Um vídeo divulgado no Youtube mostra duas famílias tendo que reconstruir as propriedades após terem desmontado casas, cercas, piquetes de animais e outras estruturas rurais. Eles relatam como foi a abordagem dos policiais quando chegaram ao assentamento com a ordem de reintegração e de como cumpririam a determinação, apesar de a considerarem injusta e ilegal.
O Assentamento Nova Maringá existe no município de Poxoréu desde 2013. As 75 famílias que estão instaladas na região trabalham com pecuária, criação de pequenos animais, cultivo de grãos e economia sustentável. Os trabalhadores se reúnem sob uma associação com presidente, vice-presidente e mesmo com CNPJ.
A posse do local, no entanto, é objeto de luta judicial há anos, tendo sido alvo de ações de usucapião, reintegração de posse e de reclamações de supostos herdeiros de um falecido, alegado dono do local.
Uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso autorizou a reintegração de posse do assentamento, o que resultaria na expulsão das 75 famílias, sem cumprir os ritos de preceitos fundamentais que o poder público precisa seguir para desocupar residentes de posse, conforme decidido pelo STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 828:
“1) dar ciência prévia e ouvir os representantes das comunidades afetadas; 2) conceder prazo razoável para a desocupação pela população envolvida; e 3) garantir o encaminhamento das pessoas em situação de vulnerabilidade social para abrigos públicos (ou local com condições dignas) ou adotar outra medida eficaz para resguardar o direito à moradia, vedando-se, em qualquer caso, a separação de membros de uma mesma família”, conforme diz ADPF nº 828.
Posteriormente, essa decisão foi suspensa pela ministra do STF.
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