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Notícias / Política

04/11/2021 às 11:06

Discussão faz Juca encerrar sessão sem votação de Comissão Processante

O emedebista anunciou o fim da plenária ainda durante o grande expediente, por conta de uma reclamação da vereadora Michelly Alencar (DEM)

Alline Marques

Discussão faz Juca encerrar sessão sem votação de Comissão Processante

Foto: Câmara de Cuiabá

Uma discussão fez com que o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Juca do Guaraná (MDB), encerrasse a sessão ordinária desta quinta-feira (4) sem votar o requerimento de abertura de Comissão Processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

O emedebista anunciou o fim da plenária ainda durante o grande expediente, por conta de uma reclamação da vereadora Michelly Alencar (DEM), que pedia direito a fala após o vereador Sargento Vidal (PROS) ter citado o seu nome em seu discurso na tribuna.

O parlamentar acusou a colega de parlamento de quebra de decoro devido a uma publicação que ela fez em suas redes sociais, na qual afirmava que a cassação do chefe do Executivo Municipal irá depender do valor do cheque que os vereadores irão receber.

Para Vidal, Michelly denegriu a imagem dos demais vereadores do Legislativo Cuiabano, com o intuito de se promover politicamente. “Tem um cheque aí? Eu não peguei o meu. Onde está? Tem que perguntar para a vereadora Michelly Alencar, que divulgou isso em suas redes sociais, denegrindo a todos os vereadores. Ela está afirmando que tem um cheque. Eu quero o meu cheque, porque ninguém me chamou em local nenhum para conversar, nem na Prefeitura, nem em escritório de advocacia, em lugar nenhum. Isso aqui fere o artigo 92º do Código de Ética da Casa. Isso é quebra de decoro, usar imagem dos companheiros para denegri-los e tentar crescer politicamente”, disse o vereador.

Diante das acusações feitas por Vidal, a parlamentar democrata chegou a pedir direito a fala, mas o pedido não foi acatado pelo presidente da Casa de Leis. Isso gerou um bate-boca no plenário, tendo em vista que os demais vereadores de oposição saíram em defesa de Michelly.

Mesmo diante de muita insistência, Juca não deu espaço para a vereadora se posicionar sobre o tema, alegando que as declarações feitas por Vidal não feriram a honra dela, não cabendo, assim, direito de resposta.

O emedebista, inclusive, tentou dar sequência à sessão, chamando os próximos inscritos no grande expediente, mas a vereadora e os demais oposicionistas continuaram insistindo. Juca, inclusive, chegou a chamar Michelly de “histérica”, e encerrou a sessão.

“Fui ofendida e não tive direito de resposta. Ao invés de o presidente me dar o direito de resposta, ele piorou a situação ofendendo a minha honra como mulher. Temos uma base cega”, disse Michelly.

O pedido de abertura de Comissão Processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) estava previsto para ser votado nesta quinta-feira (4), durante a ordem do dia. A expectativa era de que o requerimento fosse arquivado por maioria dos votos.

O requerimento foi protocolado no Parlamento Municipal pelo suplente de vereador pelo Cidadania Felipe Correa. A medida é reflexo da Operação Capistrum, deflagrada pelo Ministério Público Estadual no último dia 27, que afastou o prefeito do cargo sob acusações de contratações temporárias irregulares no âmbito da Secretaria de Saúde.
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