A Câmara de Vereadores de Cuiabá não ficou de fora de polêmicas de 2022. O Legislativo Municipal, que já chegou a ser conhecido como “Casa dos Horrores”, foi palco de diversos embates durantes este ano. Para relembrar os momentos mais marcantes desta legislatura, o Leiagora preparou uma retrospectiva.
Logo no início de janeiro, a Câmara anunciou que não iria mais fornecer carros e combustíveis para os vereadores, em virtude da criação do auxílio transporte de R$ 5 mil, que seria pago mensalmente a cada um dos 25 vereadores. No mesmo mês, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), sancionou a lei que cria auxílios aos vereadores da Capital, que além do auxílio transporte, contava ainda com o auxílio saúde de R$ 1,6 mil e o auxílio-alimentação no valor de R$ 1,4 mil, somando R$ 8 mil.
Devido ao surto de covid-19 entre os servidores do legislativo, a Câmara acabou suspendendo as atividades presenciais no período de 17 a 21 de janeiro.
Em março um dos assuntos polêmicos que pairou na Câmara foi a votação de um projeto de lei do então vereador tenente-coronel Marcos Paccola (então no Cidadania) que criava no âmbito da Capital o Dia do Orgulho Hétero. A matéria foi rejeitada, em segunda votação, com 18 votos contrários. Após a votação, Paccola afirmou que já esperava a reprovação da propositura, tendo em vista a repercussão do assunto na imprensa e nas redes sociais. Ele, inclusive, diz que recebeu ameaças por conta do projeto.
Outro projeto polêmico que tramitou na Câmara foi o Dia do Perdão proposto pelo Executivo Municipal com assinatura do próprio prefeito Emanuel. O prefeito queria instituir o dia 26 de novembro como o Dia do Perdão. A data representa o seu retorno ao comando do Palácio Alencastro após ter ficado 37 dias afastado por determinação judicial em virtude da Operação Capistrum. Após muita polêmica, o projeto foi arquivado.
Diego e Paccola trocaram o Cidadania pelo Republicanos visando uma disputa na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Já Sargento Joelson deixou o Solidariedade e se filiou ao PSB, partido que deu apoio à Lula (PT) na disputa presidencial, mas Joelson avisou que era bolsonarista e não pediria voto ao petista.
Também foi anunciado que o vereador Kássio Coelho iria disputar uma vaga ao Senado Federal pelo Patriotas, o que ele encarou com coragem e fez uma campanha considerável para um até então desconhecido no estado.
Em maio, a Câmara foi palco de discursos acalorados por parte dos vereadores da oposição a respeito da nova operação que investiga servidores fantasmas lotados no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), a operação Chacal. O então vereador Paccola, presidente da CPI da Saúde, disse que iria aguardar a conclusão da fase de inquérito da Operação Chacal para pedir compartilhamento de provas e levar o caso para o escopo da CPI da Saúde.
No mesmo mês, a suspensão do processo licitatório para implantação do BRT em Cuiabá e Várzea Grande foi alvo de debate na Câmara. Diversos parlamentares subiram a tribuna para externar a sua opinião sobre o tema. Dias depois, por 9 votos a 15, o sétimo requerimento de abertura de Comissão Processante, que investigaria supostas irregularidades cometidas pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), foi rejeitado pela Câmara Municipal.
O vereador Paccola (Republicanos) convocou a população para uma manifestação contra a corrupção em frente da Câmara de Cuiabá. A intenção do parlamentar era pressionar os vereadores a votarem pela abertura de um processo de cassação contra o prefeito.
Em junho, um bate-boca chamou a atenção na Casa de Leis. Os vereadores Ricardo Saad (PSDB) e Diego Guimarães (Republicanos) discutiram durante a sessão. O motivo foi a decisão judicial que confirmou a cassação do ex-vereador Abilio Brunini (PL), ocorrida em 2020, que foi suspensa por força de liminar.
No mesmo mês, a Câmara aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) de 2023. A matéria prevê uma Receita Corrente Líquida (RCL) de R$ 3,2 bilhões para o próximo ano. Este montante é R$ 164,7 milhões superior ao valor previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022.
Ainda nos debates sobre a eleição da nova Mesa Diretora, a vereadora Michelly Alencar (União) retirou seu nome da disputa no início do mês de agosto. O nome da vereadora havia sido lançado de surpresa, até mesmo para ela, em uma entrevista dada por Diego Guimarães.
Dias depois, em agosto, com 18 votos, o vereador Chico 2000 (PL) foi eleito presidente da Câmara. Apesar de estar no seu quinto mandato, o parlamentar nunca havia assumido o comando do Legislativo. O resultado já era esperado, tendo em vista as articulações registradas nas semanas que antecederam o pleito. Ele foi o único a registrar chapa para a disputa, intitulada “Independência e Harmonia”.
Apenas cinco parlamentares votaram contra a chapa encabeçada por Chico. Trata-se tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos), Demilson Nogueira (PP), sargento Joelson (PSB), Michelly Alencar (União) e Nilson Portela (Podemos). O vereador Felipe Correa (Cidadania), que assumiu a cadeira do titular Diego Guimarães (Republicanos), optou por se abster da votação. Além disso, Eduardo Magalhães (Republicanos) não compareceu à sessão, o que no final totalizou 24 votos.
O processo de cassação de Paccola continuava e, como ele não apresentou defesa em tempo hábil, em setembro a Câmara nomeou um defensor dativo para o vereador.
Em setembro, durante o período das eleições, o vereador saiu de licença para se dedicar à campanha na disputa de uma cadeira na Assembleia Legislativa. Em sua ausência, Juca do Guaraná nomeou o vereador Marcrean Santos para comandar os trabalhos da CPI, o que fez com que a CPI não desse resultados efetivos.
As polêmicas não poderiam deixar de rondar o Parlamento Cuiabano no último mês do ano. Em dezembro os embates ficaram por conta da situação da saúde pública no município, e ainda devido a dois projetos polêmicos de autoria do Executivo Municipal: a criação da taxa do lixo e a atualização da planta genérica.
No que diz respeito a saúde, o vereador Demilson Nogueira (PP) encampou um requerimento que solicitando intervenção estadual na saúde da Capital. O documento foi assinado por oito parlamentares e protocolado no Ministério Público Estadual.
Além disso, os vereadores também aprovaram diversos benefícios e penduricalhos nos salários, aumentando a verba indenizatória, auxílios e dando ainda mais recurso para o presidente da Casa, que receberá um total de R$28,4 mil para comandar o Legislativo.
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