O professor da Faculdade de Engenharia da UFMT e presidente da Federação Brasileira de Geólogos, Caiubi Kuhn, alertou para os riscos de que a Serra da Petrovina, em Pedra Preta, e demais serras no entorno de Tangará da Serra também possam desmoronar e exige, por parte do Governo de Mato Grosso, que sejam feitos estudos prévios nessas localidades para evitar que se repita toda a situação que envolve a MT-251, na região do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães, atualmente.
Ao ser questionado sobre o que poderia ser feito no local, ele avalia que no momento são necessários estudos mais precisos para entender de fato o que irá solucionar a questão e explica que se trata de um fenômeno natural. Todavia, diz que a gestão estadual poderia ter previsto o incidente, além de chamar a atenção para demais regiões que também precisam de estudos quanto ao tema, justamente pela forma de relevo.
“Nesse caso a responsabilidade é do governo do estado, fazer os estudos de monitoramento, de análise, estudo maciço, já tudo antecipado, porque a gente sabe que vai ter o problema. Do mesmo jeito que eu posso antecipar, uma hora a gente vai ter problema igual lá na Serra da Petrovina, que tem ali depois de Pedra Preta. A gente vai ter problema igual e a gente vai ser pego de surpresa também? A gente pode ter problema em Tangará da Serra, nas saídas das serras de Tangará da Serra. A gente pode ter problemas iguais em outras rodovias do estado e a gente vai ser pego de surpresa em todos eles?”, indagou.
O geólogo integrou a comitiva que esteve em Chapada dos Guimarães na manhã dessa sexta-feira (12) para inspecionar as obras de contenção que estão sendo realizadas no local após desabamentos de terra frequentes e a paralisação parcial de uma das vias da MT-251 por conta dos desmoronamentos.
O professor pontuou que há legislações que obrigam o governo a realizar esse tipo de trabalho paliativo. Além de sugerir que a Defesa Civil e a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) devam trabalhar com quadros técnicos permanentes.
“Um ponto muito importante é que isso já está na legislação federal que já obriga esse tipo de trabalho na política de defesa e proteção civil que já tem 12 anos. E o governo do estado até hoje não instrumentalizou isso. A gente não pode trabalhar a consulta pública só com consultoria, precisa de órgãos permanentes. A Defesa Civil precisa ter quadro técnico permanente, assim como a Sinfra”.
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