As investigações da Operação Cupincha apontam que Liandro Ventura da Silva, que está foragido, era uma espécie de assistente do ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, e atuava a mando do ex-gestor. Ele também era o laranja de Célio em diversas empresas, dentre elas, a Ventura Prestadora de Serviços Médicos e a Cervejaria Cuyabana, que estava em nome da esposa do ex-secretário Joany Costa de Deus, mas era usada para lavar dinheiro da corrupção na Saúde.
Liandro recebia diversas orientações e determinações, dentre elas, ordem para enviar recursos para Joany pagar a folha salarial, prestava contas de despesas, acompanha o saldo de pontos no cartão de crédito e comprava passagens para o casal viajar para o Rio de Janeiro, e ainda realizada empréstimos com a anuência do ex-secretário.
Os fatos foram constatados em conversas por aplicativos de mensagens nos celulares apreendidos durante a primeira fase da Operação Curare, que serviu de base para a deflagração da Operação Cupincha. A operação investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos destinados à saúde
Liandro já foi sócio de diversas empresas ligadas ao ex-secretário. Ele esteve como sócio da Ecotur Turismo, em que tinha como sócia a ex-esposa de Célio, Thaís Arrais da Costa. Em 2013, os sócios foram excluídos, ingressando Célio Rodrigues Sampaio e Antônio José Catarino Rondon. No entanto, a polícia acredita que se trata do próprio ex-secretário, que estaria usando nome falso.
Liandro também ingressou como sócio da empresa M.A.C. Nascimento – ME, em 2015, sendo que um mês após a aquisição da empresa, a antiga sócia abandonou a empresa dando lugar a Joany, atual esposa de Célio, que permaneceu na sociedade por apenas um mês.
Outra empresa que consta no nome de Liandro é a Ventura Comércio e Serviços Ltda, com endereço na Rua Abuna, nº 1615, Loja 02, Olaria, Porto Velho/RO, mesmo local onde está localizada a sede da empresa Royal Decorações Eireli, em nome de Joany Costa de Deus.
“Diante dos elementos de informação e prova apreendidos, existem fortes indícios de que o investigado Liandro Ventura da Silva seja o sócio aparente e o investigado Célio Rodrigues da Silva o sócio oculto da empresa Ventura Prestadora de Serviços Médicos Hospitalares Ltda”, consta da decisão do juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal.
Além disso, as investigações constataram que a empresa LV Serviços Médicos e Hospitalares Ltda tem como sócio Leilson Ventura da Silva, que é irmão de Liandro. Inclusive, a empresa foi alvo da primeira fase da operação. No local, a equipe policial foi recebida por um homem que informou que a casa era onde morava seus pais, sendo ele Paulo Roberto Oliveira do Amaral, que está entre os investigados.
No espaço também funcionava o escritório da empresa Pousada Baguari. A pessoa que atendeu a equipe policial afirmou não conhecer a empresa LV Serviços Médicos e informou ser cunhado de Leilson.
O que demonstra além das diversas empresas constatadas no nome de Liandro, também haviam outras ligadas a parentes dele, que também atuavam no esquema, que tinha Célio, Joany e ainda Paulo Roberto de Souza Jamur, preso em Curitiba, como centro de todo o esquema. Em 2021, eles passaram a atuar para tentar esconder a origem, movimentação e propriedade de bens, direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
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