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24/05/2021 às 19:55

Falha da prefeitura leva faltar vacinas em Cuiabá novamente

Cuiabá havia solicitado 4,3 mil doses e foi atendida, mas ainda assim, as vacinas não foram suficientes e a Prefeitura não informa quantas pessoas estão com a segunda dose atrasada

Eduarda Fernandes

Falha da prefeitura leva faltar vacinas em Cuiabá novamente

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Nesse final de semana, novamente se repetiu a cena de pessoas agendadas para tomar a segunda dose da Coronavac se deparando com portões fechados porque acabaram as doses. A situação evidencia mais uma falha ocorrida na administração da campanha de vacinação da Capital.

Para entender a situação, é preciso relembrar os acontecimentos da última semana. Na segunda-feira (17), Cuiabá suspendeu a aplicação da segunda dose da Coronavac por falta de doses. Ocorre que, enquanto o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) se orgulhava nas entrevistas do fato de ter guardado o estoque necessário para garantir a aplicação da 1ª e 2º dose (temendo uma falha nas remessas do Ministério da Saúde), a equipe de vacinação aplicou 2,5 mil doses em pessoas que teriam vindo do interior do Estado para receber a segunda dose, furando a fila daqueles que já estavam agendados na Capital.

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Outro motivo alegado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi a perda técnica, uma vez que os frascos que deveriam conter 10 doses estão contendo, na verdade, 9 doses. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborou ofício concluindo que não há indícios de que frascos da vacina CoronaVac estejam sendo fabricados com volume menor de doses.

Na terça (18), a secretária de Saúde de Cuiabá, Ozenira Félix, durante audiência na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, informou que os problemas resultaram em um déficit de 4,2 mil doses de vacinas da Coronavac. O município então solicitou ao Estado uma remessa extra, com o quantitativo necessário para concluir o ciclo de imunização daqueles que aguardavam a 2ª dose.

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Vale ressaltar que nessa mesma audiência na ALMT, o secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo rechaçou a argumentação de perda técnica e criticou duramente inclusão de grupos prioritários nas vacinações. Em Cuiabá, já foram incluídos motoristas do transporte público, garis, e charreteiros. Além disso, o município abriu cadastro para assistentes sociais e jornalistas.

Na quinta (20), Gilberto garantiu que a Comissão Intergestora Bipartite (CIB) de Mato Grosso iria atender ao pedido de socorro e enviou 4,3 mil doses de Coronavac para serem aplicadas como segunda dose na população. Naquele dia, Cuiabá recebeu 4.376 doses de Coronavac para completar o esquema vacinal.

No sábado (22), as doses do Sesi Papa, um dos polos de vacinação na Capital, acabaram e ainda havia uma fila de pessoas, agendadas, aguardando o imunizante.

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Outro lado

A resposta da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ainda no sábado, foi que faria um levantamento para saber quantas pessoas deixaram de ser vacinadas com a segunda dose da Coronavac e, assim que concluído, a secretaria irá solicitar ao Ministério o quantitativo.

Nesta segunda, novamente questionada sobre a situação, a pasta informou que segue trabalhando no levantamento, porém acrescentou que “em relação ao controle para evitar fraudes no sistema, como pessoas de outras cidades que conseguiram tomar a segunda dose em Cuiabá, a equipe da campanha de vacinação está estudando onde se deu o problema para redefinir novas estratégias no sistema”.

A reportagem indagou então se essas pessoas de outras cidades mencionadas na nota se referiam ao caso anterior ou se o fato teria novamente ocorrido. A resposta da secretaria foi que “isto está sendo levantado ainda”, sem negar ou confirmar a dúvida.

Também por meio de nota solicitada pelo Leiagora nesta segunda, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) informou que não recebeu uma nova solicitação oficial por parte da Prefeitura de Cuiabá. “Caso haja a demanda por mais doses, a SES terá que fazer uma solicitação direta ao Ministério da Saúde, tendo em vista que o Estado já disponibilizou até mesmo o estoque estratégico aos municípios”.

E em nenhum momento a SMS informou de fato quantas pessoas aguardam a segunda dose em Cuiabá e muito menos porque o número solicitado não foi suficiente.

A capital tem sido muito questionada por abrir a vacinação para grupos paralelos, fora do Plano Nacional de Imunização, o que teria causado a falta de vacina, mas o prefeito segue afirmando que tem utilizado doses de estoque de pessoas que não teriam procurado os centros de vacinação para se imunizar contra a covid. Porém, a conta parece não fechar, porque as doses têm acabado sucessivamente, o que demonstra que não há estoque. 
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