debate é como colocar a raposa para cuidar do galinheiro, uma vez que o senador já deixou claro que vai apoiar a reeleição de Mauro Mendes, ou seja, não tem interesse em fortalecer um projeto de oposição. 

 
“Hoje não tem essa hipótese, não tem plano B. Fávaro volta e a gente volta a conversar, até dia 5 vai ser diálogo. Não dá para discutir Governo e Senado com os dois nomes que estão numa aliança adiantada. E a questão de Governo a gente volta debater amanhã. O que vai definir é a convenção, mas a minha linha é que estou firme no projeto ao Senado e não desviei um milímetro, não posso criar conjuntura, não posso ter uma suplente hoje e depois mudar, isto traz instabilidade. Nosso foco sempre foi o Senado e o projeto nacional, Governo estamos conversando, mas não está na nossa pauta, vamos esperar Fávaro retornar e conversar, mas eu estou focado no Senado e no projeto nacional”, insiste Neri, fazendo questão de não assumir nenhum compromisso quanto ao Governo. 

Enquanto isso, o grupo da esquerda vai ficando sem opção. A ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli Neder (PC do B), que até então era colocada como opção para a disputa ao governo apresentou uma carta se afastando do processo eleitoral, alegando motivos pessoais. Mesmo assim, Barranco ainda tem um fio de esperança de que em último caso ela possa voltar atrás.

O PT chegou a aprovar em encontro tático o nome do professor Domingos Garcia, da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), como pré-candidato ao governo, mas parece ter sido ignorado em todos os debates sobre um nome para contrapor Mauro, mesmo todos alegando que o ponto fraco do governador é justamente a Educação e os servidores. 

E, eis que a oito dias do prazo final para as convenções, a Federação Brasil da Esperança se vê cada vez mais distante de apresentar um projeto forte de oposição a Mendes, engessada nas articulações, que acabaram sendo amarradas em nível nacional, na busca pela eleger Lula presidente e de buscar o respaldo de um grupo do agronegócio na disputa nacional, o projeto de apresentar uma proposta alternativa para o estado acabou ficando em segundo ou talvez até em terceiro plano.
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1 comentário

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  • Orlando 29/07/2022 às 00:00

    Candidato a governo pelo PT só tem um que representa os trabalhadores e trabalhadoras do estado de Mato Grosso - é o professor Domingos Sávio

 
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